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Fosfito x pinta-preta no mamoeiro

Igor dos Reis Oliveira reisigor07@gmail.com

Tarcísio da Silva Vasconcelostarcisiovasconcelos589@gmail.com

Fernanda Barbosa Reisfernanda15reis@gmail.com

GraduandoS em Agronomia – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Mamão – Fotos: João Roberto Pereira

A pinta-preta [Asperisporium caricae (Speg.) Maubl.] ou varíola é uma importante doença que impacta a cultura do mamoeiro. As injúrias mais importantes são ocasionadas nos frutos, gerando perdas na ordem de 30%. Dessa forma, seu controle em pomares comercial é obrigatório.

Em plantas de mamoeiro jovens infectadas pelo patógeno causador da pinta-preta ocorre redução no desenvolvimento da planta. A doença é bem mais severa quando afeta os frutos, pois provoca lesões que reduzem o valor comercial dos mesmos (Santana et al., 2014).

Isso ocorre pelo fato de que as manchas resultantes da infecção do agente costumam se apresentar na superfície dos frutos. Além disso, afeta as folhas da planta, provocando redução da vida útil, de modo que, além de causar a queda das folhas precocemente, também acelera o processo de senescência, afetando assim a parte vegetativa e, consequentemente, o desenvolvimento da planta.

Sintomas

Inicialmente, os sintomas observados ocorrem na parte abaxial (inferior) das folhas mais velhas, se apresentando em forma de manchas pequenas arredondadas e de coloração escura (Kuhlcamp et al., 2018). Na parte adaxial (superior) das folhas ocorrem lesões semelhantes, porém, com colorações mais pardo-clara, com depressão e halo amarelado.

Conforme aumenta a quantidade de manchas nas folhas, ocorre também o amarelecimento das mesmas, que apodrecem em boa parte da superfície foliar. Nos frutos, os danos ocorrem quando estes se encontram ainda verdes, com o surgimento de manchas circulares e presença de pequenas pontuações marrons, com encharcamento nos arredores das manchas.

Conforme ocorre o desenvolvimento do fruto, as manchas tendem a aumentar, tornando-se cada vez mais ásperas ao toque, salientes e mais pretas, afetando consideravelmente a superfície do fruto.

Condições para a doença

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De acordo com Santana et al. (2018), a doença é mais severa em épocas de chuva com umidade relativa do ar alta. Desse modo, as condições da região influenciam no aparecimento da doença, assim como regiões com temperaturas entre 23°C e 27°C, que apresentam umidade relativa alta, ventos fortes e chuvas frequentes favorecem o desenvolvimento do patógeno na área.

Controle

Descobrir a presença da pinta-preta do mamoeiro logo na fase inicial para realizar medidas que visem controlar o desenvolvimento do patógeno em campo torna-se indispensável.

As medidas de prevenção do patógeno vão desde o monitoramento efetivo da área afim de se identificar focos, realizar a eliminação das fontes de inóculo e até fazer uso de produtos agroquímicos, que são os mais recomendados para controle. Ainda, é possível realizar como alternativa o controle biológico.

Por isso é tão importante o monitoramento da área de produção, para que, caso a doença surja em campo, sejam aplicadas as medidas de controle. A eliminação das fontes de inóculos é realizada pela retirada de materiais vegetais e frutos infectados da área, para assim reduzir a disseminação do patógeno.

O controle biológico é considerado um método promissor para reduzir o uso de agroquímicos e proteger a área de produção, pois se baseia em procedimentos que reduzem a população do patógeno de forma sustentável, no qual utiliza-se de microrganismos antagonistas ao patógeno, fazendo com que o mesmo realize o controle do patógeno na área de cultivo (Vivas et al., 2017).

Contudo, o controle agroquímico com fungicida é o mais utilizado devido à maior eficiência na redução ou eliminação do patógeno, sendo os produtos mais utilizados à base de triazóis, estrobirulinas e benzimidazóis.

Fosfito

Outra alternativa para controle doenças fúngicas causadoras de injúrias nas hastes e frutos é o fosfito. Entretanto, deve-se frisar que os estudos nessa abordagem são considerados recentes, como os realizados por Dianese e colaboradores (2008), que avaliando os efeitos da aplicação foliar de fosfito sobre a ocorrência de varíola em plantas de mamoeiro sob condições de campo e telado, obtiveram resultados significativos da severidade da doença (em campo e telado).

Concluiu-se que os resultados se mostram promissores e mais uma alternativa para redução de perdas econômicas ao produtor.

Dessa forma, atuação dos fosfitos vem reduzindo o desenvolvimento do patógeno causador da pinta-preta na planta, além de induzir a produção de compostos que estimulam resistência à infecção pela pinta-preta e outros patógenos.

O mecanismo de atuação dos fosfitos acontece pela inibição da germinação dos esporos, a penetração do fungo no hospedeiro e também o crescimento do micélio (Mafra et al., 2020), estimulando o sistema de defesa da planta de mamoeiro, que passa a formar fitoalexinas, lignina, enzimas hidrólicas, dentre outros, que auxiliam na defesa contra patógenos.

No mamoeiro os fosfitos reduzem a severidade da doença, de modo que as perdas na cultura caem significativamente, e consequentemente diminuem as perdas econômicas que o produtor teria no pomar.

O uso de fosfitos pode ser uma ferramenta que, em conjunto com os fungicidas tradicionais e algumas outras técnicas, auxilia no desenvolvimento de estratégias de manejo eficaz para a pinta-preta do mamoeiro (Dianese et al., 2008).

Por fim, devido aos fosfitos possuírem elevado grau de mobilidade e solubilidade, eles são absorvidos rapidamente, deslocando-se por meio das membranas na folhagem, como também no sistema radicular.

Nutrição e fitossanidade

Adicionalmente, os fosfitos, além de controlar doenças, podem contribuir para a nutrição das plantas, concedendo nutrientes como potássio e fósforo. Além disso, os fosfitos inibem o crescimento de micélios e esporos do patógeno, bem como induzem a planta a produzir compostos que influenciam na defesa da planta.

No mercado existem diversas marcas, como também formulações que agem na variação dos preços de fosfitos. Em geral, os fosfitos têm baixo custo, e ao serem utilizados em associação com fungicidas, por exemplo, pode-se reduzir os intervalos de aplicação de fungicidas e nitrientes, visto que já foram mencionados os benefícios da aplicação dos fosfitos (Pantoja, 2019).

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