Jorge Otavio Mendes de Oliveira Junek
Mestre em Agronomia, professor da Uniaraxá, consultor e pesquisador
A matéria orgânica proporcionada pela aplicação dos fertilizantes organominerais aumenta os teores de nitrogênio, fósforo e enxofre a partir de sua decomposição e mineralização. Além disso,reduza fixação do fósforo pelos óxidos de ferro e alumÃnio, bloqueando os sÃtios de fixação com os radicais orgânicos.
Essa matéria possui, ainda, efeito quelante sobre o ferro, o manganês, o zinco e o cobre, além de aumentar a população de microrganismos benéficos ao solo e às plantas.
Contribuições para a tomaticultura
Os organominerais são produtos que se utilizam de novas tecnologias para fabricação de fertilizantes. Estes fertilizantes têm em sua constituição uma possibilidade de produtos variados, uma vez que a matéria orgânica está sempre presente.
Por conta das inúmeras possibilidades de materiais orgânicos e das inúmeras ofertas demateriais orgânicos disponíveis nomercado,umavariedademuito grande de fertilizantes organominerais vem ocorrendo.
Ocorre que, desde que a agricultura vem sendo praticada pelo homem, a utilização de matéria orgânica é sempre um recurso bem-vindo. E não poderia ser diferente, uma vez que a matéria orgânica não apenas melhora as qualidades físicas do solo, como também afeta a qualidade química, melhorando a fertilidade natural.
O tomateiro, assim como outras plantas, tem um comportamento no seu crescimento e absorção de nutrientes. Temos uma planta com capacidade de absorção e nutrientes baixa e alta necessidade denutrientes.
A princÃpio pode parecer estranho, mas uma coisa é necessidade e outra é capacidade de absorção. Apesar de ter baixa capacidade de absorção, o tomateiro tem alta necessidade de fertilidade. Destaforma,a presença de matéria orgânica emumfertilizantepode promover uma fertilidade mais adequada, principalmente nos solos do cerrado, que têm por natureza baixa fertilidade natural.
Mas, apenas e só a presença da matéria orgânica, não resolve toda a necessidade da planta. Há de se ter associadas fontes químicas capazes de suprir as necessidades da planta. Associadas à matéria orgânica, as fontes químicas podem realizar melhor a tarefa de nutrir as plantas.
Melhorias
Como comentado anteriormente, a matériaorgânica é velha conhecida daagricultura.Sema presença dela, muitodafertilidadedosoloseperde.Destaforma,aumentara presença da matériaorgânica é uma forma de aumentar a fertilidade.E como isto ocorre? Porque a matéria orgânica tempor característica sermenos densa que as partículas minerais do solo, assim, quando aplicadas reduzem a densidade do solo, o que vale dizer, aumenta os espaços vaziosparapresençadeágua.
Já é sabido que a presença de água é essencial a qualquer planta, principalmente as que estão sobre regime de escassez, como no Cerrado no período de inverno. A matéria orgânica aumenta a capacidade de troca de cátions (CTC), o que entendemos como aumento natural da fertilidade do solo.
A associação de matériaorgânicaefertilizantesquímicosvemsendofortementeinvestigada, não por acaso, pois é de conhecimento da maioria dos agricultores que a adição desta ao solo aumenta os resultados dos fertilizantes aplicados. Assim, um fertilizante que tenha associado as duas fontes é algo interessante, tanto do ponto de vista de eficiência como de custo.
Nutrição de ponta
Segundo a Embrapa Hortaliças, em cada tonelada de frutos colhidos podemos ter, em média: 03 kg de nitrogênio; 0,5 kg de fósforo; 05 kg de potássio;0,8 kg de cálcio;0,2 kg de magnésio e 0,7 kg de enxofre.Já para micronutrientes, para o mesmo peso temos: 05 g de boro; 25 g de zinco; 10g de cobre; 25 g de manganês e 25g de ferro.
Assim, é preciso repor essas quantidades de nutrientes exportadas do solo de alguma forma.Podemos fazer isso pela aplicação de produtos químicos, matéria orgânica ou organominerais.
Desta forma, podemos dizer que os organominerais são uma possibilidade que a pouco tempo não existia, mas que agora viáveis, são cada vez mais utilizados.De forma genérica, se indica a aplicação de 80 a 120 kg/ha de N, 300 a 450 kg/ha de P2O5 e 50 a 100 kg/ha de K2O. Contudo, isso pode variar caso a caso.
Sobre as quantidades necessárias a serem aplicadas, é sempre muito importante a consulta de um profissional agrônomo especializado e experiente no assunto. Isto, pois as perdas podem ter diferentes origens, podendo ir além da exportação mineral pelo fruto, como comentado anteriormente. As análises de solo envolvida são complexas e devem ser feitas com o maior rigor possível para o sucesso da recomendação, cultura e produção final.