Stella Andressa Collegari
Engenheira agrônoma e mestra em Fitotecnia – ESALQ/USP
stella.collegari@usp.br
Simone da Costa Mello
Engenheira agrônoma, mestra, doutora e professora – Departamento de Produção Vegetal – ESALQ/USP
scmello@usp.br
A Salvia officinalis é uma das plantas medicinais de grande utilização no Brasil, pertencente à família do orégano, alecrim, erva-cidreira e lavanda. Ela também é conhecida como chá-da-Grécia, erva-sagrada e sálvia-das-boticas.
Suas propriedades medicinais são amplas e podem ser utilizadas para tratamentos gastrointestinais, hepáticos, ansiedade, controle de diabetes, possuindo, ainda, ação anti-inflamatória.
Devido à presença de compostos antioxidades em suas folhas, há evidências de sua utilização também para artrite e doenças do coração.
Além do uso para fins medicinais, ela também é utilizada na fabricação de chás, no preparo de saladas e em temperos para peixes e queijos, devido ao seu odor forte e sabor amargo, e na indústria de cosméticos para a fabricação de shampoos, condicionadores e produtos hidratantes para a pele.
Na farmacêutica, podem ser utilizados, inclusive, os óleos essenciais extraídos das folhas e flores da sálvia, que são ricos em cineol, cânfora, borneol e taninos.
Características da sálvia
Embora esta planta medicinal tenha considerável importância econômica, há um déficit de informações a respeito da quantificação das áreas de produção no Brasil, devido ao seu cultivo ser feito, principalmente, por pequenos produtores nas regiões sul e sudeste do País.
É uma planta perene, herbácea ou arbustiva, de pequeno porte, com 50 a 80 centímetros de altura. Entre os meses de agosto e dezembro surgem suas flores agrupadas em espigas. As folhas são verde-acinzentadas, de 3,0 a 6,0 centímetros de comprimento e oval-lanceoladas bem característica da espécie.
Cultivo
O plantio pode ser feito por sementes e estacas em solos com pH em torno de 6,0 – 6,5, pois nesta faixa de pH as plantas desenvolvem maior área foliar, portanto, maior produtividade. É uma planta tolerante a temperaturas baixas, mas tem melhor desenvolvimento entre 20 e 25°C em pleno sol.
A colheita é realizada após seis meses do plantio, cortando as folhas ou ramos do baixeiro da planta. O ideal é que a colheita seja feita em até 50% das folhas para que a planta se recupere e continue seu desenvolvimento sem comprometer a produção.
O rendimento da sálvia varia conforme o manejo, podendo chegar de uma a duas toneladas por hectare de folha seca durante o ano.
Fitossanidade
Ponto de atenção em seu cultivo é a presença de doenças fúngicas, como antracnose, carvão, ferrugem, míldio e a murcha. Para isso, é importante adquirir mudas sadias e livres de patógenos.
Caso o produtor opte por adquirir sementes de sálvia, é importante se atentar aos contaminantes presentes nelas, que podem acarretar no mal desenvolvimento das plântulas, redução na produtividade, além da possibilidade de ocasionar doenças foliares, como manchas e murchas.