19.6 C
Uberlândia
sábado, julho 27, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosSalto evolutivo dos híbridos de milho

Salto evolutivo dos híbridos de milho

Rubens Augusto de Miranda

Pesquisador da área de Economia Agrícola da Embrapa Milho e Sorgo

O primeiro grande salto da genética de milho no Brasil ocorreu com o lançamento do primeiro milho híbrido no País, em 1945, resultado dos esforços do melhorista Antônio Secundino, fundador da Agroceres.

Na época, com a produtividade média nacional na ordem de 1,2 t/ha, essa nova cultivar foi uma revolução, garantindo aumentos de produtividade de 20 a 50%. Da ressaca da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais, a produtividade média do milho no Brasil aumentou mais de 350%.

Entretanto, vale ressaltar que a média nacional de 5,5 t/ha é pequena quando comparada a importantes regiões produtoras no Sul do País, que colhem até mais de 15 t/ha. Há relatos de produtores no Rio Grande do Sul que já colheram mais de 18 t/ha.

Nem todos os ganhos de produtividade podem ser atribuídos à genética; há quem fale de 50%, pois em 70 anos as práticas agrícolas, a mecanização e a aplicação de insumos também apresentaram um avanço considerável.

Média produtiva dos países desenvolvidos

Os EUA, maior produtor mundial de milho, produz com médias superiores a 10 t/ha; a média da União Europeia está na casa de 07 t/ha; e os nossos vizinhos na Argentina colhem mais de 08 t/ha. A média brasileira tem se situado ao redor de 5,5 t/ha, tanto na primeira quanto na segunda safra, mas por motivos distintos.

Na safra-verão há regiões do País com altíssima produtividade, como o Paraná, que colheu 9,2 t/ha na última safra, mas que na média são contrabalançadas por colheitas de baixíssimas produtividades, como observadas no Nordeste, região que apresentou média de 2,5 t/ha na última safra.

A segunda safra de milho, atualmente a preponderante na produção nacional, é caracterizada por lavouras altamente tecnificadas em sucessão à soja. Entretanto, os resultados não são melhores na segunda safra em decorrência de fatores edafoclimáticos desfavoráveis no inverno, frio no Sul e falta de chuvas nos Cerrados, principalmente.

Desempenho do milho nas últimas três safras

Nos últimos três anos agrícolas o Brasil colheu as duas maiores safras da sua história, e intercalando ambas também houve uma quebra de safra por falta de chuvas nas principais regiões produtoras no inverno.

A safra 2016/17 deve produzir próximo de 100 milhões de toneladas, o que é algo sem precedentes na nossa história. O nosso maior desafio será escoar todo esse milho com preços competitivos para que a produção nesse patamar seja sustentável.

Custo-benefício

A avaliação do custo-benefício de sementes de milho com alto potencial produtivo depende do nível de investimento desembolsado pelo produtor. É um contrassenso investir R$ 700,00 num saco de semente de milho e economizar na aplicação de insumos importantes, como fertilizantes.

Atualmente, há o dilema na escolha entre sementes convencionais e transgênicas. Analisando a questão do custo-benefício dos eventos transgênicos, ao se optar por sementes transgênicas com resistência a lagartas, o produtor, na teoria, deveria economizar esforço e dinheiro no manejo de pragas. Infelizmente, no campo não é isso que se observa.

Por causa de práticas recorrentes e indesejadas de muitos produtores de não plantar refúgio, muito eventos transgênicos de combate à lagarta, os chamados Bt, simplesmente não funcionam mais, e a resistência foi quebrada.

Entretanto, ainda se paga caro por tais eventos que não funcionam, obrigando os produtores a fazerem várias aplicações de defensivos, apesar da semente transgênica. Por que razão ainda se paga caro por tais sementes com eventos ineficazes? Isso ocorre em razão da estrutura do mercado de sementes de milho oligopolizada, em que poucas empresas não apenas produzem como também dominam os canais de distribuição. Assim, as alternativas baratas nem sempre chegam ao produtor.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

ARTIGOS RELACIONADOS

Cocapec – 9º Simcafé traz nomes de peso em sua programação

Prestes a acontecer, a Cocapec acelera os preparativos para o 9º Simcafé - Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana. O evento acontecerá nos...

Benefícios dos organominerais para a citricultura

Nilva Teresinha Teixeira Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito...

Pulverização aérea de defensivos e fertilizantes chega aos 70 anos no Brasil

    Gabriel Colle Secretário executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) sindag@sindag.org.br   A aviação agrícola completa 70 anos no Brasil. Estima-se que cerca de 30%...

Métodos alternativos de controle do bicho-mineiro no cafeeiro

Carlos Henrique Cardeal Guiraldeli Engenheiro agrônomo cguiraldeli@gmail.com   Atualmente, o foco da agricultura mundial está na produção sustentável. A cada dia aumenta a demanda e, consequentemente, a responsabilidade...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!