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Plantio direto de cebola não deixa dúvidas sobre seus benefícios

Leandro Hahn

Engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas na Estação Experimental de Caçador (SC), Epagri, e professor da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp)

leandrohahn@epagri.sc.gov.br

Estevão Ferreira Varela

Engenheiro agrônomo ” Uniarp

estevaovarela1@hotmail.com

Fotos Leandro Hahn

Quando se fala em Sistema de Plantio Direto (SPD), ou seja, semeadura sem revolvimento do solo e sobre uma cobertura de vegetal, o leitor de imediato irá imaginar o cultivo de grãos, como milho e soja.

No entanto, o plantio direto também tem sido adotado no cultivo de hortaliças, especialmente na cultura da cebola. Esta técnica já é uma realidade em propriedades rurais da região do meio-oeste catarinense, que compreende principalmente os municípios de Caçador, Lebon Régis, Fraiburgo e Rio das Antas.

Além do clima favorável ao cultivo da cebola, com altitude em torno de 1.000 m, acredita-se que a adoção de plantio direto seja um dos motivos da região alcançar maiores produtividades que os demais municípios produtores do Estado.

A média de produção de cebola na região meio-oeste de SC é de 41 t/ha, ultrapassando as 60 t/ha em algumas propriedades, superando a média estadual (cerca de 25 t/ha) e nacional (cerca de 30 t/ha).

Mas, afinal de contas, de que modo a cultura da cebola se beneficia com o plantio direto? Quais as vantagens do sistema para o cebolicultor? Vale a pena economicamente adotar o sistema plantio direto? Como planejar o cultivo da cebola neste sistema? Estas e outras perguntas serão respondidas a seguir.

 

Vantagens do plantio direto de cebola

O sistema de plantio direto proporciona conservação do solo

No plantio convencional de cebola, o solo é preparado com aração, gradagem e, eventualmente, com a formação de canteiros com enxada rotativa. A semeadura é realizada com máquinas especiais, a vácuo.

Estas práticas diminuem a qualidade física, química e biológica do solo, aumentando significativamente o risco de erosão e diminuindo consideravelmente o potencial do solo fornecer nutrientes de forma equilibrada para as plantas.

Como resultado, o produtor precisa aplicar quantidades altas de fertilizantes, herbicidas (invasoras são estimuladas à germinação após intenso revolvimento do solo), e em períodos de muita chuva ocorrem perdas consideráveis de solo, principalmente em áreas de maior declividade.

O sistema de plantio direto apresenta uma série de benefícios, pois proporciona conservação do solo, ciclagem dos nutrientes, melhor controle de ervas daninhas, maior proteção do solo contra perda de água por evaporação, redução da erosão e da perda de nutrientes por arrasto para as partes mais baixas do terreno.

Também evita o assoreamento de rios, ajuda a enriquecer o solo, mantendo a matéria orgânica na superfície por mais tempo, reduz a compactação do solo, além de promover economia de combustível e menor desgaste dos implementos agrícolas.

Além disso, alguns trabalhos mostram que o solo do sistema de plantio direto apresenta maiores teores de fósforo e potássio.

 

Como é feito?

 

Produtores de cebola da região de Caçador adotaram o sistema de plantio direto com resultados muito satisfatórios. O que se verifica na região é que cada produtor desenvolveu seu sistema próprio de PD.

O produtor Giovanni Moraes há mais de uma década adota o PD em toda sua área de plantio, de cerca de 30 ha anuais. Em seu planejamento, no verão cultiva soja e assim que ela é colhida, semeia aveia para cobertura do solo. Antes da aveia alongar o caule, ela é dessecada e, cerca de 45 dias após, procede-se a semeadura, que é feita em julho com plantadeira de grãos adaptada. O produtor reconhece que não se lembra da última vez que verificou a erosão na área de cultivo com cebola.

Já o produtor Valdir Bisoto adota um sistema um pouco diferente. Em seu caso, é semeado milheto no verão, o qual é acamado com grade leve. Cerca de 45 a 60 dias após, realiza a semeadura. Diferentemente de Giovanni, Valdir utiliza semeadora a vácuo, obtendo um estande mais uniforme de plantas.

Cerca da metade da área de 60 ha anuais com cebola é realizada em PD. O produtor reconhece que o rendimento é maior neste sistema em relação ao convencional, não conseguindo adotar em toda a área este sistema por arrendar de terceiros para plantio. Nestas áreas, o produtor não consegue estabelecer o milheto antecessor à cebola.

Em Rio das Antas, uma experiência exitosa foi obtida pelo produtor Adilvio Ferronato. Na safra passada, ele conduziu sua primeira lavoura em plantio direto, sob a orientação do engenheiro agrônomo da Epagri, Charles Seidel. As plantas de aveia, usadas como cobertura do solo, estavam na fase de emborrachamento quando foram dessecadas.

Cerca de 45 dias após o produtor fez a semeadura, também com máquina a vácuo. Nota-se que praticamente não há solo exposto, mesmo após 60 dias após a semeadura e na fase de bulbificação das plantas. O produtor está plenamente convencido das vantagens do sistema e não pretende retornar mais ao sistema convencional.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro  de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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