Glaucio da Cruz Genuncio
Professor de Fruticultura da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)
Elisamara Caldeira do Nascimento
Doutora em Agronomia e professora da Sesitec – MT
Talita de Santana Matos
Doutora em Agronomia
Rafael Campagnol
Professor de Olericultura ” UFMT
Selma Barboza Campos
Discente de Agronomia – Universidade de Cuiabá (UNIC)
Fertilizantes organominerais são definidos como fertilizantes orgânicos enriquecidos com fertilizantes minerais, segundo o Decreto de Lei n.º 86955, de 18/02/1982. Neste decreto supracitado, assim como a Instrução Normativa SDA/MAPA 25/2009, são descritos todos os tipos de fertilizantes e suas garantias.
Segundo o Decreto de Lei n.º 86955, os fertilizantes têm por definição serem substâncias minerais ou orgânicas, de origem natural ou sintética e fornecedoras de um ou mais nutrientes das plantas, sendo classificados como:
–Fertilizante simples: fertilizante formado de um composto químico, contendo um ou mais nutrientes das plantas;
–Fertilizante misto: fertilizante resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes simples;
–Fertilizante orgânico: fertilizante de origem vegetal ou animal contendo um ou mais nutrientes das plantas;
–Fertilizante organomineral: fertilizante procedente da mistura ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos;
–Fertilizante composto: fertilizante obtido por processo bioquímico, natural ou controlado com mistura de resíduos de origem vegetal ou animal;
–Fertilizante complexo: fertilizante contendo dois ou mais nutrientes, resultante de processo tecnológico em que se formem dois ou mais compostos químicos.
Organominerais
Em específico, os fertilizantes organominerais apresentam os principais nutrientes minerais necessários às plantas, em associação com a matéria orgânica, podendo ser oriundo de diversas fontes, potencializando assim a eficiência dos nutrientes minerais.
Ressalta-se, ainda, que a matéria orgânica presente nos fertilizantes organominerais é fator importante para a melhoria a fertilidade do solo, além de suas propriedades físicas, pois eleva a capacidade de retenção de água; promove a redução da densidade aparente do solo e o aumento da porosidade total do solo; forma agregados capazes de reduzir a erosão e aumentar a capacidade de absorção do solo; e aumenta a capacidade de troca catiônica.
Dada às suas características de melhoria física e físico-químicas de diversas classes de solo, além da fabricação voltadas para as principais culturas agronômicas, os fertilizantes organominerais podem e são utilizados nas mais diversas culturas.
O manejo, de maneira geral, é semelhante à adubação mineral. Inicialmente deve-se realizar uma análise de solo para verificar a quantidade de nutrientes que o solo será capaz de fornecer às plantas e qual a quantidade de adubo deverá ser aplicada para se ter um bom rendimento da cultura.
A análise do solo serve ainda para verificar se há acidez superficial, a qual dificulta ou impede o crescimento das raízes, fazendo com que a cultura aproveite mal o adubo aplicado ou os elementos do próprio solo.
Em seguida, realizar a calagem, caso necessário, e proceder de acordo com a recomendação. De modo geral, pode-se adotar a aplicação do fertilizante organomineral por meio da adoção de cálculos em função da curva de absorção de nutrientes específica para a cultura e outro método para a recomendação em função da consulta de tabelas preconizadas pelos manuais de adubação por estado da confederação.
Um fator a ser observado são as perdas referentes às aplicações de N (30%), P2O5 (65 a 95%) e K2O (30%) estabelecidas em função de clima, solo e manejo. Porém, o uso de matéria orgânica presente no fertilizante pode reduzir significativamente os processos de perdas destes macronutrientes, sendo esta uma vantagem no uso de fertilizantes organominerais.
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Custo envolvido
O custo envolvido na aplicação de fertilizantes organominerais está em torno de 6,0 a 12% a mais em relaçãoaos fertilizantes minerais.
Por outro lado, a matéria orgânica compostada, associada a fontes minerais, constitui uma tecnologia que aumenta a eficiência dos fertilizantes minerais, propiciando redução nos custos com adubações das lavouras e promovendo melhorias nos solos, como maior disponibilidade e fornecimento de macro e micronutrientes para as plantas, melhora da capacidade de troca de cátions do solo, aumento da atividade da biota do solo, redução da plasticidade e da coesão, aumento da retenção de água e da aeração do solo, ajudando na penetração e na distribuição das raízes das plantas, além de aumento na estabilidade e sustentabilidade do ecossistema agrícola.
O adubo organomineral é viável tanto para os pequenos e médios quanto para os grandes produtores e empresários rurais. A base do adubo é a compostagem de matéria orgânica, que é a mistura de sobras da atividade agropecuária, como bagaço de cana, palha de café, palha de milho, restos de horta agrícola, serragem e cama de frango, o que favorece a reutilização de resíduos produzidos na própria propriedade.
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Tecnologias
Novas tecnologias que favoreçam e aumentem a velocidade de decomposição da matéria orgânica, acelerando o processo de produção do fertilizante organomineral, estão surgindo.
De modo geral, a aplicabilidade desta tecnologia destaca-se pelo seu excelente custo-benefÃcio, tanto na formação de um solo mais equilibrado fisicamente como por possibilitar aumento de produtividade. Quanto às doses e dosagens especificas para os diversos cultivos, verifica-se a necessidade de avaliações de fertilidade do solo, tipo de manejo de irrigação, estimativa de produtividade, o que remete a consulta de um profissional da área, no caso um engenheiro agrônomo.