21.3 C
Uberlândia
sexta-feira, novembro 22, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioEventosProdutividade do cafeeiro é discutida na Fenicafé

Produtividade do cafeeiro é discutida na Fenicafé

Professor Dr. Cláudio Pagotto
Crédito Divulgação

A produtividade no campo é uma das grandes preocupações do produtor. São diversos os fatores que podem afetar a produção, desde o clima até o manejo e as tecnologias empregadas. O mercado vem, cada vez mais, buscando soluções para os desafios acerca da questão, e não são poucos. Para manter a alta produtividade, os produtores precisam alcançar a máxima eficiência, o que significa aperfeiçoar os processos de forma a evitar desperdícios de recursos e da produção, além de produzir o máximo possível, sem perder em qualidade, e atender às expectativas do mercado.  “Dezenas de fatores podem afetar a produtividade do cafeeiro, muitos deles ligados à planta, ao solo, ao clima e ao manejo”, afirma o professor Dr. Cláudio Pagotto Ronchi, durante a palestra “Fatores que afetam a produtividade: época de colheita X dinâmica de carboidratos X número de frutos por roseta”, que aconteceu na Fenicafé – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, que acontece em Araguari, no Triângulo Mineiro. “Quanto ao manejo, pode-se elencar: irrigação, nutrição, controle fitossanitário, etc. Nossa ideia foi discutir, com uma abordagem fisiológica, um fator muito simples, que de certa forma está ligado ao manejo da cultura, mas que pode afetar a produtividade da lavoura, que é a época de colheita, época em que o produtor retira os grãos da planta. O que é de extrema importância”, explica.

A época mais indicada para se colher o café, assegurando sua qualidade, é quando na planta se tem o máximo de grãos no estádio cereja, e o mínimo de grãos nos estádios verdes e passas. “O que nem sempre é possível, em condições de campo. Se a colheita ocorrer na época certa, a planta de café pode ser favorecida fisiologicamente e produzir mais no ano seguinte, caso contrário pode ser afetada a ponto de produzir bem menos na safra subsequente. Isso é muito interessante: com um bom planejamento de colheita, o produtor que conseguir fazê-la na época mais adequada, o que nem sempre implica em aumento de custo de produção, já estará contribuindo para a safra que irá colher no próximo ano”.

O professor Dr. Cláudio Pagotto, em sua palestra, apresentou ainda evidências científicas de pesquisas realizadas, mostrando que a produtividade de uma lavoura de café na safra seguinte pode variar significativamente dependendo da época em que a lavoura é colhida no ano anterior. “Por exemplo: a safra do ano que vem – 2023 – poderá ser afetada pela época em que a lavoura será colhida agora neste ano – 2022. Isso porque, colheitas tardias concorrem para uma maior exaustão energética do cafeeiro, além da exaustão que a própria granação dos frutos já induz, comprometendo sua recuperação, ou seja, sua reserva de carboidratos, no período pós-colheita”. Associado a isso tudo, um cafeeiro mais exaurido energeticamente tende a dar poucas flores na roseta, daí poucos frutos são gerados para a safra seguinte. “Sempre que possível, operacionalmente na fazenda, devemos colher o café no momento ideal, ou até mesmo mais precocemente, mas nunca tardiamente”, explica.

Quando questionado sobre o maior desafio do produtor: produzir mais ou produzir com qualidade, Pagotto afirma que essa é uma questão bem filosófica. “Pode ser uma opinião pessoal e que não reflita de fato os verdadeiros desafios, mas produzir mais requer conhecimento e tecnologia; produzir com qualidade, também. Acho que esse é o propósito do conhecimento adquirido em feiras como a Fenicafé: mostrar a fórmula certa para produzirmos mais e melhor, de preferência eficientes. O que todos querem é produzir de forma constante ao longo dos anos, pois assim sempre terá produto para comercializar”.

A troca direta de experiência entre pesquisador e produtor é muito importante para o desenvolvimento do setor. O produtor de café certamente busca conhecimento. É inegável isso. “Tanto é que temos diversos eventos de café no Brasil, sejam de cunho nacional, regional ou local. Um bom exemplo é a Fenicafé. Já são vinte e cinco edições trazendo conhecimento para nossos produtores. Uma vez ouvi a seguinte frase: ‘a produtividade é igual à quantidade de conhecimento aplicado por hectare’, não me lembro da autoria, mas corroboro, com certeza. Nossa cafeicultura só chegou ao patamar em que se encontra hoje, graças a muito conhecimento e tecnologia e a esses momentos para difusão de conhecimento. Isso faz parte da nossa cafeicultura. Por isso existe a Fenicafé”, finaliza.

A Fenicafé se divide em três partes: o 25º Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura do Cerrado, 22º Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada e a 24ª Feira de Irrigação em Café do Brasil.

A feira é promovida pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) e a Federação dos Cafeicultores do Cerrado com apoio da Embrapa Café.

ARTIGOS RELACIONADOS

Óleo de neem: Controla pragas do cafeeiro e mantém inimigos naturais

O óleo de neem da Nim Brasil não afeta os polinizadores nem os inimigos naturais, por não conter nenhum princípio ativo dos inseticidas convencionais.

Gesso: Quanto aplicar na formação e produção do cafeeiro?

A indicação de uso do gesso muitas vezes superestima seus efeitos, fazendo crer que o produto resolve ou traz vantagens para todos os casos. No entanto, na sua recomendação devem ser observados os resultados experimentais do uso em cafezais.

Fenicafé: Escritora apresenta ações para mulheres que buscam um futuro de sucesso

Nubiana Oliveira falou mais de 500 mulheres em um auditório lotado

Mosca-das-frutas: Acelera queda de frutos de café

A mosca-das-frutas pode atacar os frutos de café em dois estágios, quando ainda verdes ou quando maduros.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!