24.6 C
Uberlândia
sexta-feira, abril 26, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiPanorama da cultura do maracujá no Brasil

Panorama da cultura do maracujá no Brasil

José CarlosCavichioli

Pesquisador científico da APTA ” Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Polo Regional Alta Paulista, Adamantina (SP)

jccavichioli@apta.sp.gov.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A área cultivada com maracujá no ano de 2016, de acordo com o IBGE, foi de 49.889 hectares.A produção brasileira de maracujá no ano de 2016 foi de 703.489 toneladas (IBGE, 2017), estando à frente o Nordeste, com 489.898 toneladas, seguido da região sudeste, com 98.821 toneladas. Os principais Estados produtores foram a Bahia, com 342.780 toneladas, seguida do Ceará, com 98.122 toneladas.

A produtividade média de maracujá no Brasil é considerada baixa, em torno de 14,1 t/ha (IBGE, 2016). Destacam-se as regiões sudeste, com 18,2 t/ha e a região centro-oeste, com 16,8 t/ha.

Demanda

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Toda a oferta do maracujá produzido no Brasil é absorvida internamente para atender a dois segmentos ” o da agroindústria, para extração de polpa, que absorve aproximadamente 40% dos frutos, e o mercado de frutas frescas, que abastece as feiras, mercados e Ceasas, que absorve os 60% dos frutos restantes.

Os principais consumidores são: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A maior parte da comercialização do maracujá fresco é realizada nas Ceasas, ou Centrais de abastecimento, que comercializaram 118 mil toneladas em 2015 e 115 mil toneladas em 2016, o que corresponde a aproximadamente 17% da produção total.

O entreposto Ceagespde São Paulo recebeu em torno de 47 mil toneladas anuais desde 2015, algo como 7% da produção brasileira, o que o torna a maior praça de comercialização de maracujá no Brasil.

José Carlos Cavichioli, pesquisador científico da APTA - Crédito Arquivo pessoal
José Carlos Cavichioli, pesquisador científico da APTA – Crédito Arquivo pessoal

Investimento x rentabilidade

Podem-se citar como referência os valores da região centro-oeste paulista, que foram estimados, para o ano de 2017, em R$ 29 mil por hectare por ciclo de produção para o maracujá de sequeiro e R$ 58 mil por hectare quando a cultura é irrigada.

Assim como o custo de produção, a rentabilidade da cultura depende do pacote tecnológico adotado pelo produtor, das condições climáticas e da ocorrência de pragas e doenças. Nas condições da região sudeste e para uma produtividade em torno de 20 a 25 t/ha, estima-se uma rentabilidade em torno de R$ 16 mil a R$ 20 mil por hectare.

Considerando o ciclo total da cultura de um ano, o retorno do capital investido, normalmente, é recuperado após o terceiro mês de colheita da fruta (Agrianual, 2018).

As mudas

As mudas são consideradas o insumo mais importante na implantação de um pomar. A propagação do maracujazeiro em escala comercial é feita quase exclusivamente por sementes, mas pode também ser realizada por enxertia e estaquia.

O produtor poderá produzi-las a partir de sementes selecionadas e/ou adquiridas de viveiros credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento) e inscritas no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem). O uso de telados antiafídeos é fundamental para evitar a infecção pelo vírus do endurecimento dos frutos.

A boa florada garante alta produtividade - Crédito Nilton Scudeller
A boa florada garante alta produtividade – Crédito Nilton Scudeller

Manejo geral

Para a implantação da cultura do maracujá, deverão ser escolhidas áreas com boa drenagem, solos de adequada fertilidade, que não apresentem camada impermeável, pedregosa ou endurecida, a menos de dois metros de profundidade.

Antes de qualquer operação, é importante fazer a análise de solo. De acordo com os resultados, o produtor saberá da necessidade ou não da correção do mesmo e as quantidades de nutrientes a aplicar no plantio e nas adubações de cobertura da cultura.

Assim que a área estiver preparada, são construídas as espaldeiras, que são as estruturas de condução das plantas. Para a construção das mesmas são utilizados mourões e estacas com dimensões de 2,5 m de comprimento, dos quais 0,5 m serão enterrados no solo.

Os mourões ou esticadores devem ser colocados nas extremidades das linhas das espaldeiras e as estacas a 5 m uma das outras. As espaldeiras podem ser construídas com um ou dois fios de arame galvanizado. A espaldeira com um fio de arame é mais usual por ser mais econômica.

Em regiões sujeitas a ventos fortes, recomenda-se o uso da espaldeira com dois fios de arame. Neste caso, o primeiro fio deverá ficar a 1,60 m do solo e o segundo fio a 2,0 m do solo.

O produtor deverá definir o espaçamento de plantio que será utilizado. O espaçamento recomendado para a cultura varia de 03 a 05 metros entre plantas, por 03 a 04 metros entre ruas. Assim, em um hectare de maracujá cultiva-se de 500 a 1.000 plantas, dependendo do espaçamento a ser adotado.

As covas devem ser preparadas com dimensões de 40 x 40 x 40 cm, para um bom desenvolvimento do sistema radicular da planta.

 

Crédito José Carlos Cavichioli
Crédito José Carlos Cavichioli

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

ARTIGOS RELACIONADOS

Colheita do trigo está praticamente concluída no RS

O predomínio de tempo seco no Rio Grande do Sul e as chuvas esparsas ocorridas em algumas regiões na segunda quinzena de novembro favoreceram a colheita do trigo, que chega em 98% da área cultivada.

Época seca aumenta a incidência de oídio em estufas

  Ivonete Fátima Tazzo Doutora e pesquisadora da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (FEPAGRO) ivonete-tazzo@fepagro.rs.gov.br Elis Borcioni Doutora e professora da Universidade Federal de...

Sementes híbridas dão mais segurança ao plantio de cebola e agregam valor ao produto final

O plantio de sementes híbridas de cebola trouxe ganhos em produtividade, padronização e sanidade da lavoura, já que são mais resistentes a uma série de doenças que afetam a cultura.

Cálcio favorece enchimento do abacate?

AutoresMarcela Caetano Lopes Bióloga e doutoranda em Agronomia/Horticultura – UNESP/Botucatu macaetano20@hotmail.com Saulo Strazeio Cardoso Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Produção Vegetal – FCAV/UNESP/Jaboticabal e professor...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!