A Fundação Chapadão e o Instituto Phytus, em parceria, identificaram as lagartas que atacaram a soja intacta RR2 PRO na região de Chapadão do Céu (GO) como sendo da espécie Helicoverpa armigera, praga com alto potencial de danos em diversas culturas.
As amostras coletadas dois dias antes da daquela realizada pela equipe a serviço da Monsanto foram enviadas ao pesquisador Juliano Farias, do Instituto Phytus, em Santa Maria (RS), que tem no seu currÃculo a descoberta da resistência de Spodoptera frugiperda a tecnologias Bt no Brasil, trabalho de sua tese de doutorado.
A identificação da espécie foi realizada com técnicas de biologia molecular em parceria com o professor Moisés Zotti, do Laboratório de Entomologia Molecular da UFPel e auxÃlio da doutoranda Deise Cagliari.
Os testes de DNA confirmaram que as amostras eram de Helicoverpa armigera, diferente do que a Monsanto se pronunciou. Agora o pesquisador GermisonTomquelski, da Fundação Chapadão,está recebendo a visita do SFA/MAPA dos Estados de MS e GO, a fim de realizar um programa de levantamento das populações de Helicoverpa para a próxima safra.
Surto
A professora Cecilia Czepak, que descobriu a presença da praga no Brasil, já havia alertado que esta praga é de surtos, ocorrendo mais em determinados anos. Outro fator também já mencionado por alguns pesquisadores é que as mesmas podem também se cruzar, e desta forma gerar um hibrido (H.armigera x H.zea). Isto poderia ser um grande problema, haja vista que cada espécie apresenta características distintas que podem dificultar o seu manejo.
Uma nova linha de trabalhos será iniciada pelos pesquisadores, a fim de analisar a presença dos genes de resistência nestas populações, além de mapeamento de populações e alternativas de manejo.
De posse destas informações os pesquisadores recomendam que os produtores busquem as ferramentas do manejo integrado de pragas, entre elas uma boa amostragem da lavoura, refugio, entendimento da biologia da praga e adotar todas as medidas complementares à biotecnologia, como o controle químico, biológico, entre outros.
Ao perceber qualquer falha no manejo, é preciso buscar maiores informações com as instituições de pesquisa e empresas detentoras das tecnologias.