Glaucio da Cruz Genuncio
Doutor em Nutrição Mineral de Plantas e professor de Fisiologia Vegetal e Fruticultura Tropical – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
glauciogenuncio@gmail.com
A automação na irrigação permeia o uso de tecnologia para avaliação do potencial hídrico do solo. Assim, a tensiometria é a principal técnica a ser aplicada.
O conhecimento de valores adequados para cada estádio de desenvolvimento da cultura é de extrema importância para a programação da automação e, consequentemente, aplicação da água via irrigação.
Obviamente, a aplicação associada de conceitos como Kpa da cultura e utilização do tanque classe A, dentre outros, sempre servirá de base para a tomada de decisões quanto ao manejo da irrigação na horticultura.
Lembrando que o sistema exige técnica operacional e, assim, conhecimento específico do operador para a tomada de decisão. Portanto, o treinamento de mão de obra operacional é fundamental. Ainda me arrisco a afirmar que a automação não será a solução da melhoria da eficiência do uso da água, caso o operador não saiba operar a tecnologia adquirida.
A medição do potencial hídrico do solo e a aplicação de água em função deste monitoramento é, de forma geral, a melhor tecnologia a ser destacada como revolução da horticultura.
Benefícios da irrigação automatizada
A automação proporciona uma eficiência do uso de água às plantas hortícolas. Ao se operar um sistema de irrigação de forma manual (com o uso de temporizadores, lisímetros, dentre outros) aumenta-se a margem de erro, caso este sistema não tenha cálculos no manejo de irrigação feitos por profissionais especializados na área.
A água é o fator que mais restringe a produção, produtividade e qualidade de frutos, seguida do nitrogênio. Com isso, o uso adequado deste recurso finito e essencial é fundamental para o atendimento da demanda de água nas diversas fases de crescimento e desenvolvimento.
Hortaliças frutíferas, como tomate, pimentão, pepino japonês, pimenta e fruticultura, de forma geral, como banana, mamão, maracujá, dentre outras, são beneficiadas pela irrigação automatizada.
Custo envolvido
Atualmente, o investimento em um sistema de irrigação automatizado, associado à fertirrigação, pode chegar entre R$ 28.000 a R$ 35.000,00 o hectare, com depreciação variando entre cinco e 20 anos, dependendo do equipamento avaliado e do sistema de irrigação (gotejo, microaspersão e aspersão).
Porém, o custo-benefício é ampliado quando se avalia aumento da produção, produtividade e qualidade de fruto. Assim, quando observamos a produção de maracujá no Brasil, que pode variar de 9,0 a 30 t ha-1, com calibres diferenciados, pode-se considerar que o manejo da irrigação é um fator de melhoria na produtividade.
Deve-se considerar, assim, que o manejo de irrigação é uma variável do sistema de produção, englobando a escolha adequada de genótipo (híbridos), manejo nutricional, manejo fitossanitário, monitoramento ambiental, eficiência de colheita e pós-colheita.
Em função do abordado, pode-se garantir que a automação é uma variável a ser considerada na escolha de um sistema de irrigação para a melhoria da horticultura brasileira.