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O agronegócio e o novo cenário político

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Por: ASCENZA – Kassiane Bonissone

Em meio a expectativa de uma safra recorde de grãos na temporada 2022/23, o setor segue trabalhando a todo vapor e aguardando as definições sobre o futuro do País nos próximos quatro anos.

Segundo projeções da Conab, a temporada de grãos 2022/23 deve chegar a uma produção de 313 milhões de toneladas, quase 42 milhões de toneladas a mais que na safra anterior. Estes números comprovam que o nosso agro ganhou vida e dinâmica próprias. Dado o seu tamanho, sua dependência do mercado doméstico, em termos relativos, é cada vez menor. Assim, a situação de oferta e demanda nos demais países passa a ser determinante para o maior ou menor crescimento do agro brasileiro. Instabilidades na geopolítica internacional, crises de abastecimento, taxa de desenvolvimento do PIB (e da renda per capita) em escala global, são fatores determinantes para os rumos do setor no futuro imediato.

Cenário atual

Para o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o próximo presidente terá o privilégio de contar com uma bancada na Câmara dos Deputados e no Senado bastante afinada com as demandas legítimas das cadeias produtivas do agro. Entre elas, destaca-se o maior apoio à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, base do crescimento da produção agropecuária tropical sustentável. “Política de renda suportada por um seguro rural bem mais robusto e abrangente do que tem sido é essencial para o crescimento do crédito privado ao campo”, disse.

Ainda segundo Rodrigues, é fundamental uma ação diplomática robusta que consolide acordos comerciais com grandes países importadores, a exemplo do acordo UE/Mercosul.Neste terreno deve ficar clara a não tributação das exportações e seu não contingenciamento. “Além disso, investimentos em logística e infraestrutura serão bem-vindos, sobretudo na grande fronteira do Centro-Oeste e do Matopiba”, destacou.

O ex-ministro reforça ainda a importância que o novo governo tem que dar aos pequenos produtores rurais que estão fora do mercado e vivem em situação difíceis. “Para isso o apoio ao vigoroso e progressista movimento cooperativista é a melhor receita possível. São ações que se bem-sucedidas podem trazer o reconhecimento no mundo inteiro”, acrescentou

Mais ações

Fora do âmbito do Ministério da Agricultura há aspectos nos quais o governo pode ajudar o agro brasileiro a obter um novo salto de patamar, tanto no mercado doméstico, quanto internacional. Entre as iniciativas, destaque para:

– Abertura de novos mercados e consolidação dos existentes, novas oportunidades de ocupação de espaços mercadológicos, como bioeconomia, aquicultura, fruticultura e plantas ornamentais;

– Investimentos em infraestrutura e logística para o transporte de insumos, estocagem e escoamento de safras, o que abarca silos e armazéns, hidrovias, ferrovias, rodovias, portos e aeroportos à altura da pujança do agro brasileiro

– Investimentos em energia, comunicação e avanços tecnológicos para que os sistemas de produção e as cadeias produtivas possam operar no estado da arte;

– Redução do custo Brasil, que inclui reformas, desburocratização e apoio às ações para tornar o agro brasileiro cada vez mais competitivo.

Independentemente do novo cenário político no Brasil, temos que seguir fazendo aquilo que sabemos de melhor: alimentar o mundo com responsabilidade. Bilhões de pessoas pelo planeta dependem do agro brasileiro, portanto, a luta diária no campo continua, mas com um setor cada vez mais forte, independente e pujante que conta com as mais modernas tecnologias em produtos e serviço.

#OAgroNãoPara!

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