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Coinoculação na cultura da soja – Economia + Meio Ambiente

Daniela Vitti

Coordenadora Técnica Brasil do Grupo Bio Soja

danielavitti@biosoja.com.br

Maickon Fernando Balator

Coordenador Técnico Brasil do Grupo Bio Soja

Renato Passos Brandão

Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja

 

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Uma das maiores contribuições do Brasil ao meio ambiente é a inoculação em larga escala na cultura da soja, praticamente eliminando a aplicação dos fertilizantes nitrogenados.

Para a produção de 1 t de grãos, a soja necessita de 80 kg de N. A FBN pode fornecer mais de 300 kg de N/ha para a cultura da soja, além de 20 a 30 kg/ha de N para a cultura posterior (HUNGRIA et al., 2007).

A produção dos fertilizantes nitrogenados demanda um grande gasto energético. Para a produção de 1 t de amônia (NH3), matéria-prima para a síntese dos fertilizantes nitrogenados, são necessários 1.030 m3 de gás natural.

Além disso, as perdas do N proveniente dos fertilizantes nitrogenados por lixiviação, desnitrificação e volatilização são estimadas em pelo menos 50%. Pode ocorrer a poluição de mananciais hídricos, redução da camada de ozônio e intensificação da incidência das chuvas ácidas.

O que vem a ser coinoculação?

Â É o fornecimento das bactérias Bradyrhizobium e Azospirillum nas sementes de soja ou no sulco de plantio da soja. Na inoculação tradicional utiliza-se apenas um gênero de bactéria (Bradyrhizobium).

  A utilização destes dois microrganismos na soja produz um efeito sinérgico, superando os resultados obtidos quando utilizados isoladamente.

O que vem a ser Azospirillum?

São bactérias são associativas, ou seja, são de vida livre e não formam nódulos nas raízes das plantas. Colonizam os espaços intracelulares e a superfície das raízes (rizosfera).

Benefícios da coinoculação

 

As pesquisas conduzidas pela Embrapa Soja verificaram que a coinoculação pode proporcionar incrementos de até 16% na produtividade na soja, praticamente o dobro do obtido com apenas a inoculação com o Bradyrhizobium.

O Azospirillum produz fitohormônios que estimulam o enraizamento da soja, favorecendo a absorção de água e nutrientes. Melhora o estado nutricional e torna a soja mais tolerante às adversidades climáticas, dentre as quais o déficit hídrico e as variações bruscas de temperatura.

O Azospirillum estimula a fixação biológica do nitrogênio pelo Bradyrhizobium. Além disso, este microrganismo também contribui para o fornecimento de nitrogênio à soja, notadamente na fase reprodutiva. A partir desta fase ocorre uma redução na eficiência do Bradyrhizobium na fixação biológica do nitrogênio.

 A coinoculação é uma tecnologia muito barata e proporciona aumento da produtividade - Crédito Shutterstock
A coinoculação é uma tecnologia muito barata e proporciona aumento da produtividade – Crédito Shutterstock

Cuidados na coinoculação

Realize todas as operações com os inoculantes à sombra e mantenha a semente de soja inoculada protegida do sol e do calor excessivo. Adicionar o produto inicialmente nas sementes de soja com os inseticidas, fungicidas e micronutrientes. Por último, adicione os inoculantes às sementes de soja.

Realize a semeadura imediatamente após a inoculação, principalmente quando as sementes da soja forem tratadas com fungicidas e micronutrientes. Para uma coinoculação eficiente, realize a distribuição uniforme dos inoculantes em todas as sementes. Não realize a inoculação diretamente na caixa de semeadora devido à baixa eficiência proporcionada pela pequena aderência dos inoculantes às sementes e cobertura desuniforme delas.

Nas situações em que o produtor utiliza fungicidas e micronutrientes às sementes de soja, se houver condições deve-se realizar a coinoculação diretamente no sulco de semeadura.

Considerações finais

O coinoculação é uma das maiores inovações em inoculação na cultura da soja das últimas décadas. É uma tecnologia muito barata, permitindo aumento na produtividade da soja. Além disso, é uma tecnologia que não agride o meio ambiente.

Pesquisas conduzidas com a coinoculação em soja têm proporcionado aumento médio de 16% à produtividade. Para uma produtividade média de 3 t/ha, teríamos um aumento de 480 kg/ha (8 sc/ha).  O custo da coinoculação em soja é muito baixo quando comparado com os retornos econômicos.

 

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