Anne Carolline Maia Linhares
Licenciada em Ciência Agrárias e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
anemaia-16@hotmail.com
Maria Idaline Pessoa Cavalcanti
Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – UFPB
idalinepessoa@hotmail.com
Sem sombra de dúvidas, deve ser preferida a utilização de sementes com alta germinação e vigor, pois estas resultam em plantas de alto desempenho produtivo. Existem inúmeras opções disponíveis no mercado e se o produtor rural souber escolher a cultivar mais adaptada à região, adotar um manejo adequado e investir na tecnologia recomendada para o máximo rendimento, as chances para a maximização da produtividade de milho podem ser incrementadas.
A habilidade de uma semente germinar sob amplo limite de condições é definida como a manifestação do seu vigor, dependendo, dentre outros fatores, das condições ambientais encontradas no local quando semeada (Simoni et al., 2011).
A influência do vigor da semente é marcante sobre todos os aspectos do processo germinativo, desde a própria possibilidade de ocorrência da germinação até outras características, como a velocidade, a uniformidade, o total de germinação, o tamanho e a massa das plântulas (Carvalho & Nakagawa, 2000).
Nascimento (2000) relata que sementes com alto vigor toleram mais as condições de estresse, como altas e baixas temperaturas. Neste sentido, a escolha de sementes com alta qualidade fisiológica e adaptada às condições locais pode ser a razão do sucesso ou insucesso da lavoura (Sans; Santana, 2005).
Mais segurança no campo
É possível afirmar que o uso de sementes vigorosas assegura o estabelecimento de uma população adequada de plantas, mesmo sob condições de estresses. Muitos produtores não têm a perfeita noção dessa realidade e de suas vantagens e creem que basta obter a população ideal de plantas para cada cultivar para que o estabelecimento e a produtividade da lavoura estejam assegurados. Isto sem levar-se em consideração o nível de vigor das sementes utilizadas na semeadura.
Há produtor utilizando sementes de vigor médio ou baixo, mas utilizam de altas densidades, na busca pelo estande ideal. Isso pode até acontecer, porém, será que as plantas que compõem essa população são de alto desempenho? E mesmo obtendo a população ideal de plantas, está tudo resolvido? Com certeza não (França-Neto et al, 2016).
Como já se sabe, a utilização de sementes de milho de elevada qualidade é um dos fatores que garante o sucesso de uma lavoura e isso se deve aos avanços genéticos, com as garantias de qualidade e tecnologias de adaptação nas diversas regiões produtoras. Assim, a qualidade de um lote de sementes é determinada por suas características genética, física, fisiológica e sanitária.
Inovações
Novas tecnologias têm sido empregadas visando incremento na produção da cultura do milho, incluindo o uso crescente de sementes melhoradas associado à aplicação via semente de fungicidas, herbicidas e reguladores de crescimento.
A qualidade da semente é alcançada durante o processo de produção, devendo ser conservada até o momento da semeadura, garantindo um alto potencial de emergência de plântulas em campo e ganho em produtividade (Silva et al, 2008).
É por meio de uma boa semente que se consegue fazer chegar aos agricultores o resultado de vários anos de trabalho da pesquisa, permitindo-lhes utilizar todo o potencial genético de uma nova e superior cultivar.
Desde o melhorista até as lavouras comerciais a semente está sujeita à perda de toda a qualidade que possuía, quando lançada. Uma produção de sementes cuidadosamente planejada, com normas, padrões e procedimentos claramente definidos consegue minimizar todo e qualquer tipo de dano e/ou perdas (Nicoli et al 1993).
Preste atenção
Um fator que deve ser levado em consideração para que as sementes de milho possam garantir sua eficiência e uma ótima produtividade é a temperatura, que é considerada um dos fatores mais importantes na germinação de sementes (Nerson, 2007), devido a sua influência na absorção de água e outros substratos necessários para o crescimento e desenvolvimento das plântulas.
Segundo Marcos Filho (2005), os efeitos da temperatura no processo germinativo de sementes podem ser avaliados a partir de mudanças na porcentagem, velocidade e uniformidade de germinação.
Apesar de ser uma planta de clima tropical e exigir calor e umidade para produzir satisfatoriamente e proporcionar rendimentos compensadores, temperaturas elevadas do solo proporcionam baixa porcentagem de emergência em sementes de milho. O estresse ocasionado por altas temperaturas ocorre quando, por um período suficiente de tempo, as temperaturas causam danos irreversíveis ao desenvolvimento das plântulas (Hall, 2001).
Para fins de comercialização, um lote de sementes de milho deve ser identificado com a classe de semente (genética, básica, registrada, certificada ou fiscalizada), nome, endereço, número de registro do produtor, número do lote, nome da espécie, nome da variedade, peso líquido, em quilogramas, safra, número da peneira em que foi classificada, germinação mínima, em porcentagem, e pureza mínima, em porcentagem.
Também deve ser informado quando for tratado com algum produto químico. A qualidade genética do lote está diretamente relacionada com a pureza varietal, que pode afetar a produtividade da lavoura.
Quando ocorre mistura de outras variedades, há uma queda na produtividade, seja pela adição de plantas de outras variedades com menor potencial de produtividade ou pela adição de plantas atípicas, mais baixas ou mais altas, plantas que tombam, com ciclo vegetativo diferente e plantas mais suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, proporcionando uma lavoura desuniforme e heterogênea, que reduz a eficiência da colheita. Por isso, quanto maior a porcentagem da pureza genética, maior será a produtividade (Borba & Andrade, 1993).