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Pré-florada da soja: nitrogênio aumenta produtividade

Crédito: Shutterstock

Marcela Caetano Lopes
Bióloga, doutora em Agronomia e professora – Faculdade Doutor Francisco Maeda (FAFRAM)
marcela.lopes@fafram.com.br
Davi Oliveira Guimarães
07oliveiradavi@gmail.com
Vinícius Henrique Silva Chagas
vihenriquechagas@gmail.com
Graduandos em Agronomia – FAFRAM

O nitrogênio (N) é o elemento mineral que as plantas exigem em maior quantidade, constituinte das mais importantes moléculas, como ácidos nucleicos, proteínas, moléculas, clorofila e inúmeras enzimas.

Sua disponibilidade é um fator limitante para os sistemas de produção, pois influencia o crescimento da planta mais do que qualquer outro nutriente. Esse elemento é absorvido pelas plantas tanto na forma NH4+ (amônio), quanto na forma NO3- (nitrato), sendo o solo o principal fornecedor desse elemento.

No caso de algumas leguminosas, a obtenção de N em sua maioria provém da atmosfera, por meio da associação simbiótica com microrganismos que conseguem converter N2 em NH4+ (amônio), e em seguida assimilar no metabolismo da planta, embora esse processo necessite de um alto gasto energético.

Em contrapartida, o N presente em fertilizantes líquidos encontra-se imediatamente disponível para as culturas, podendo ser absorvido pelas raízes e folhas. Com isso, os fertilizantes líquidos podem proporcionar melhores condições para o desenvolvimento das plantas, fornecendo quantidades de N para suprir os picos de demanda durante seus estádios fenológicos.

Para a soja

No caso da cultura da soja, devido ao alto teor de proteínas nos grãos, há uma elevada necessidade de N. Esse nutriente pode aumentar a massa dos grãos, por influenciar na síntese de aminoácidos, promovendo um aumento de proteína nos grãos e na síntese de clorofila.

Um estádio fenológico da cultura da soja que demanda uma enorme ação metabólica é o enchimento de grãos, pois a planta direciona os fotoassimilados acumulados durante seu crescimento vegetativo.

É nesse estádio que aumenta o acúmulo de matéria seca nos grãos e a duração do enchimento é capaz de determinar o rendimento da cultura. Outro estádio de grande importância para a cultura é na pré- florada, a qual inicia-se no estádio R1, quando o último nó é formado, para o florescimento, que é dado a partir da abertura por completo da primeira flor em qualquer nó da haste principal da planta.

Pesquisas

Sabendo da importância em aumentar o suprimento de N nesses principais estágios reprodutivos da soja, alguns trabalhos vêm sendo realizados com o objetivo de buscar respostas sobre o incremento desse elemento via solo e foliar.

A utilização de adubação nitrogenada na soja ainda é um assunto controverso, pois a eficiência da fixação biológica de N, quando em simbiose com bactérias diazotróficas, já é amplamente conhecida.

Sobre esse assunto, a literatura apresenta resultados positivos e negativos quanto à aplicação de N via solo e foliar. Dentre alguns trabalhos com resultados positivos da utilização de N na cultura da soja, podemos citar a pesquisa realizada por Buratto et al., (2018), com a aplicação de N foliar na cultura da soja no estádio R1.

Resultados positivos foram observados, como o aumento no acúmulo de N na parte aérea, número de vagens e de grãos por planta, resultado esse que pode ser explicado pelo fato de que, no estádio R1, a cultura tem uma elevada necessidade deste nutriente e sendo este o início do florescimento, todo o nutriente absorvido pela planta será utilizado no florescimento.

Outros resultados

Outro trabalho que resultou em incremento na produtividade da soja foi realizado no Rio Grande do Sul por Bahry et al. (2013), resultando em maior número de grãos por legume e maior massa de mil grãos, quando comparado com a testemunha, em função da aplicação de N.

O trabalho realizado por Galbardi; Simonetti (2019), avaliando a influência de aplicação de N via foliar em diferentes épocas no desenvolvimento e produção da soja, observou um aumento nas variáveis massa de 1.000 grãos, número de vagens por planta e produtividade em kg.ha-1, em relação à testemunha, para o tratamento que recebeu a aplicação de N em pré-floração com 50 dias após o plantio no estádio fenológico R1.

Os autores Barranqueiro; Dalchiavon (2017), avaliando o uso de 30 kg ha-1 de N de forma complementar à inoculação em diferentes estádios de desenvolvimento da soja em Latossolo Vermelho Amarelo, constataram elevação na produtividade, com aplicações a partir de R1 em relação à testemunha e ao inoculante isolado.

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