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Glaucio da Cruz Genuncio
Engenheiro agrônomo, doutor em Nutrição Mineral de Plantas
Everaldo Zonta
Professor de Fertilidade do Solo da UFRRJ
Elisamara Caldeira do Nascimento
Doutoranda do CPGA-CS da UFRRJ
O uso do cultivo protegido em climas tropicais é altamente recomendável, pois tem por objetivo a redução dos efeitos climáticos, tais como chuva, vento e excesso de radiação incidente (fatores abióticos), assim como a diminuição do ataque de pragas e a incidência de doenças (fatores bióticos) neste ambiente.
É válido ressaltar que o uso de casas de vegetação não garante ao produtor a não incidência de fatores bióticos, mas, pode-se constatar a redução significativa de pragas e doenças nestes ambientes e, com consequência, redução e, até mesmo isenção do uso de defensivos agricolas.
Ainda assim, quando o produtor não adota um monitoramento efetivo no cultivo de hortaliças sob casas de vegetação ou telados, este ambiente pode possibilitar um maior ataque da praga ou a incidência de doenças, uma vez que se trata de um ambiente modificado e sem a presença de inimigos naturais, via de regra.
Uma prática crescente no Brasil que vem se demonstrando de alta eficácia é a introdução de inimigos naturais assim que é constatada a presença da praga ou da doença, sendo a manutenção do cultivo abaixo do nível de dano econômico (NDE) o objetivo principal do produtor.
Opções
Atualmente, existem vários tipos de controle com inimigos naturais recomendáveis para o cultivo em ambiente protegido, tais como Bacillus thurigiensis no controle de Diaphania hyalinata para melão, Tuta absoluta para tomate e Plutella xylostella para crucíferas, Neoseiulus barkeri para o controle de Phytonemus pallidus e Polyphagotarsonemus latus no cultivo do morangueiro, Neoseiulus californicus e Phytoseiulus macropilis para o controle de Tetranychus urticae no cultivo do tomateiro, Stratiolaelaps scimitus no controle de Thrips spp e Bradysia spp. no cultivo de hortaliças de forma geral.
Por fim, está disponível o Trichogramma pretiosum para o controle de Tuta absoluta, Helicoverpa armigera e Neoleucidones elegantalis no cultivo de tomateiro.
Proteção para o tomateiro
O uso do cultivo protegido, em especial do telado, traz redução significativa da possibilidade de ataque de pragas e doenças, com reduções nos Ãndices de ataque que podem variar de 30 a 100, dependendo tanto do manejo adotado pelo produtor como da cultura e da época que se encontra o cultivo.
Vale ressaltar que os produtores de tomate em ambiente de cultivo protegido adotam, de forma crescente, o cultivo de oito a nove meses, a partir de métodos de condução e da poda, que favorecem a ampliação do estádio reprodutivo.
Telados x qualidade final dos frutos
A redução de fertilizantes e a melhoria na qualidade de fruto está em função do adequado manejo nutricional, sendo uma das formas para melhorar o manejo nutricional de uma cultura e possibilitar um ambiente de crescimento e desenvolvimento favorável a esta.
Ou seja, a redução de fertilizantes e a melhoria do fruto estão indiretamente ligados ao cultivo protegido. Em linhas gerais, se o ambiente estiver adequado (temperatura, umidade relativa, incidência de radiação fotossinteticamente ativa adequada) e se o manejo nutricional for eficiente (aplicação de fertilizantes de acordo com a necessidade da planta em cada estádio de desenvolvimento) a resposta quanto à redução de fertilizantes e a qualidade de frutos, assim como quanto ao uso eficiente da água, é significativa, possibilitando ganhos reais ao produtor.
Opções
Atualmente, existem no mercado produtos para a implantação de telados, tais como: malhas termorrefletoras, fotoconversoras, anti-insetos, antigranizo, de sombreamento (negras ou brancas), antiafÃdeo, e malhas para cobertura do solo, tipo ráfia.
Na linha de estufas e casas de vegetação temos os plásticos PEBD (de modo geral, pois existem outros materiais), aditivados para difusão de luz, antivírus, fotoconversores (comprimento de onda azul), dentre outros aditivos. Ressalta-se que tais plásticos possuem característica anti UV.