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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Padronização de tamanho da beterraba pelas algas

Autores

Fábio Olivieri de Nobile
Professor do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB
fabio.nobile@unifeb.edu.br
Maria Gabriela Anunciação
Graduanda em Engenharia Agronômica – UNIFEB

Crédito Shutterstock

O uso do extrato de algas nos cultivos agrícolas não é novo, embora seja pouco difundido. Muito já se pesquisou sobre a utilização desses compostos em diversas formas de cultivo. Sabe-se que dentre a série de efeitos benéficos provenientes da aplicação, a interação do biofertilizante é muito positiva com o filme microbiológico da rizosfera.

Sendo permitido o seu uso em cultivos de finalidade orgânica, o uso de algas na agricultura pode ser definido como o já citado biofertilizante, mas também como condicionador de solo e fitoprotetor, podendo ser utilizado na forma seca ou como extrato líquido.

Uma série de pesquisas envolvendo algas com potencial mercadológico indicam que sua composição nutricional disponibiliza uma série de nutrientes e compostos orgânicos para as culturas. A lista vai desde macronutrientes primários (N, P e K) até aminoácidos e fitohormônios.

Potencial

O potencial do extrato de algas tem sido ressaltado em diversos setores. Ensaios experimentais realizados em diferentes condições edafoclimáticas e culturas entregam resultados positivos, indicando melhora nos parâmetros de absorção de nutrientes, resistência às condições climáticas e redução de pragas e fungos, possivelmente em função do estímulo à produção de fitoalexinas.

Desta forma, um biofertilizante tão potente e com tantos benefícios não pode ficar fora do manejo de hortaliças, uma vez que estas requerem quantidades elevadas de calcário e fertilizantes orgânicos.

A beterraba

E por falar em hortaliças, a beterraba é um ótimo exemplo. Sua exigente necessidade de condições adequadas de solo, além da intensa absorção de nutrientes durante todo o ciclo formam características de uma planta cuja implantação de um biofertilizante tão rico se torna ideal.

Podemos definir os “biofertilizantes” como compostos bioativos obtidos pela fermentação de compostos orgânicos que possuem células vivas como, por exemplo, algas e fungos filamentosos. Em teoria, tamanha seria a melhoria causada pelos extratos de algas na capacidade de assimilar nutrientes e sintetizar proteínas que a consequência seria um grande aumento de produtividade, em função da maior homogeneidade, tanto na germinação quanto no crescimento.

Resultados

A aplicação do extrato de algas na cultura da beterraba pode ser realizada no tratamento de sementes, posterior à semeadura, ou por aplicação foliar. É necessário sempre ficar atento às dosagens recomendadas na aquisição do produto, além das condições ambientais e, especialmente, ao estádio fenológico da cultura.

Dados experimentais indicam que a aplicação de biofertilizantes à base de algas aumenta a capacidade da beterraba em absorver o nutriente boro da solução do solo. Vale ressaltar que este nutriente, além de participar de diversos processos fisiológicos, quando em deficiência causa manchas escuras nas raízes, levando à depreciação do produto.

A dica principal ao utilizar o biofertilizante à base de algas é respeitar a dosagem, pois o uso descabido do produto pode levar ao aumento de pH e, consequentemente, afetar a germinação.

Experimentos utilizando diversos tipos de dosagem de extratos de algas indicam que ocorre diminuição considerável do potencial germinativo das sementes, de forma a reduzir a homogeneidade, que era característica desejável.

A beterraba é uma cultura exigente em se tratando de nutrientes e, dessa forma, a utilização de produtos da vertente orgânica, como o extrato de algas, pode diminuir os gastos gerados com fertilizantes minerais.

Pesquisas recentes em outro segmento, que não o das hortaliças, demonstram que estes biofertilizantes têm aspectos positivos na vertente econômica até mesmo em áreas de recuperação de pastagem.

Mais pesquisas

O uso do extrato de algas carece de mais pesquisas na área olerícola, uma vez que já apresenta resultados positivos em culturas de grande expressão, como soja, milho e trigo. Porém, dado seu potencial, é importante estar atento, pois é uma alternativa consistente para uso em cultivos orgânicos.

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