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Técnicas que ajudam a produzir forragem com maior valor nutritivo

Divulgação

As pastagens são a base de alimentação da pecuária no Brasil, além de ser o alimento de menor custo para o pecuarista, quando comparado a outras estratégias de suplementação. Apesar do grande avanço de novas tecnologias e da redução das áreas degradadas no Brasil, os índices zootécnicos ainda estão abaixo do potencial. O País possui áreas com condições climáticas favoráveis e estratégias para tornar as pastagens ainda mais produtivas, rentáveis e sustentáveis, mas o manejo intensivo precisa ser bem feito.

A doutora em zootecnia e técnica de Sementes e Sustentabilidade da Soesp – Sementes Oeste Paulista, Marina Lima, explica que junto à intensificação de um sistema de produção a pasto há um conjunto de técnicas que visam obter maior produção de forragem com melhor valor nutritivo. É o que irá permitir o aumento da taxa de lotação e consequentemente maior produção por hectare, seja de carne ou leite, tornando a atividade mais rentável ao pecuarista.

“Intensificar não envolve, necessariamente, maior investimento inicial. Um pecuarista pode fazer aos poucos, com ajuste da oferta de forragem, ou mesmo com a escolha de forrageiras mais produtivas e mudando a forma de manejar o pasto”, destaca a especialista.

Escolha do método de pastejo

As formas mais conhecidas de manejo do pastejo são o método de lotação rotativa ou intermitente e o método em lotação contínua, que representam a forma como os animais são alocados na pastagem. A doutora ressalta que ambos os métodos podem ser intensificados, cada qual com suas recomendações específicas.

No Rotacionado:

– A pastagem é dividida em piquetes;

– Caracterizado pelo período de ocupação dos animais intercalado com períodos de descanso, onde os piquetes permanecem sem pastejo;

– O descanso permite que o capim rebrote livremente: “Nesse método, em geral, utilizam-se maiores doses de fertilizantes, especialmente nitrogenados, para elevar a taxa de crescimento das plantas e, consequentemente, a produção de forragem e a capacidade de suporte”, pontua a profissional.

Há um desafio nesse método, que é o de algumas vezes a produção de forragem exceder ao número de animais disponíveis. Quando isso ocorre, o maior crescimento do pasto passa a ser um problema em vez de uma solução, chegando a ser pastejado com mais altura que a recomendada e fora do momento certo, acarretando em perda de qualidade, maior quantidade de forragem morta, talo e baixa proporção de folhas. O desempenho dos animais reduz e o problema pode se agravar a cada ciclo de pastejo.

Mas, segundo a doutora em zootecnia, é possível solucionar o problema e a recomendação é adotar o período de descanso dos pastos compatível com o crescimento e desenvolvimento das plantas. “Portanto, o manejo das forrageiras não pode ser feito com base em dias fixos de descanso, e sim, com base na altura média do pasto, havendo para cada cultivar forrageira uma altura de entrada recomendada. “Essa altura de entrada está relacionada ao ponto em que cada forrageira intercepta cerca de 95% da luz incidente, sendo este o ponto em que o pasto apresenta maior produção de folhas em relação a talos e forragem morta, consequentemente, maior oferta de folhas e melhor valor nutritivo”, revela. 

Outra orientação importante, conforme a profissional, é o uso da régua de manejo para conhecer a altura ideal da pastagem e não seguir os dias de descanso fixos. A ferramenta de trabalho é patenteada pela Embrapa e com o instrumento é possível verificar a altura recomendada de entrada e saída dos animais para várias espécies e cultivares.

Sem a régua, o pecuarista pode ainda pintar as alturas recomendadas em mourões ou estacas espalhadas no piquete para verificar se o pasto está com altura próxima da ideal, seja de entrada ou saída dos animais. “O importante é monitorar o pasto e, na medida do possível, trabalhar dentro da altura recomendada de manejo da cultivar”, destaca Marina.

No Contínuo:

– Os animais permanecem em toda a área de pastejo durante o ano;

– Taxa de lotação pode variar ou não, em função do manejo e da produção forrageira;

Esta escolha requer menor investimento com cercas e bebedouros, além de apresentar manejo mais flexível em relação ao outro método. “Na lotação contínua, os pastos são manejados em um intervalo de altura em amplitude maior sem sair do pastejo adequado”, define a zootecnista.

Espécie forrageira

Hoje, há muitas opções de forrageiras indicadas para o manejo intensivo das pastagens e que atende a diferentes perfis de pecuaristas. No entanto, o produtor deve estar atento aos capins mais exigentes em fertilidade de solo e manejo, como os do gênero Panicum maximum.

Marina orienta que o pecuarista deve realizar também uma análise cuidadosa das condições climáticas da região, solo, topografia, finalidade de uso e condição de investimento para que a pastagem seja produtiva e persista ao longo do tempo.

Qualidade da semente

Buscar no mercado sementes com alta pureza e com procedência também é um passo importante no manejo intensivo para que se tenha um pasto bem formado, vigoroso e sem falhas. A profissional pontua que a Soesp disponibiliza as sementes blindadas com a tecnologia Advanced. A empresa aplica dois fungicidas e um inseticida ao tratamento das sementes garantindo uma maior proteção, além da alta pureza e viabilidade. Todo esse processo tecnológico assegura um valor cultural de 80% nos Panicuns spp. e Brachiarias spp..“Esse excelente resultado ajuda a garantir pastos bem formados e mais produtivos e, consequentemente, maior retorno ao pecuarista”, finaliza a especialista.

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