Os números confirmam. O Brasil é, atualmente, um dos principais polos de produção e diversificação orgânica do mundo, com quase um milhão de hectares em produção. Destes, 95% são produtores de pequeno e médio porte. Estima-se que o mercado de orgânicos no mundo supere 40 bilhões de dólares por ano
No mercado interno, os orgânicos continuam em crescimento, em especial no número de unidades produtivas de agricultura orgânica e sustentável, passando para 18 mil nos últimos 12 meses, cerca de 15% de crescimento.
As 54 empresas, associadas ao Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis) e ao Projeto Organics Brasil, fecharam 2016 com faturamento de US$ 145 milhões em exportações, 9,5% menor em relação a 2015, justificado pela séria oscilação do câmbio (real-dólar), mas com 15% a mais em volume de produção exportado.
Tendência
“Em 2016, o setor faturou R$ 3 bilhões no mercado nacional e a perspectiva é chegar à taxa de crescimento na ordem de 25 a 30% em 2017. Apesar das exportações terem fechado pouco abaixo das estimativas, continuamos sendo o principal país fornecedor de açúcar, castanhas, frutas e seus derivados. Há muito espaço para crescer em exportação para a Europa, China, Oriente Médio e Ásia. A América do Norte continua sendo o mercado de maior potencial de exportação em 2017. As empresas brasileiras estão preparadas para atender todos os mercados”, explica Ming Liu, diretor do Organics Brasil e do ORGANIS, Conselho Nacional da Produção Orgânica e Sustentável.
Empresas como Triunfo do Brasil, com a maior plantação de mate orgânico do Brasil, Native – a maior produtora mundial de açúcar e álcool orgânicos, Jalles Machado – segundo maior produtor de açúcar orgânico do mundo, Resibras – uma das maiores produtoras de castanha de caju do mundo, Cione/Cicaju- a maior produtora de caju e castanha orgânica do mundo, com uma área de 32 mil hectares de caju orgânico certificado, Bela Iaça – produtora de açaí, Meripobo Agropecuária ” produtora de frutas como melão, melancia, maracujá, mamão e acerola,Nutrilite, pertencente ao Grupo Amway, maior produtora de vitamina C orgânica e várias cooperativas e associações de produtores orgânicos fazem o cenário da agricultura orgânica crescer exponencialmente e colocam o Brasil como um dos principais polos de produção e diversificação orgânica do mundo.
O IBD Certificações, empresa 100% brasileira, opera no território brasileiro e em mais de 20 países, hoje responsável por mais de 1.270 operações, prestando consultoria e trabalho de certificação em todos os continentes e para todos os produtos orgânicos.
Cenário nacional
Atualmente, há 11.084 produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, gerenciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O banco de dados é liderado pelos Estados do Rio Grande do Sul (1.554), São Paulo (1.438), Paraná (1.414) e Santa Catarina (999).
Ranking das regiões que mais produzem alimentos orgânicos no Brasil
Região | Área plantada com orgânicos |
Sudeste | 333 mil hectares |
Norte | 158 mil hectares |
Nordeste | 118,4 mil hectares |
Centro-Oeste | 101,8 mil hectares |
Sul | 37,6 mil hectares |
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Valdecir Queiroz Filho, técnico em Agropecuária, diretor da Terra Ecológica e consultor do grupo Cione, da MeriPobo e do SEBRAE para produtores orgânicos, informa que a área de produção orgânica no Brasil abrange 950 mil hectares. Nela, são produzidas hortaliças, cana-de-açúcar, arroz, café, castanha do brasil, cacau, açaí, guaraná, palmito, mel, sucos, ovos e laticÃnios.
O Brasil ainda exporta para mais de 76 países. Os principais produtos exportados são açúcar, mel, oleaginosas, frutas e castanhas, segundo Portal Brasil, com informações do Ministério da Agricultura.
Entre as regiões brasileiras que mais produzem orgânicos, de acordo com a Coagre, houve um salto de 6.700 mil unidades (2013) para aproximadamente 15.700 (2016),ou seja, em apenas três anos foi registrado mais do que o dobro de crescimento deste tipo de plantio em solo brasileiro.
No ranking das regiões que mais produzem alimentos orgânicos, o Sudeste fica em primeiro lugar, totalizando 333 mil hectares e 2.729 registros de produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO). Na sequência, as regiões norte (158 mil hectares), nordeste (118,4 mil), centro-oeste (101,8 mil) e sul (37,6 mil), segundo informa Maria Júlia Lledó, da assessoria de comunicação da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário.
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Polo orgânico
As regiões sul e sudeste continuam na frente no consumo de produtos orgânicos, mas a tendência é que, se existir oferta dos produtos, as regiões nordeste e centro-oeste tenham avanço no consumo nos próximos anos. “A dificuldade é a oferta de frutas, legumes e verduras (FLV) suficientes para abastecer estes mercados“, diz Valdecir Queiroz Filho, acrescentando: “Os produtos orgânicos mais produzidos ainda são as hortaliças, de modo geral, mas com ênfase nas folhosas. A fruticultura cresce de maneira ainda lenta para a demanda, e na sequência vêm os grãos, carnes, ovos leite e derivados“.
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