Fabrício Teixeira de Lima Gomes
Engenheiro agrônomo – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
agro.fabriciogomes@gmail.com
Amanda Santana Chales
Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – UFLA
amandaachales@gmail.com
Júlio César Ribeiro
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia, pesquisador e consultor
jcragronomo@gmail.com
No Brasil, a produção do milho vem aumentando de forma expressiva, principalmente em virtude da demanda crescente dos setores de suinocultura e avicultura, que utilizam o produto in natura ou processado em rações destinadas à alimentação animal.
Além da relevância na alimentação animal, o milho representa um fator social importante, principalmente em regiões de baixa renda, constituindo um dos alimentos base da alimentação da população. Além disso, é possível produzir com o cereal uma infinidade de produtos, tais como combustíveis, bebidas, polímeros e outros.
Devido ao seu clima tropical, no Brasil é possível realizar até três cultivos ao ano. Dessa forma, a produção nacional de milho na safra 2021/22 está estimada em mais de 115 milhões de toneladas, cultivado em uma área de 21,5 milhões de hectares, sendo este o segundo cereal mais produzido no País.
Como escolher uma boa semente
A escolha de uma boa semente de milho é de suma importância para garantir uma boa produtividade e rentabilidade ao produtor. Dessa forma, deve-se levar em consideração diversos aspectos, e o primeiro deles é a finalidade, se é milho verde, grãos ou para silagem.
Definida a finalidade, deve-se avaliar as condições climáticas e de solo da região, época de plantio, duração do ciclo, o nível tecnológico da propriedade e tecnologias presentes na semente que conferem maior eficiência no controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Além disso, deve-se atentar às condições de aceitação do mercado consumidor.
Todos esses fatores ajudam a escolher o melhor híbrido de milho, no entanto, para que a semente seja de qualidade, o produtor deve investir em sementes certificadas, que asseguram estandes uniformes e de alto teto produtivo.
Como realizar um bom monitoramento na semeadura
A semeadura constitui uma das etapas fundamentais para garantir o sucesso da implantação da lavoura, definindo o potencial produtivo da cultura.
A semeadura deve formar um ambiente propício para que a semente entre em contato com o solo, possibilitando a absorção de água, essencial para o início do processo de germinação, além da distribuição adequada de sementes para a obtenção da população ideal de plantas.
Dessa forma, para obter uma semeadura eficiente do milho, deve-se monitorar alguns fatores, tais como: qualidade física e fisiológica das sementes, profundidade, velocidade de plantio, distribuição e número de sementes por metro, cobertura e condição do solo, e a posição do adubo.
Este monitoramento pode ser realizado por um técnico capacitado. Além disso, existem no mercado diversos equipamentos que são instalados nas linhas da plantadeira e que auxiliam no monitorando do plantio.
O que caracteriza uma boa população de plantas
O milho é a gramínea mais sensível à variação na população de plantas. A produção de grãos aumenta com a elevação da densidade de plantio, até atingir uma densidade ótima, que é determinada pelo híbrido e por condições externas resultantes de condições edafoclimáticas do local e do manejo da cultura.
Dessa forma, para definir uma boa população de plantas deve-se considerar a disponibilidade hídrica, a fertilidade do solo, o ciclo, época de semeadura, o espaçamento entre linhas, além das características do híbrido selecionado.
Como a produção é beneficiada
O aumento da população e o arranjo das plantas de milho podem contribuir para uma maior exploração do ambiente e do potencial produtivo do híbrido, e consequentemente, maior produção de grãos.
A interceptação da radiação fotossinteticamente ativa pelo dossel exerce grande influência sobre a produção de grãos da cultura do milho, quando outros fatores ambientais são favoráveis. Uma forma de aumentar a interceptação de radiação é pela escolha adequada do arranjo de plantas.
Dessa forma, o melhor arranjo de plantas de milho é aquele que proporciona distribuição mais uniforme por área, possibilitando melhor utilização de luz, água e nutrientes.
Como ter eficiência no cultivo
Para que se tenha eficiência no cultivo do milho, deve-se realizar o preparo adequado do solo, fazer análise química do perfil, e quando necessário, a aplicação de corretivos e fertilizantes, sempre com base nos resultados da análise.
Além disso, deve-se realizar o controle de plantas daninhas presentes na área, evitando competição por recursos como as plantas de milho, uso de sementes certificadas, população de plantas adequada e o monitoramento periódico de pragas e doenças, buscando sempre realizar o manejo integrado.
Outro fator importante é a presença de um técnico para acompanhar a lavoura em todos seus estádios de desenvolvimento.
Correção do solo
O manejo da fertilidade do solo é imprescindível para o bom desenvolvimento das plantas de milho. Assim, ao planejar a adubação, é importante levar em consideração os seguintes aspectos: análise química e física do solo e histórico da área.
A partir da análise do solo, deve-se determinar a necessidade de aplicação de calcário e a dose de macro e micronutrientes de acordo com a exigência da cultura. Além disso, deve-se levar em consideração a fonte do nutriente a ser utilizada e formas de aplicação.
De modo geral, observa-se que a extração de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio sobe linearmente com o aumento na produtividade, e que a maior exigência do milho se refere ao nitrogênio e potássio, seguindo-se do cálcio, magnésio e fósforo.
Com relação aos micronutrientes, as quantidades requeridas pelas plantas de milho são muito pequenas, no entanto, a deficiência de um deles tem efeito na desorganização de processos metabólicos e consequentemente, redução na produtividade.