Leticia Rodrigues de Oliveira – Engenheira agrônoma e gestora em Agronegócio – leticiaoliveira.agro@gmail.com
Bruno Henrique Leite Gonçalves – Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Horticultura e consultor em abacate – bruno_lleite@hotmail.com
A busca por alimentos mais saudáveis vem crescendo nos últimos anos, refletindo automaticamente na demanda por frutas de qualidade. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas no mundo e o abacate se destaca na sétima colocação.
Considerado um superalimento devido às próprias características nutricionais do fruto e por sua versatilidade gastronômica, o abacate nos últimos anos tem ganhado cada vez mais espaço na mesa dos consumidores brasileiros e no mercado externo. Algumas pesquisas apontam que o abacate será a fruta mais comercializada no mundo em 2030.
A cultivar Hass, ou comumente chamada de Avocado, é o abacate mais consumido do mundo, representando mais de 90% da comercialização mundial.
Cenário mundial
Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) apontam que, em 2019, a produção mundial de abacate foi de 7.308.978 milhões de toneladas. Observa-se, no gráfico a seguir, que a produção mundial de abacate quase dobrou nos últimos dez anos.
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Ano | Produção mundial (ton) | Crescimento anual |
2009 | 3.910.459 | – |
2010 | 3.880.992 | -0,76 |
2011 | 4.172.084 | 6,98 |
2012 | 4.419.029 | 5,59 |
2013 | 4.649.659 | 4,96 |
2014 | 5.177.109 | 10,19 |
2015 | 5.445.061 | 4,92 |
2016 | 5.845.892 | 6,86 |
2017 | 6.303.822 | 7,26 |
2018 | 6.893.382 | 8,55 |
2019 | 7.308.978 | 5,69 |
E em 10 anos houve aumento de aproximadamente 47% na produção de abacate, demonstrando crescente valorização e demanda pelo fruto mundialmente.
Nos dias atuais, o México é o maior produtor de abacate no mundo, seguido da República Dominicana, Peru, Colômbia, Indonésia, Kenya, Brasil, Haiti, Chile e Israel. Esses 10 maiores países produtores atualmente são responsáveis por cerca de 77% da produção mundial de abacate.
Cenário nacional
O Brasil produziu em 2019 cerca de 243 mil toneladas do fruto, com média de produtividade nacional nesse ano de quase 16 toneladas por hectare. Em 10 anos o Brasil aumentou cerca de 43% da sua produção nacional.
Os cinco maiores produtores nacionais são: São Paulo (122,9 t), Minas Gerais (69,5 t), Paraná (23,5 t), Espírito Santo (7,4 t) e Ceará (6,7 t). Produtores têm buscado aumentar a produtividade com alta tecnologia de cultivo, como: plantios adensados, levantamento de camalhão, uso de agentes biológicos no solo e folha. As novas formas de condução dos pomares têm aumentado a produtividade até 30 toneladas do abacate Hass por hectare.
Dentre os Estados acima se destacam Minas Gerais, que tem apresentado o maior crescimento de plantio de abacate devido à altitude e também ao tipo de solo, uma vez que é recomendado fazer o plantio de abacate em solos arejados.
Variedades
Existem diversas variedades (tipos) de abacate. No Brasil, as mais produzidas são Geada, Hass, Breda, Fortuna, Quintal, Ouro Verde e Margarida, onde se consegue ter uma escala de produção de janeiro a dezembro.
Essa gama de variedades, com diferentes safras, permite o abastecimento do mercado interno o ano todo, sendo que a variedade Hass é a mais destinada à exportação atualmente.
Exportação
Atualmente, o País é o 20º maior exportador de abacate do mundo, com um montante de exportação em 2019 de 10 mil toneladas, o que rendeu 19,5 milhões de dólares para o País, obtendo um crescimento de 71% no decorrer de 10 anos.
Apesar do crescimento exorbitante na exportação nos últimos anos, a exportação brasileira de abacate ainda representa cerca de 4% da produção nacional, demonstrando grande oportunidade na abertura de novos mercados internacionais para o fruto.
Além disso, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), houve uma queda de 45% nas exportações no primeiro trimestre de 2020 para 2021, o que pode ser explicado pelo cenário atual decorrente da pandemia, onde as relações de comércio internacional foram afetadas.
Por mais que tenha havido queda nas exportações de 2020/21, a produção nacional encontra-se em constante crescimento e estima-se que o comércio de exportação se recupere até o primeiro bimestre de 2022.