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quarta-feira, maio 8, 2024
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Molibdênio: melhor vigor e germinação da soja

João Augusto Dourado Loiola
Graduando em Engenharia Agronômica – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
joaoaugustodourado@gmail.com
Júlio César Ribeiro
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia, pesquisador e consultor
jcragronomo@gmail.com

Foto: Shutterstock

Os solos brasileiros são, em sua maioria, altamente intemperizados, com alta acidez trocável e geralmente pobres em micronutrientes, como o molibdênio (Mo). Desta forma, faz-se necessário nesses solos a nutrição da cultura da soja por meio de adubação via solo e foliar.

São formas de contornar esta problemática e nutrir com eficiência a cultura afim de atingir altas taxas de germinação e produtividade.

A simbiose entre bactérias fixadoras de nitrogênio (Rhizobium e Bradyrhizobium) com a cultura da soja é, há muito tempo, conhecida como altamente eficiente na disponibilização de nitrogênio.

O molibdênio é um micronutriente essencial, que participa de importantes processos metabólicos na cultura da soja, inclusive do nitrogênio, sendo indispensável no planejamento da adubação. O molibdênio participa de reações enzimáticas no metabolismo da cultura, como por exemplo, é requerido pela enzima redutase nitrato na redução do nitrato a nitrito.

A concentração de molibdênio nos nódulos das raízes chega a ser 10 vezes superior aos teores do elemento encontrado nas folhas da cultura da soja.

Vigor e germinação

A potencialização da concentração de molibdênio nas sementes de soja é uma alternativa para intensificar os processos enzimáticos iniciais da germinação, bem como aumentar o vigor da plântula.

A adubação com molibdênio pode ocorrer via foliar, via tratamento de sementes ou via solo. Tratamentos via semente possibilitam o contato direto da semente com o micronutriente.

Diversos estudos demostram que a reserva de molibdênio presente na semente de soja é suficiente para a planta crescer e desenvolver-se sem depender de aplicações externas deste micronutriente por pelo menos uma geração, não interferindo na produtividade da cultura.

Os níveis críticos de molibdênio nas plantas em geral está em torno de 0,1 a 0,5 mg kg-1 de matéria seca, a depender da cultura. Pesquisas indicam que sementes ricas neste micronutriente possuem cerca de 7,6 mg kg-1 de semente.

Já sementes com teores médios apresentam de 7,6 a 0,25 mg kg-1. O nível de crítico de molibdênio na semente de soja está em torno de 3,5 µg semente-1. Teores abaixo deste nível impossibilitam o correto funcionamento metabólico da semente de soja.

Relação com a produtividade

O crescimento e desenvolvimento da cultura da soja é influenciada pelos diferentes teores de molibdênio presentes no metabolismo vegetal. O molibdênio está diretamente ligado à absorção de nitrogênio pela cultura da soja, e consequentemente ligado à quantidade e ao peso de grãos produzidos.

Foto: Shutterstock

O enriquecimento dos grãos de soja com molibdênio por meio da adubação foliar já é bastante conhecido. A escolha da melhor época de aplicação é fator determinante para alcançar altas concentrações de molibdênio na soja.

Estudos indicam que quando aplicados 0, 400, 800 e 1.600 g ha-1 de molibdênio foram observadas concentrações de 2, 9, 17, 30 µg g-1 do micronutriente, respectivamente. Quando aplicados 800 g ha-1 de molibdênio divididos em duas aplicações, é o suficiente para alcançar altas concentrações do nutriente na semente de soja.

Manejo

A adubação pode ser realizada com pulverizadores agrícolas. Aplicação de 400 g ha-1 de molibdênio no estádio R3 (início do desenvolvimento das vagens) e outra aplicação no estádio R5.3 (granação com percentual entre 26 a 50%) tem demostrado bons resultados produtivos.

É recomendada, ainda, a utilização de fontes de molibdênio solúveis em água, com intervalo entre aplicação de no mínimo 10 dias.

A época de aplicação deve ser a adequada fisiologicamente, para que se obtenha a maior eficiência de absorção e translocação do molibdênio. O planejamento da aplicação deve ser realizado com cautela, a fim de evitar desperdícios do produto no campo.

O produtor está sujeito a intempéries climáticas, que podem acabar diminuindo a eficiência de aplicação e absorção do produto. Deve-se estar atento à regulagem dos pulverizadores, para que a dose de molibdênio por hectare seja aplicada de maneira homogênea.

A adubação foliar deve ser realizada em períodos de ventos amenos, evitando perdas por deriva do adubo foliar. Deve-se ainda, estar atento à formulação do produto que será utilizado, a fim de manejar a aplicação de forma eficiente.

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