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Fosfito na batata

Anne Carolline Maia LinharesLicenciada em Ciências Agrárias e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)anemaia-16@hotmail.com

Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – UFPB idalinepessoa@hotmail.com

Batata – Crédito: Shutterstock

A batata (Solanum tuberosum L.) é a olerícola de maior importância comercial para o Brasil. Isso se deve ao seu alto potencial de rendimento, suas propriedades nutricionais e sua versatilidade de uso culinário, tornando-a essencial para a alimentação humana.

É a terceira cultura alimentar mais importante do planeta, e a primeira commodity não grão. Estimativas apontam que mais de um bilhão de pessoas consomem batata diariamente no mundo (Embrapa, 2015).

Questão nutricional

O conhecimento das quantidades de nutrientes extraídos do solo pela cultura da batata é de suma importância para o manejo adequado da adubação. A batateira é uma planta de crescimento/desenvolvimento rápido e bastante exigente em nutrientes.

Dependendo do nível de produtividade, as quantidades de nutrientes extraídas e exportadas podem variar, embora não haja, necessariamente, uma relação direta entre esses fatores, pois podem existir diferenças na eficiência de utilização dos nutrientes por influência de outros fatores, tais como cultivar, teor de água no solo, solo, clima, espaçamento, partes da planta e cultivares (Fernandes et al., 2021).

A deficiência de fósforo (P) é apontada como um dos principais fatores que limita a produção das culturas em solos tropicais. Mesmo quando fornecido com os fertilizantes, a maior parte do P adicionado é adsorvida em coloides do solo, tornando-se, com o tempo, não-disponível e interferindo negativamente na produção vegetal (Araújo & Machado, 2006).

Ação e reação

Os ânions fosfitos (H2PO3-, HPO3-2) são formas reduzidas de fósforo (P), análogas aos fosfatos, originadas a partir da redução do fosfato (Mcdonald et al., 2001; Achary et al., 2017; Bisson et al., 2017).

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Atualmente, muitos trabalhos têm demonstrado que os fosfitos podem melhorar a qualidade dos frutos de espécies hortícolas pelo incremento nos teores de sólidos solúveis, teores de antocianinas, ácido ascórbico, dentre outros (Glinicki et al., 2010, Estrada-Ortz et al., 2013).

Além disso, há relatos de que estes ânions podem atuar atenuando estresses abióticos, como o estresse hídrico (Gonçalves et al., 2015) e a radiação UV-B (Oyarburo et al., 2015)

Esses produtos são comercializados como sais de metais alcalinos obtidos a partir do ácido fosforoso (H3PO3); os mais produzidos são fosfito de potássio, fosfito de cálcio, fosfito de sódio e fosfito de amônio.

Essas formulações são recomendadas como fungicida ou como suplemento de P, indicadas para diversas culturas (Mcdonald et al., 2001; Schröetter et al., 2006; Moor et al., 2009). No Brasil, os fosfitos são comercializados principalmente como soluções de fosfito de potássio, que são registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como fertilizantes para aplicação foliar ou via solo.

Vantagens

Para Gomes (2011), a utilização do fosfito apresenta algumas vantagens, como baixo custo, prevenção e controle de doenças causadas por fungos, melhor amadurecimento, conservação e qualidade superior de frutos na pós-colheita e um melhor estado nutricional da planta. Porém, o fosfito pode ter um efeito semelhante ao glyphosate, apresentando as mesmas injúrias devido ao glyphosate ter um grupo fosfito em sua fórmula estrutural.

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