Autores
Ronaldo Machado Junior
Engenheiro agrônomo, mestre em Fitotecnia e doutorando em Genética e Melhoramento – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
ronaldo.juniior@ufv.br
Rafael Ravaneli Chagas
Engenheiro agrônomo, mestre em Genética e Melhoramento de Plantas- UFLA e doutorando em Genética e Melhoramento – UFV
rafael.chagas@ufv.br
Cleverson Freitas de Almeida
Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Genética e Melhoramento – UFV
cleverson.almeida@ufv.br
Atualmente, o mercado consumidor tem se mostrado cada vez mais exigente, buscando produtos com formato, cor, tamanho, sabor e qualidade nutricional, além de atender as demandas de produtores e agentes da cadeia de comercialização, como resistência a pragas e doenças, produtividade, maior vida de prateleira entre outras características.
Com a mudança dos hábitos alimentares de uma parte da população, o setor deve apresentar crescimento devido às novas demandas que vêm surgindo, principalmente na busca de materiais que foquem mais no sabor e na qualidade nutricional.
Ainda, com as mudanças climáticas espera-se que ocorra um impacto sobre a produção, o deslocamento de alguns centros produtivos, e também alterações nos compostos produzidos pelas plantas que afetarão diretamente o sabor e a qualidade nutricional das plantas.
Atualmente as culturas que recebem maior destaque no melhoramento são tomate, pimentão, melão, melancia, abóbora e folhosas, como alface e repolho. O desenvolvimento da alface e cenoura tropicalizadas, com tolerância ao pendoamento, permitem a adaptação de cultivo a diferentes regiões e condições climáticas sob alta temperatura e pluviosidade, comuns nas regiões tropicais brasileiras.
Atualmente, os produtores estão investindo em produtos de alto valor agregado, como os mini-tomates, que possuem maior teor se sólidos solúveis e baixa acidez comparada aos outros tomates de mesa. As folhosas baby leaf, como alface, agrião, beterraba e rúcula, entre outras espécies, são consumidas com folhas ainda não expandidas completamente e colhidas precocemente.
Um outro segmento que deve crescer nos próximos anos é o segmento snack, como é o caso de pimentas doces e de pepinos, que possuem tamanho reduzido e serviriam como uma opção mais saudável na hora de fazer um lanche, principalmente para abastecer os grandes centros. Foram lançadas, recentemente, as melancias sem sementes.
Custo
Atualmente, os programas de melhoramento de hortaliças são coordenados por empresas privadas e instituições públicas, como a Embrapa, universidades e institutos.
O custo do melhoramento até a fase final é muito alto, pois para que ocorra o lançamento de uma nova cultivar é necessário não apenas de um melhorista, como também fitopatologistas, entomologistas e fitotecnistas para auxiliar na escolha dos melhores materiais.
Hoje, um dos maiores custos do melhoramento está na montagem de um banco de materiais para que o melhorista possa fazer os cruzamentos e selecionar os materiais, uma vez que as grandes empresas possuem a maior parte desse material armazenado.
Também é necessário realizar diversos experimentos a fim de verificar se a cultivar candidata satisfaz os requisitos técnicos: deve ser claramente distinguível de quaisquer outras cultivares; ser homogênea nas suas características relevantes e estável, ou seja, manter suas características relevantes inalteradas após sucessivos ciclos, requisitos chamados genericamente de teste DHE.