Autores
Izabelle Rodrigues Ferreira Gomes – izabelle.rodriguesferreira@gmail.com
Cynthia Patricia de Sousa Santos – cynthiapsousas@gmail.com
Doutorandas em Fitotecnia – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
Stephanie Hellen Barbosa Gomes – Engenheira florestal e mestranda em Engenharia Florestal na Universidade Federal do Paraná (UFPR) – stephaniehellen2011@gmail.com
No Brasil, atualmente o repolho vem sendo consumido com bastante frequência nas saladas sendo servido refogado, in natura e em outras formas a partir da receita culinária e do paladar pessoal.
Essa hortaliça é formada por um conjunto de folhas que, unidas, têm um formato redondo, com potencial de auxiliar a queima de gordura, além de conter muitas outras propriedades medicinais. Rico em vitamina A, também possui vitamina C, auxilia na limpeza do sangue e estimula a digestão. Como apresentado, é um alimento de grande valor nutricional para o ser humano.
Interação do repolho (Brassica oleracea) com os nutrientes
Mencionando o termo nutricional, é importante falar da interação dos nutrientes com essa hortaliça ainda em campo, na fase de plantio do repolho. Pois bem, o repolho (Brassica oleracea var. capitata) é uma cultura muito exigente em nutrientes – o menor suprimento de algum dos nutrientes pode ocasionar em menor produtividade e baixa qualidade.
O manejo correto começa com a análise de solo para realizar as eventuais correções antes do plantio. A maior fase de absorção dos nutrientes é no início do encabeçamento até a colheita, ou seja, é necessário um solo rico em nutrientes desde o início do plantio até a etapa final, sendo a fase inicial uma das etapas primordiais para o repolho na absorção dos nutrientes.
O solo mais apropriado para o cultivo do repolho é aquele de textura média, solto, profundo e rico em matéria orgânica. O repolho é uma cultura tolerante à acidez, podendo desenvolver-se em faixas de pH entre 5.5 e 6.8.
A área de cultivo deve ser bem ensolarada, próximo a uma fonte de água limpa, contínua, situada em local que não tenha sido cultivado antes com outras brássicas, como couve, brócolis, rabanete, rúcula e outras.
A indicação para a profundidade das covas é de 10 a 15 cm de profundidade, ou sulcos, com 10 cm de profundidade, para onde serão transplantadas as mudas.
Essencialidade da nutrição
Basicamente, todos os nutrientes são essenciais para o repolho e suas aplicações feitas corretamente dão ao produtor melhores resultados. O nitrogênio e o potássio precisam ser aplicados de forma parcelada; o fósforo aplicado durante o plantio; cálcio e magnésio na correção, por meio do calcário, e complementar com fertilizantes via solo e foliar; o enxofre com aplicações parceladas; o boro, ferro, manganês, zinco, cobre e molibdênio têm em suas aplicações foliares melhores produtividades em função do pH do solo que, exceto o molibdênio, quando próximos a pH 7,0, que é o ideal para o desenvolvimento do repolho, deixa indisponível o B, Fe, Mn, Zn e Cu para a absorção via raízes.
Inovações e obstáculos
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As inovações no manejo do repolho são direcionadas para o solo, realizando uma boa adubação no perfil e as correções necessárias para receber o transplante das mudas de repolho. Os fertilizantes mais usados são os organominerais e os que têm como nutriente principal os de fontes de potássio, como o polissulfato de potássio, que além deste fornece cálcio, magnésio, enxofre e nitrogênio de liberação controlada. Assim, permite seu melhor aproveitamento.
Micronutrientes com formulações diferenciadas também podem ser considerados, assim como os aminoácidos e condicionadores de solo, os quais permitem melhor aproveitamento dos nutrientes.
Os resultados de campo, em acompanhamento aos produtores, indicam excelentes colheitas com elevada produtividade, apresentando uma excelente sanidade e uma boa pós-colheita. Os resultados práticos de campo são correção antecipada, aplicação do fósforo adequadamente, novas fontes de fertilizantes e corretivos contendo cálcio, magnésio e enxofre, uso dos micronutrientes via foliar e aplicações frequentes de boro; ferro, manganês, zinco, cobre e molibdênio.
Apesar do desenvolvimento e disponibilidade das tecnologias citadas anteriormente, é primordial estar atento aos erros cometidos, uma vez que esses podem limitar a produtividade do repolho mesmo com o uso de tecnologias.
Em geral, os problemas comumente identificados nessa cultura estão relacionados à nutrição mineral do solo, seja por déficit ou excesso dos nutrientes disponíveis a planta.
Na medida certa
A adubação excessiva de macro e micronutrientes pode gerar fitotoxidez e também provocar aumento na concentração de sais no solo, o que irá dificultar a disponibilidade de outros nutrientes em forma de cátions.
As hortaliças são plantas exigentes em potássio e, por isso, deve-se estar atento às dosagens recomendadas para evitar a deficiência de cálcio e magnésio, que também são importantes para atingir a alta produtividade e qualidade do repolho. Além do potássio, o excesso de adubação com fósforo, nitrogênio, cobre e boro traz danos à planta.
Embora os erros mais frequentes ocorram em decorrência da adubação, o manejo da correção do solo também deve ser considerado. Geralmente, a calagem realizada próxima ao plantio dificulta o desenvolvimento do repolho.
Diante disso, para minimizar os erros, o produtor deve realizar a análise de solo, buscar acompanhamento de um profissional para a recomendação das dosagens corretas, bem como o período ideal de aplicação de macro e micronutrientes de acordo com as necessidades da planta e a observação de déficit hídrico.
Você sabia?
Na cultura do repolho, os fertilizantes são responsáveis pelo terceiro maior custo de produção. Sendo assim, o manejo correto do repolho gera economia com insumos, a partir da aplicação com a dosagem, maneira e tempo adequados às necessidades das plantas.
Dessa forma, o investimento correto permite ter uma produção com baixo custo por unidade produzida e melhor valor no produto a ser ofertado, o qual confere maior retorno sobre o investimento.