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Novos patamares de rendimento e estabilidade na cultura do trigo

 Divulgação Biotrigo/Gui Benck

Pelo segundo ano consecutivo, a produção brasileira de trigo registrou o maior número da sua história, com 9,7 milhões de toneladas colhidas, de acordo com dados da Conab. Entretanto, a safra do cereal no Paraná foi marcada por desafios, especialmente na fase final da colheita, com a ocorrência de chuvas. Segundo o gerente regional norte da Biotrigo, Bruno Alves, mesmo com essa situação adversa, no geral, o saldo final da safra foi positivo. “Como média no Paraná, tivemos bons rendimentos por hectare, devido a uma ótima condição de campo durante a fase vegetativa da cultura”, destaca. Conforme Alves, o mercado já sinaliza um crescimento de área de trigo para a próxima safra, o que é explicado pela frustração de produtores com o milho segunda safra nas regiões de transição do estado, o que acaba por liberar parte da área para o trigo. “Além disso, a previsão de aumento de área é reflexo de bons preços e projeção de queda do custo para implementação da lavoura, especialmente no que se refere aos fertilizantes. Isso deve fazer com que o nível de investimento permita com que a genética expresse sua evolução no potencial de rendimento construído nos últimos anos”, comenta.

Essa evolução é vista nas novas tecnologias em trigo que serão apresentadas na 35ª edição do Show Rural Coopavel, que buscam se adequar às diferentes demandas dos produtores. Uma delas é o TBIO Motriz, cultivar que entrará em multiplicação neste ano. O material é considerado a evolução de TBIO Toruk, importante cultivar da triticultura paranaense e brasileira. Para o produtor rural de Manoel Ribas, município da região central do estado, Fernando Stopasol, Motriz superou as expectativas em termos de produtividade. “Sempre semeei Toruk. Em alguns anos, até em 100% da minha área. E Motriz se provou superior em vários quesitos”, aponta.

O agricultor, que obteve 94 sacas por hectare em uma área experimental da cultivar, enfatizou o teto produtivo e o pacote fitossanitário do material. “A sanidade da cultivar se comparada com Toruk e até mesmo com TBIO Ponteiro foi melhor. Percebi as folhas verdes até o final. Para mim, foi uma experiência muito satisfatória. É um excelente material e me deixou muito feliz pela sua produtividade”, acrescenta Stopasol, que semeará metade de sua área com Motriz em 2023. O gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner, ressalta que Motriz apresenta relevantes avanços em produtividade e sanidade quando comparado ao seu antecessor. “Isso, junto ao seu ciclo médio/tardio, vem trazendo mais segurança no campo, fator fundamental ao agricultor, ainda mais em um contexto que sinaliza um potencial aumento de investimento na cultura”, afirma.

Evolução no segmento de trigos branqueadores

A consolidação da cultura do trigo como opção no inverno passa pela experiência do agricultor. Essa experiência possui alguns pilares importantes para que ela possa ser bem-sucedida. Um deles é o econômico, que possui relação direta com as demandas do comprador daquele grão e seu destino. Isso, por sua vez, pode influenciar na escolha da cultivar a ser semeada. É o caso de variedades com a característica de farinha branqueadora, utilizada pela indústria para corrigir a cor das mesclas. E, conforme Wagner, esse segmento vem tendo uma importante valorização na comercialização da safra paranaense de 2022. “Em algumas regiões, nas últimas semanas, os preços de trigos branqueadores chegaram a um acréscimo de 20% quando comparados a trigos de outros segmentos”, conta. De acordo com o coordenador técnico do programa de fomento a trigos branqueadores da Cocamar, Rafael Furlanetto, um dos maiores desafios das obtentoras genéticas de trigo é lançar cultivares especiais, como os branqueadores, mas com características agronômicas e de rendimento iguais ou melhores aos materiais mais semeados no mercado. “Nos últimos anos, vem sendo lançadas variedades que têm entregado produtividades muito próximas ou até maiores aos materiais referência da região. Isso motiva o produtor a continuar em projetos especiais e na cultura”, indica.

Um desses lançamentos será apresentado nesta edição do Show Rural. Trata-se de TBIO Capaz, cultivar que também entrará em multiplicação em 2023. O material, caracterizado por sua alta eficiência produtiva, conta com ciclo superprecoce, farinha branqueadora e apresenta um pacote agronômico equivalente a materiais de portfólio. “Com TBIO Capaz, o agricultor não abre mão de nada para ter o benefício da valorização de um trigo branqueador, como ocorria há alguns anos. Esse é o grande destaque dessa cultivar, que se apresenta muito competitiva agronomicamente, com tipo de planta arrojado, pacote fitossanitário equilibrado e ótimo potencial de rendimento”, finaliza Wagner.

Painel Trigo: oportunidades e desafios

Dentro da programação do Show Rural, ocorrerá a segunda edição do painel Trigo: oportunidades e desafios. O evento, promovido pela Biotrigo, em conjunto com o Sinditrigo/PR, reúne representantes da indústria moageira do Paraná. O painel será realizado na próxima terça-feira (7), a partir das 9h, no auditório da Casa Paraná Cooperativo.

Biotrigo no Show Rural

Segundo Alves, a feira é reconhecida pelos produtores como uma vitrine de novas tecnologias, as quais serão realidade no campo dentro dos próximos anos. “É de grande importância a Biotrigo estar presente em mais uma edição do Show Rural Coopavel para apresentar as novas opções em genética na cultura do trigo e para escutar as demandas dos agricultores, com o objetivo de que elas sejam repassadas ao melhoramento genético. Assim, podemos seguir levando as melhores ferramentas e informações de manejo para suprir as necessidades dos produtores”, diz. A Biotrigo estará localizada na Avenida Show Rural, próxima ao Sindicato Rural.

Data: 6 a 10 de fevereiro de 2023

Local: estande da Biotrigo – Avenida Show Rural, próximo ao Sindicato Rural

Horário: 8h às 18h

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