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quinta-feira, março 28, 2024
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Gotejamento garante altas produtividades

Mário Calvino PalombiniEngenheiro agrônomovermelhonatural@hotmail.com

Morango – Foto: Shutterstock

A cultura do morangueiro é altamente exigente em água. Possui um sistema radicular superficial que não lhe confere capacidade significativa de obter água nas profundidades do solo, elevado crescimento de planta e absorção de água, quando em condições favoráveis. Isso ocorre pela alta densidade de estômatos na folha (estrutura responsável pela evapotranspiração).

Esta é uma planta dotada de alta necessidade de respiração do sistema radicular, não permitindo a encharcamento do solo. Estes fatores não tornam viáveis o seu plantio sem a utilização de irrigação e exige um manejo de alta complexibilidade. 

Como os sistemas de produção são divididos em dois modelos, plantio no solo e fora de solo, estas explanações serão divididas em duas partes.

Produção em solo

O sistema de produção no solo é de menor complexibilidade, mas possui suas particularidades. O primeiro fator são as características de solo. Nos arenosos, a água na irrigação possui tendência de se transcolar de forma mais vertical que em solos argilosos.

Neste caso, a distância entre bicos de irrigação deve ser menor. Em solos argilosos, para que a água possua maior translocação lateral, é necessário um trabalho de preparo de solo mais apurado, com uma maior pulverização de solo.

Em solo com torrões, a água tem a tendência de se transcolar diretamente para o subsolo, não deixando-a disponível para a planta.

O regime composto pelo tempo e intervalo de irrigação está diretamente vinculado a vários fatores simultâneos, como o volume de solo disponível pela planta, que no caso é entorno de 50 litros, o volume de massa foliar, que é responsável pela evapotranspiração, e as condições climáticas, no caso de variedades de dias neutros, umidade relativa do ar, temperatura e radiação solar.

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No caso de variedades de dias curtos, deve-se incluir as horas de radiação solar diárias. Estes fatores devem ser analisados juntos para as tomadas de decisão. O recomendado, para definir o sistema de rega, é a utilização de um densitômetro de controle de irrigação.

A instalação do projeto de irrigação ou fertirrigação deve ter um acompanhamento técnico para definir o dimensionamento das estruturas, equipamentos e da bomba de água, conforme a área plantada, disponibilidade de água e as necessidades da cultura.

Fora do solo

No caso do sistema fora de solo, o nível de complexidade é maior, principalmente porque a quantidade de substrato por planta é de três a seis litros por planta. No substrato profissional, por não ser solo, não possui CTC (capacidade de troca de cátions) e fertilidade natural, tornando-se necessário aplicar, obrigatoriamente, uma solução nutritiva.

Os intervalos e os períodos entre fertirrigações são menores, e as necessidades de aeração do substrato e o risco de asfixia do sistema radicular por excesso de umidade são maiores. Como se trata de solução nutritiva, ocorre o risco maior de salinização (excesso de nutrientes), desequilíbrio nutricional, alterações no pH e deficiência nutricional.

O manejo da quantidade perdida de solução nutritiva na drenagem é um fator crucial para o equilíbrio da solução nutritiva no substrato e o excesso de perda para o meio ambiente.

 A vasão e distanciamento entre bicos são pontos cruciais para a resposta adequada da fertirrigação, podendo variar conforme a qualidade e quantidade de substrato por planta, as condições climáticas e a variedade utilizada. 

Central de fertirrigação

A central de fertirrigação tem dimensionamento da estrutura diferente do utilizado no solo. Em sistemas fora de solo, estas estruturas devem permitir o manejo eficiente de períodos menores de irrigação. O recomendado é que seja em segundos e uma maior quantidade de fertirrigações por dia, sendo recomendados intervalos entre irrigações regulados em minutos e horas.

A estrutura de injeção de adubos deve permitir um equilíbrio entre nutrientes mais apurado, respeitando a compatibilidade na mistura de adubos, quando se tratam de soluções concentradas e as necessidades de regular o pH da solução nutritiva.

Todos estes fatores devem ser acompanhados e definidos por profissionais qualificados para esta atividade, garantindo ao produtor os melhores resultados possíveis dentro das condições locais.

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