Estresse provocado pela queda nas temperaturas provoca a morte de frutas e hortaliças
Há pelo menos seis anos, o produtor de frutas Mauricio Bellaver, de Farroupilha (RS), consegue superar os estresses fisiológicos causados pela geada em seus cultivos. Ele atribui a maior proteção e vitalidade das plantas aos cuidados que passou a adotar antes e após a ocorrência do fenômeno. Entre as técnicas utilizadas pelo produtor para proteger seu pomar das baixas temperaturas está a aplicação de um complexo de aminoácidos que estimula a fisiologia da planta para promover redução do estresse.
Ao ativar o metabolismo da planta com aminoácidos, promove-se a redução do congelamento dos tecidos vegetais. Conforme explica o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, gerente técnico especializado em hortifrúti da Alltech Crop Science, as frutas e hortaliças são submetidas a fatores estressantes a todo momento, sejam químico, de temperatura, luminosidade ou doenças, por isso é importante protegê-las sempre.
“Quando há incidência de um fator estressante como a geada, acumulam-se nos cultivos substâncias popularmente conhecidas como radicais livres, que causam a morte dos tecidos. Os aminoácidos, por sua vez, aplicados antes e depois do fenômeno, promovem estímulos que combatem esses radicais e reduzem o estresse para que a planta consiga continuar o seu desenvolvimento”, explicou.
Apesar de produzirem aminoácidos de forma natural, soluções como esta auxiliam na melhor circulação de seiva na planta. Além de amenizar os efeitos provocados por situações de estresses ambientais e fitotoxidez, o produto utilizado por Maurício Bellaver auxilia na absorção e aproveitamento de nutrientes pelos cultivos.
Entre os principais impactos que a geada pode trazer para os hortifrútis estão o comprometimento da formação de estruturas vegetativas e da brotação das frutíferas – com consequência no atraso do ciclo produtivo, a morte de folhas, e outros tecidos como as flores. “O impacto depende da agressividade do fenômeno. Podemos ter perdas menores, que variam entre 10% e 20% e maiores, especialmente nas folhosas, que podem chegar a 100%”, destaca Revoredo.
O produtor conta que utiliza a tecnologia nos seus cultivos de pêssego, caqui, ameixa e uva. Culturas como o pêssego – que está em fase de brotação no seu pomar – costumam ser impactadas pela geada exatamente nesta fase inicial de seu desenvolvimento, antes e durante o estádio de brotação, o que impacta diretamente no progresso da parte mais nova do vegetal. “Eu acompanho a previsão do tempo e aplico sempre um pouco antes porque daí a fruta já está preparada. Do pêssego já está começando a vir a flor, o broto, aí a gente já começa a aplicar”, contou.
Dicas de manejo
Além do uso de soluções naturais à base de aminoácidos, que aceleram o metabolismo da planta, algumas práticas culturais dependem do manejo do produtor. Confira algumas dicas do especialista para minimizar os impactos da geada nos cultivos de HF:
- Irrigação por aspersão em período noturno: A água age como um camada protetora do tecido vegetal, que será congelada se mantendo a 0°C, protegendo os tecidos vegetais do cultivo;
- Ambiente controlado: uso plástico e telado para proteger os cultivos da chuva e de granizo;
- Bom equilíbrio nutricional;
- Planejamento de plantio;
Complexo de aminoácidos
A solução utilizada pelo produtor Maurício Bellaver é o Liqui-Plex Bonder, fertilizante da Linha Nutrição da Alltech Crop Science. Revoredo explica que o produto deve ser aplicado de forma pulverizada na folha, para que ele seja absorvido e que a substância seja metabolizada com eficácia pela planta.