No Brasil, a biomassa é a principal fonte de energia renovável. Ela gera calor, energia elétrica e pode ser transformada em biocombustÃvel sólido como briquetes, resultante da compactação de resíduos vegetais, por exemplo. Como somos um dos maiores produtores agrícolas e florestais do mundo, a quantidade gerada de biomassa residual pode e deve ser melhor aproveitada, especialmente na forma de briquetes e péletes.
“Os briquetes podem ser produzidos a partir de qualquer resíduo vegetal“, explicaJosé Dilcio Rocha, pesquisador da Embrapa Agroenergia.Dentre os materiais utilizados para produzir os briquetes o pesquisador cita a serragem e restos de serraria, casca de arroz, sabugo e palha de milho, palha e bagaço de cana-de-açúcar, casca de algodão, casca de café, soqueira de algodão, feno ou excesso de biomassa de gramÃneas forrageiras, cascas de frutas, cascas e caroços de palmáceas, folhas e troncos das podas de árvores nas cidades.
Os briquetes possuem diâmetro superior a 50 mm e substituem a lenha em muitas aplicações, inclusive em residências (lareiras e churrasqueiras), hotéis (geração de vapor), em indústrias (uso em caldeiras) e estabelecimentos comerciais como olarias, cerâmicas, padarias, pizzarias, lacticÃnios, fábricas de alimentos, indústrias químicas, têxteis e de cimento.
Do ponto de vista econômico, o pesquisador alerta para a realização de um plano de negócio. Já do ponto de vista ambiental, ele afirma que a tendência é se tornar um bom ou excelente investimento.
Produção de peso
No Brasil são produzidos cerca de 1,2 milhão de toneladas de briquetes por ano. Destes, 930 mil toneladas são de madeira e 272 mil toneladas de resíduos agrícolas. A taxa de crescimento da demanda de briquete é de 4,4% ao ano, o que demonstra a importância potencial no mercado de energia renovável, segundo atesta o pesquisador.
Fábrica de briquetes
Durante a Dinapec 2015, a oficina sobre briquetes incluiu a visita a uma empresa de Campo Grande (MS), que produz briquetes, a Eco Esfera Indústria e Comércio de Artefatos de Madeiras. No local os visitantes tiveram a oportunidade de acompanhar a linha de produção, ver o funcionamento das máquinas, etapas da fabricação e tirar dúvidas com o proprietário Glauco Silva, um adepto da preservação do ambiente.
“O briquete tem alto poder calorÃfico e produz pouca fumaça“, diz Glauco. “É um produto 100% reciclado, feito de madeira com baixo teor de umidade. Produzimos o industrial feito em forma de bolachas e o em forma de tarugos de 5 a 10 centÃmetros de diâmetro e 40 centÃmetros de comprimento, para utilização em fornos de padarias e pizzarias e também para uso doméstico. É um combustÃvel ecologicamente correto, substituindo a lenha“.
Segundo ele, o poder de calor do briquete é de 5.000 Kcal/kg e o da lenha 750 kcal/kg, sendo que uma tonelada de briquete corresponde a três árvores altas preservadas ou sete metros cúbicos de madeira.
O pesquisador da Embrapa Agroenergia, José Dilcio, que ministrou a oficina de briquetes pela primeira vez na Dinapec 2015, gostou da receptividade do público. Disse que a Dinapec é aconchegante e uma feira tecnológica interessante e que a Embrapa tem tudo para dar um salto ainda maior neste tipo de ação.
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