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Nutrição da gravioleira

Bianca Cavalcante da SilvaDoutoranda em Agronomia/Ciência do Solo – FCAV/UNESPbianca.cavalcante@unesp.br

Thiago Feliph Silva Fernandesthiagofeliph@hotmail.com

Antonio Santana Batista de Oliveira Filhoa15santanafilho@gmail.com

Mestrandos em Agronomia/Produção Vegetal – FCAV/UNESP

Graviola – Crédito: Freepik

O manejo correto garante ao produtor o produto final de qualidade e quantidade na mesa, e atrelado a isso, a nutrição mineral é um fator primordial para que essa produtividade seja alcançada.

A deficiência nutricional ou a aplicação excessiva de fertilizantes ou, ainda, desequilibrada pode afetar a qualidade, como, por exemplo, o teor de açúcares, a firmeza da massa, as cores externa e interna e rachaduras nos frutos.

Dessa forma, o desenvolvimento da graviola acontece em climas com temperaturas variando de 21°C a 30°C, não suportando quedas de temperatura. Desenvolve-se muito bem em regiões quente-úmidas. Altitudes de até 1.200 m e precipitações superiores a 1.000 mm anuais não limitam a gravioleira, desde que não ocorram durante a frutificação.

Para produção dos pomares de graviola, é necessário que se faça análise do solo, amostrando-se, por talhão, 20 pontos (amostras simples) para compor a amostra composta que representa a área. 

A área deve ser previamente limpa, arada e gradeada. Sabe-se que a acidez é um dos principais fatores da baixa produtividade das culturas nos solos brasileiros, sendo, pois, imprescindível a realização da calagem.

Para o cultivo de anonáceas em condições brasileiras, a faixa de pH deve estar entre 6,0 e 6,5. Pode-se inferir que a calagem deva ser feita para elevar a saturação por bases da camada arável a 50%.

Anote aí

Para o cálculo da necessidade de calcário (NC), utilize a fórmula:

                          T (V2 – V1)

N.C. (t/ ha) = ———————— onde:

                                PRNT

N.C = Necessidade de calcário em t por hectare

T = capacidade de troca de cátions; T= S + (H + Al+3);

S = Ca+2 + Mg+2 + Na+

V1 = valor da saturação por bases do solo antes da correção

V2 = valor da saturação por bases desejada a 50%

PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário

Alguns autores, como Viégas e Frazão (2004), citam que deve ser realizada a calagem 60 dias antes do plantio. Por outro lado, Rozane e Natale (2014) citam que a correção da acidez deve ser de, no mínimo, 90 dias antes do plantio.

É de grande valia que as mudas para a implantação do pomar sejam enxertadas e adquiridas de viveiristas idôneos, pois é o que garante o sucesso do empreendimento frutífero. Sacramento, Moura e Coelho Júnior (2009) recomendam que pomares comerciais sejam formados a partir de mudas propagadas vegetativamente, pois são geneticamente superiores.

Início do pomar

Para implantação do pomar, deve-se escolher o espaçamento de 5,0 x 5,0 m, tendo produtores que optam por espaçamentos maiores, como 6,0 x 5,0 m ou 6,0 x 6,0 mm para utilizar as entrelinhas com o plantio de outras culturas e também para facilitar o acesso de tratores e implementos, permitindo o melhor manejo e diminuindo o entrelaçamento das copas.

Realizar a cova em 40 x 40 x 40 cm, e/ou em uma produção mecanizada utilizar um sulcador acoplado a um trator, realizando um sulco de 40 cm na base superior e de 40 cm de profundidade (40 x 40 x 40 cm).

Adicionar à cova, como indicado por Viégas e Frazão (2004), 10 litros de esterco de curral curtido, ou 3,0 litros de esterco de galinha e 50 g por planta em solo com 0 – 10 mg dm-3 de fósforo (P), com 11 – 20 mg dm-3 de P, aplicar 30 g por planta e mais 20 mg dm-3 de P, e 15 g por planta de superfosfato triplo ou fosfato natural.

Por outro lado, segundo Rozane e Natale, (2014), cada cova deverá receber 20 L de composto orgânico curtido à base de esterco bovino; 180 g de P2O5 por cova na forma de superfosfato simples; 2,0 g de Zn (sulfato de zinco) e 1,0 g de B (ácido bórico).

Salienta-se que não deve ser aplicado calcário na cova de plantio, especialmente junto com fontes de fósforo.

Após o transplantio

Entre 35 e 40 dias após o transplantio das mudas para o campo, aplica-se 140 g de N e 112 g de K2O por planta, parceladas em quatro vezes a cada 30 dias, na forma de ureia e cloreto de potássio, respectivamente (Rozane, 2008).

A adubação de potássio (K) no primeiro ano, segundo Viégas e Frazão (2004), deve ser feita de acordo com a análise de solo. Indica-se de 0 a 40 mg dm-3 de K, aplicando 70 g por planta. Já se estiver entre 41 – 90 mg dm-3 de K, aplicar 50 g por planta e mais 90 mg dm-3 de P, aplicando 25 g por planta de cloreto de potássio. O fertilizante fosfatado deve ser aplicado de uma só vez, no início do período chuvoso.

Os fertilizantes devem ser aplicados no início das chuvas ou no final da estação chuvosa, quando a precipitação pluviométrica diminui. Os fertilizantes contendo nitrogênio, potássio e magnésio devem ser parcelados em duas aplicações. A adubação de formação do pomar depois da fertilização do pós-plantio, esperando vigor nas mudas na fase inicial, é realizada segundo a análise de solo (tabela 1).

Se possível, realizá-la anualmente, distribuindo e incorporando 1/3 para dentro e para fora do raio de projeção da copa da gravioleira sem incorporação, a fim de que não haja danos ao sistema radicular superficial, evitando disseminação de pragas e doenças.

A partir do segundo ano, aplicar o sulfato de magnésio, sendo a quantidade de MgO correspondente a 1/3 de K2O e 60 g por planta de nitrogênio (N) (Viégas e Frazão, 2004).

Tabela 1. Recomendação de adubação para gravioleira em função da análise do solo.

Idade   P2O  K2O
N P no solo (mg dm-3) 0-10      11-20      >20 P no solo (mg dm-3) 0-40      41-90      >90
  1° ano   40   50   30   15   70   50   25
  2° ano   60   80   40   20   100   60   30
3° a 4° ano   80   100   50   25   130   70   35
5° a 6° ano   100   120   60   30   160   90   45
7° ano em diante   120    120   60   30   190   100   50

Fonte: Viégas e Frazão, (2004)

As anonáceas são exigentes em boro e zinco. Para evitar esta deficiência nas plantas é necessário manter os níveis mínimos no solo de 0,4 mg/dm3 de B (extrator água quente) e de 1,0 ou 1,4 mg/dm3 de Zn, respectivamente, para os extratores DTPA e Mehlich-1 (Raij et al., 1997).

Os micronutrientes devem ser aplicados em pomares de graviola em produção, segundo Galrão (2004), que recomenda 2,0 g de boro, 3,0 g de cobre, 4,0 g de manganês e 5,0 g de zinco por planta em cobertura. Indica-se que os fertilizantes sejam solúveis e a aplicação realizada com o auxílio de uma barra de herbicidas acoplada a um trator, a fim de que haja distribuição homogênea dos adubos na projeção da copa das plantas.

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