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‘Poliniza’: conheça o projeto de consórcio de abelhas com pomares de laranja orgânicos

Iniciativa tem o objetivo de ajudar na manutenção e na estabilidade dos ecossistemas, contribuindo com a natureza, com o bem-estar humano e com a segurança alimentar

Divulgação

As abelhas são animais extremamente importantes para o meio ambiente e, quando o assunto é organização de trabalho, são referência. Além de suas atribuições com a polinização, que é fundamental para a manutenção e a estabilidade dos ecossistemas, elas ainda contribuem com o bem-estar humano e com a segurança alimentar. Estima-se que, no Brasil, 76% dos produtos agrícolas dependem em algum grau dos polinizadores. No entanto, a extensiva conversão de habitats naturais em áreas agrícolas e pecuária e a intensificação do uso de insumos químicos têm afetado essa espécie.

Com objetivo de integrar a biodiversidade e a agricultura sustentável, visando o aumento da produtividade agrícola pela polinização, o Grupo J2M, formado pelas empresas: FertiSystem – pioneira em soluções inteligentes para o plantio, Solve do Brasil – transformação em Polímeros, e a Martins Agronegócios, iniciou em sua área de preservação ambiental o projeto “Poliniza”. A iniciativa consiste no consórcio de abelhas com pomares de laranja orgânicos (que possuem certificação internacional) e lavouras de grãos.

Para o projeto, o Grupo realizou um minucioso mapeamento para definir o melhor lugar para que as abelhas pudessem atuar na polinização, tanto das lavouras de grãos, quanto nos pomares de laranja. Após esse estudo, foram instaladas 10 colmeias na área agrícola da empresa. “A criação de abelhas é uma de nossas iniciativas internas de sustentabilidade que estimula a prática agrícola, preservando a natureza. Por meio do cultivo de colmeias, queremos ajudar na polinização da soja, do milho e do trigo em nossas áreas de cultivo”, afirma João Martins, coordenador de inovação e fomentos do Grupo.

Estudos da Embrapa mostraram que, no cultivo da soja, por exemplo, há um aumento da produtividade que pode chegar, em média, de 13 a 18%, graças ao importante trabalho das abelhas. “Ampliando a produção na mesma área, além de melhorar sua renda líquida, o agricultor beneficia diretamente o ambiente. Ou seja, ao proteger as abelhas, ele automaticamente estará reduzindo as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera”, comenta o coordenador.

Relação entre lavoura e abelhas

É comum o agricultor observar abelhas na lavoura de grãos, durante o período de floração. E isso não é por um mero acaso. A flor de soja, por exemplo, contém néctar de qualidade, com açúcares e outras substâncias que as abelhas precisam para o seu desenvolvimento. Uma planta de soja possui 50 ou mais flores, dependendo da cultivar, do solo e do clima. Isso significa uma produção de mais de 12 milhões de flores por hectare.

Segundo os estudos da Embrapa, a produção de néctar pode passar de seis litros por hectare, a cada dia. Com 20 dias de floração plena, são 120 litros de néctar que as abelhas podem levar para suas colmeias. Sendo assim, os apicultores que colocam seus apiários perto de lavouras, colhem até 50 kg de mel por colmeia, durante a florada da soja. Isto é mais do que o dobro da produção média brasileira, que é de 19 kg de mel, por caixa, ao ano.

Há ainda outros benefícios quando os apiários estão perto de lavouras de soja. O primeiro é que a floração da soja ocorre quando acaba a florada da primavera. O segundo é que, quando há pouca oferta de flores, os apicultores necessitam fornecer alimentação artificial para as abelhas. Portanto, além de não produzir mel no período, existe um custo para manter as colônias fortes e ativas. Esse gosto não existe quando as abelhas forrageiam na soja.

De acordo com Martins, o projeto do Grupo J2M, tem o foco inicial na manutenção da cadeia, contribuindo para o aumento da produtividade agrícola de forma sustentável, uma vez que a produção de mel será consequência desse processo. “A abelha tem uma importância muito grande no nosso ecossistema. Se elas fossem extintas da Terra, a agricultura acabaria em quatro anos, e por isso, temos que preservá-las. Queremos que a polinização seja bem executada, e no futuro, a ideia é que todo esse mel produzido seja disponibilizado aos colaboradores da empresa”, finaliza o coordenador de inovação.

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