Autores
Marcelo Fernando Pimenta
marcelofpimenta@outlook.com
Yanco Luan Lopes Ribeiro
Graduandos em Agronomia – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos – Ourinhos/SP (UNIFIO)
Adilson Pimentel Júnior
Engenheiro agrônomo, doutorando em Agronomia/Horticultura – UNESP/FCA e professor – UNIFIO adilson_pimentel@outlook.com
Aline Mendes de Sousa Gouveia
Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia/Horticultura – UNESP/FCA e professora – UNIFIO alinemendesgouveia@gmail.com
A soja (Glycine max (L.) Merrill) ocupa um dos rankings mais importantes do setor agrícola do Brasil, movimentando a economia do País em bilhões de reais/ano, gerando um grande fluxo de empregos diretos e indiretos. Sua produção anual ultrapassa os 114 milhões de toneladas em 35 milhões de hectares plantados.
Por ser umas das culturas mais importantes no quesito econômico, social e ambiental, estudos focados no melhoramento genético de sementes vêm se destacando a cada safra, com novas variedades lançadas, mais resistentes a diversos fatores, como: condições climáticas, ataque de pragas, doenças e plantas daninhas, afim de manejar o crescimento e desenvolvimento do vegetal, elevando sua produtividade.
O foco das pesquisas com a cultura, especialmente na área de semente, é na geração de novos indivíduos (variedades) com o potencial de aumentar a produtividade a níveis recordes. Com isso, é importante que as sementes das novas variedades lançadas apresentem alto potencial produtivo, qualidade (germinação e vigor), para que os agricultores possam realizar o manejo da cultura de forma sustentável, assim como sua colheita, batendo recordes em produtividade e rentabilidade econômica.
Sementes de alto vigor
A produção de soja está diretamente ligada a fatores de qualidade, tanto do solo quanto do clima, manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, mas principalmente relacionado à qualidade fisiológica da semente.
Para a escolha de uma semente de alto potencial produtivo deve-se levar em consideração seu vigor, que é caracterizado por: uniformidade do grão, qualidade fisiológica (taxa de germinação (acima de 95%)), resistência (mecânica, e ao ataque de patógenos), e disponibilidade de aproveitamento de adubo, água e luz solar na promoção do crescimento e desenvolvimento vegetativo.
A aquisição de semente de qualidade deve atender à alguns critérios, como: checar a idoneidade da empresa fornecedora da semente, afim de evitar fraudes ou pirataria, que possa causar perda. Contudo, a escolha da variedade desejada é fundamental para atender as condições edafoclimática da região do plantio, assim como as exigências do manejo.
Plântulas geradas de semente de qualidade possuem sistema fisiológico preparado para suportar condições abióticas (clima) e bióticas (pragas, doenças, plantas daninhas), que garantem desenvolvimento satisfatório do sistema radicular e aéreo, com produtividade e rendimentos garantidos na hora colheita.
Como implantar a técnica
Em campo se faz o teste de germinação, com 50 a 70 sementes semeadas em condições normais, na área desejada. Ao nascerem, essas plantas terão que apresentar uniformidade na germinação, acima de 93% de plântulas nascidas para obter uma produção ideal. Assim, é garantido viabilidade na semeadura.
Testes em estandes foram realizados com variantes da taxa de vigor de semente. Os resultados obtidos em sementes de soja de baixo vigor mostraram falhas na gleba devido ao baixo potencial germinativo, propiciando a entrada de plantas daninhas na área (competição com o mato), menor desenvolvimento vegetativo, suscetibilidade às pragas e doenças, consequente baixa produtividade.
Já com semente de alto vigor, os resultados mostraram poucas falhas na gleba, grãos mais uniformes, menor ataque de pragas, doenças e competição com plantas daninhas, maior desenvolvimento vegetativo, maior produtividade, assim como maior peso de grão.
Escolhas acertadas
Erros frequentes neste sentido podem ocorrer, como a escolha de uma empresa não credenciada para vendas e comercialização de sementes; variedades com qualidade inferior, assim como baixo valor econômico; manejo incorreto no tratamento de sementes (doses e aplicações de agroquímicos incoerente, causando danos à semente).
Além destes, há o armazenamento e manuseio incorreto da semente, falta de regulagens e manutenção das semeadoras, assim como distribuição de sementes por metro linear incorreta. Todos esses fatores causam prejuízos e falhas na gleba de cultivo, perdas em produtividade e rentabilidade.
Para evitar erros, o produtor deverá contar com a ajuda de um profissional habilitado, que poderá indicar e realizar a compra de uma semente de soja de alta qualidade, assim como o tratamento ideal com agroquímicos, garantindo uma melhor produção, rentabilidade e economia.
A regulagem correta da semeadora também é importante, para corrigir erros e melhorar a distribuição de sementes por metro linear, para obter uma produção mais uniforme. Armazenar a semente em local arejado e seco, sem incidência direta de luz solar, e por fim ter conhecimento de como manusear as sacas de semente corretamente.
Custo-benefício
Dados obtidos com um produtor rural na região de Cambará (PR), mostraram que uma saca de semente de soja de alto vigor, com aproximadamente 40 quilos, custa em média R$ 345,00 (sementes tratadas com agroquímicos pela empresa fornecedora).
Para o plantio em um hectare são necessárias duas sacas, com valor investido de R$ 690,00. O rendimento na colheita foi de 3.700 quilos de soja, ou seja, 62 sacas (saca de 60 quilos) por hectare. O valor comercializado da soja gira em torno de R$ 78,00 por saca, e o produtor obteve R$ 4.836 de receita. Assim, seu lucro total obtido já com as despesas foi de R$ 4.146,00.
O cálculo foi realizado apenas com a relação de compra e venda de sementes, e as despesas gerais não foram computadas. Contudo, o investimento feito pelo produtor cumpriu com as expectativas esperadas, devido à importância dada à aquisição de sementes de qualidade que lhe resultaram em produtividade satisfatória para esta safra 2019/20.