Aumento na demanda por matéria-prima florestal devido ao uso da biomassa florestal como fonte de produção de energia, avanço das novas fronteiras, entrada de novas indústrias e possível queda do preço de matéria-prima a longo prazo em algumas regiões. Estas são algumas decorrências previstas por Marcelo Schmid, diretor da Forest2Market do Brasil, com a aprovação do Plano Nacional de Florestas Plantadas (PNDF) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Segundo o especialista no setor florestal, entre os objetivos do PNDF está o aumento da participação do setor florestal na produção de energia. Para ele, a inclusão do setor florestal no plano de expansão da matriz energética do País representa um grande passo para o setor florestal. Como os leilões de energia do Ministério de Minas e Energia permitem contratos de longo prazo, entre 20 e 25 anos, isto provavelmente acarretará aumento na demanda por matéria-prima florestal.
Outra consequência da aprovação do PNDF é que novas fronteiras florestais, como o Matopiba (expansão de uma nova fronteira agrícola no Brasil baseada em tecnologias modernas de alta produtividade nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) se desenvolvam a partir da expansão da área plantada prevista no PNDF, em função das limitações de aumento da área plantada em Estados onde o setor florestal é tradicional (Paraná e Santa Catarina), por conta da concorrência com outros usos do solo (agricultura, áreas urbanas, etc.).
Além disso, segundo Marcelo, espera-se que novas indústrias se instalem, pois com o otimismo do setor e maior oferta de matéria-prima, algumas empresas já anunciaram expansões de suas fábricas neste primeiro semestre, e espera-se que novas indústrias se instalem no País.
Marcelo conclui que, em sendo as demais etapas do plano bem-sucedido, no longo prazo o maior equilíbrio entre oferta e demanda pode acarretar queda do preço da matéria-prima em algumas regiões.
O PNDF tem como meta ampliar a área ocupada com florestas plantadas, adicionando dois milhões de hectares até 2030, e trazer segurança jurídica para investimentos no setor.