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Fernando S. Bacilieri
Engenheiroagrônomo, M.Sc. e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
José Geraldo Mageste
Engenheiroflorestal, doutor em Ciências Florestais eprofessor da UFVJM Ã disposição da UFU
A adubação foliar pode ser definida como o fornecimento de nutrientes para as plantas na forma de pulverização, aproveitando a capacidade de absorção pelas folhas.Bons resultados podem ser obtidos pela adubação foliar quando se consegue aplicar o nutriente necessário no local adequado, na época certa, na quantidade correta e ainda se dispuser de tempo suficiente para a absorção.
A “adubação foliar corretiva“ tem como objetivo corrigir deficiências nutricionais que possam eventualmente ocorrer durante o ciclo da planta (adubação de salvação). Nesta fase está um dos empregos mais importantes da adubação foliar, visto que a resposta das plantas a esta prática é rápida, sendo possível corrigir as deficiências durante o desenvolvimento da cultura. Via solo, a resposta seria mais lenta e com certeza as perdas em produção bem maiores.
Obstáculos
As florestas cultivadas geralmente se encontram em áreas de solos com problemas de acidez e toxidez por alumÃnio que resultam em más condições de fertilidade e baixa disponibilidade dos nutrientes. Além disso, fatores ambientais, como deficiências hÃdricas e altas temperaturas, dificultam a absorção de nutrientes e têm sido importantes redutores da produção de florestas.
Os avanços no melhoramento genético vegetal resultaram em espécies florestais produzidas com maior potencial genético, porém, mais exigentes sob o ponto de vista da nutrição vegetal.
Muitas vezes a fertilização feita somente nos primeiros meses de crescimento da floresta é insuficiente para atender a demanda nutricional, ficando a produtividade ao longo dos anos comprometida. Desta forma, a adubação foliar é imprescindÃvel, pois o fornecimento de nutrientes via foliar possibilita manter o equilíbrio nutricional durante todo o ciclo e promover incrementos de produtividade.
Resultados na prática
Para a tomada de decisão de aplicação de nutrientes via adubação foliar a análise de folhas é uma ferramenta muito importante na avaliação do estado nutricional da planta, uma vez que as folhas representam o principal compartimento da planta relacionado com seu potencial produtivo e complementa as informações obtidas pela análise do solo.
Recomenda-se coletar uma folha de cada ponto cardeal do terço superior da copa, no antepenúltimo lançamento de folhas dos galhos, no fim do inverno e de 20 árvores de cada área. Estas áreas devem ser homogêneas quanto ao tipo de solo, condições climáticas, topografia e com históricos similares.
Determinado o estado nutricional de uma floresta, facilmente podem-se identificar as causas que influenciam a produtividade e, desta forma, realizar os ajustes necessários visando corrigir desequilíbrios nutricionais, caso estes venham a ser identificados por meio das análises.
Ganhos produtivos
Uma das vantagens mais enfatizadas da adubação foliar é o alto Ãndice de utilização, pelas plantas, dos nutrientes aplicados nas folhas em relação à aplicação no solo.
No solo, os nutrientes estão sujeitos a reações de insolubilização ou de perdas por lixiviação, ao passo que quando aplicados nas folhas são, em grande parte, absorvidos. Assim, as doses necessárias na adubação foliar são menores do que na adubação no solo.
Contudo, os efeitos residuais da adubação foliar são muito pequenos ou nulos, o que exige grande frequência de aplicações. Na adubação foliar, diferentemente da aplicação no solo, uma distribuição uniforme é facilmente obtida.
Aplicação
Os produtos usados na adubação foliar podem ser simples (contêm apenas um elemento principal, macro ou micronutriente), ou produtos mistos (contêm dois ou mais nutrientes, que podem ser macro ou micro). Podem ser encontrados no comércio no estado sólido ou líquido, dissolvidos ou diluÃdos em água, preparando-se a solução na concentração desejada.