Rodrigo Vieira da Silva
Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor – Instituto Federal Goiano – Campus Morrinhos, Morrinhos (GO)
rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br
Gabriela Araújo Martins
gabriela.martins@estudante.ifgoiano.edu.br
Ana Paula Gonçalves Ferreira
ana.goncalves@estudante.ifgoiano.edu.br
Isabeli Barbosa Brito
isabeli.brito@estudante.ifgoiano.edu.br
Graduandas em Agronomia – IF Goiano – Campus Morrinhos
O milho (Zea mays) representa uma das culturas agronômicas mais importantes no Brasil e no mundo. Este fato é devido a sua constituição nutricional e as suas diversas formas de utilização, as quais incluem a alimentação humana, animal e industrialização.
Atualmente, o Brasil se destaca como o terceiro maior produtor mundial de milho, além de ser o segundo cereal mais cultivado no País, com área total de aproximadamente 20 milhões de ha (CONAB, 2022). A produção estimada para este ano é de cerca de 120 milhões de toneladas, com uma média de produtividade de 5,5 t ha-1, todavia, os produtores mais tecnificados atingem produtividade acima de 10 t ha-1 (Conab, 2022). A expectativa positiva se deve às condições de clima favoráveis, especialmente na região centro-oeste.
Os métodos para aumentar a produtividade e, consequentemente, a produção evoluíram tanto em tecnologia de campo quanto em melhoramento genético. Diversas metodologias estão sendo disseminadas, com destaque para o uso de cultivares transgênicos, a fertilização otimizada e controle de pragas, doenças e plantas daninhas.
Perspectivas positivas para o grão
A safra nacional de milho em 2022 já teve início com preços acima da média histórica. Segundo pesquisadores do Cepea, no primeiro semestre deste ano, em razão dos baixos estoques e da crescente demanda, deverão manter em alta as cotações do produto.
Vale ressaltar que no segundo semestre deste ano pode haver uma maior pressão sobre os valores, em razão da invasão russa na Ucrânia. Todas as estimativas oficiais em relação ao milho indicam produção e exportações recordes no Brasil.
Destaque para a região centro-oeste
A produção e produtividade da cultura do milho no Brasil, nas últimas safras, vem experimentando aumentos significativos decorrentes da evolução do sistema de cultivo, da disponibilidade de variedades mais produtivas e melhor adaptadas às diferentes regiões, da mecanização, do aumento da área de plantio, do cultivo na segunda safra (safrinha) e do avanço da cultura para novas regiões do centro-oeste e nordeste.
No Brasil, a região centro-oeste se destaca como o principal polo produtor de milho, representando cerca de 50% de toda a área cultivada. Além disso, a mesma é responsável por 55,3% de toda a produção de milho do País. Vale ressaltar que na safra 2021/22 a área cultivada na região centro-oeste aumentou em 6 %, enquanto a produção e produtividade aumentaram 33,2 e 25,6%, respectivamente.
Este fato pode ser explicado devido ao rigoroso manejo da fertilização e fitossanitário adotado durante o ciclo de cultivo da cultura, além das condições climáticas favoráveis, principalmente chuvas bem distribuídas.
Tabela 1. Evolução da produção de milho verão e segunda safra no Brasil nos anos de 2014 a 2022.
Manejo para aumentar a produtividade
Para obter alta produtividade e rentabilidade com a lavoura de milho é necessário, inicialmente, realizar um bom planejamento. Definir se o milho será safra ou safrinha é o primeiro passo, visto que o milho safra é cultivado entre os meses de outubro e dezembro e o milho safrinha entre janeiro e abril.
Diferentes épocas de plantio vão exigir diferentes tipos de manejo, isto pois o milho safrinha sofrerá com maior déficit hídrico e menor porcentagem de luminosidade devido a sua época de plantio, o que acarretará diferentes formas de cultivo a fim de tornar a produção rentável ao produtor.
Realizar uma análise de solo é fundamental para estudar as deficiências nutricionais da área. Com base nos dados disponibilizados na análise, é possível identificar quais os tipos de tratos culturais serão necessários para aquela área. Por meio da análise, pode-se fazer uma adubação certeira de acordo com a dosagem necessária em determinado local.
As condições climáticas de uma determinada área são fatores fundamentais, visto que a cultura necessita de luz, temperatura e precipitação pluviométrica para atingir altos níveis de desenvolvimento e produção. A temperatura é uma característica que intervém diretamente no desenvolvimento e produtividade da cultura.
O processo metabólico é mais acelerado quando a temperatura é elevada e tende a diminuir no período frio. A temperatura adequada para o melhor desenvolvimento do milho compreende entre 24 a 30°C.
O milho é uma cultura que apresenta elevada demanda por água. Em seu período inicial de desenvolvimento, o consumo de água por parte da planta é de 2,5 mm/dia, porém, a quantidade ideal a ser consumida pela planta é de aproximadamente 600 mm. Anualmente, o consumo varia entre 250 a 5000 mm.
Portanto, escolher o momento ideal para realizar o plantio é fundamental para garantir uma alta produtividade. Na região centro-oeste, o momento indicado para realizar a semeadura do milho safra é entre outubro e novembro, já o milho safrinha pode ser cultivado entre os meses de janeiro e abril.