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Telas protegem florada das hortaliças

Pablo Henrique de Almeida Oliveira
Mestrando em Produção Vegetal – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
pablohenrickk@gmail.com
André dos Santos Melo
Mestrando em Entomologia – UFRPE
andre.mello004@gmail.com

A iluminação é essencial para o desenvolvimento vegetal, no entanto, há plantas que necessitam de pouca radiação solar e outras de radiação solar intensa. Portanto, as condições de radiação devem ser ideais para determinados tipos de planta.
O excesso de radiação pode ser prejudicial para os vegetais, pois ocorre o aumento da temperatura interna da planta ocasionando uma injúria momentânea, que pode vir a atrapalhar o seu desenvolvimento. Para isso, telas são importantes para amenizar o estresse vegetal e favorecer os mesmos.

Benefícios das telas para a floração

As telas reduzem a intensidade da radiação, ajustando a distribuição dessa radiação na melhor forma, principalmente, em locais de alta luminosidade e temperatura. Com a redução da temperatura e uma luminosidade adequada, a planta é favorecida por vários fatores, por exemplo, diminuição da fotorrespiração, aumento do rendimento e produtividade da cultura e, ainda, da qualidade das folhas (Silva et al., 2015; Silva et al., 2019).
Além disso, parâmetros como número de flores e, consecutivamente, frutos, são beneficiados. Portanto, a temperatura, a intensidade, a duração e a qualidade de luz alteram as características de qualidade, como: tamanho, coloração, espessura da folha, massa das frutas e hortaliças, teor de sólidos solúveis e vitamina C (Chitarra e Chitarra, 2005).

Implantação e manejo das telas

Para a implantação das telas, Silva (2018) menciona que se deve colocar as estacas de madeira que servirão de base, e que estas devem possuir a mesma distância de largura da tela. As estacas devem ser enterradas numa profundidade de 50 cm e com uma altura externa mínima de 2,5 metros.
Colocadas as estacas, faz-se um furo na parte superior e lateral da estaca para colocar o arame galvanizado de 2,75 mm de diâmetro, e depois torcê-lo sobre o próprio eixo do arame. O arame deve ficar bem esticado, ou pode-se colocar uma catraca presa à estaca para prendê-lo e fortalecer o esticamento.
Esse procedimento deverá ser feito em todas as estacas, emendando por meio do arame todos os troncos de estaca. Por fim, joga-se a tela com a porcentagem e coloração específica para a cultura que se está trabalhando.

Produtividade

Nos trabalhos de Frisina e Escobedo (1999) e Radin et al. (2004), a cultura da alface apresentou maior produtividade pelo maior sombreamento, pois as intensidades das radiações eram menores e refletidas, enquanto as radiações difusas eram menores, favorecendo a produção de folhas maiores e maior quantidade de biomassa por planta.
As telas de sombreamento são alternativas para a boa produção, pois proporcionam um microclima, levando em consideração a temperatura, a radiação e a umidade relativa do ar no interior do telado.
Porém, o material a ser utilizado deve ser escolhido em função da época, da espécie e do local (Rodrigues et al., 2008). Em síntese, a tela adequada para o vegetal cultivado proporcionará uma maior produtividade.

Resultados de campo

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A temperatura é primordial para o desenvolvimento das plantas. Segundo Brandão Filho et al. (2018), temperaturas menores e muito elevadas levam ao menor desenvolvimento do tomateiro.
Nas temperaturas menores que 10ºC os tomateiros apresentaram hastes mais grossas e quebradiças, menor de número de folhas, mas as folhas eram maiores e de coloração verde, tendendo para azulado, além de apresentar abortamento de flores, frutos pequenos e polinização deficiente no estágio reprodutivo.
Nas temperaturas elevadas, presencia-se no tomateiro hastes mais finas e alongadas, maior presença de folhas, mas com menor tamanho, coloração verde-amarelada nas folhas e maior abortamento floral.
No trabalho de Silva et al. (2020), analisando o desempenho agronômico da alface com diferentes substratos orgânicos e sombreamentos, a alface foi favorecida quando se utilizou as telas de sombrite entre 50 e 70% de sombreamento, sendo que nesse trabalho utilizaram-se quatro tipos de sombreamento (30, 50, 70 e 80%).
Por isso, para o cultivo da alface em locais de altas temperaturas e luminosidade, além de umidade do ar baixa, recomenda-se as porcentagens de sombreamento de 50 a 70%.

Erros fatais

Para não cometer erros em relação à implantação e manejo em ambiente com telas, recomenda-se verificar o local que será implantado, levando-se em consideração a temperatura, a luminosidade e a umidade relativa do ar, que são preponderantes para a utilização de tela.
A época de implantação também está interligada com os fatores mencionados anteriormente. Por fim, a escolha da espécie é importante, pois há vegetais que possuem sensibilidade a temperatura, luminosidade e umidade do ar. Por isso, é necessária uma pesquisa antes de escolher a porcentagem de sombreamento correta.

Investimento x retorno

As estruturas para a implantação de telas podem ser especializadas para grandes ou pequenas áreas, utilizando estruturas metálicas, mas também podem ser simples, utilizando estacas de madeira, podendo abranger pequenas e grandes áreas de cultivo.
O investimento vai depender das estruturas a serem utilizadas, sendo que as estacas de madeiras são mais baratas que as estruturas metálicas. Já a tela de sombreamento varia de acordo com a porcentagem de sombreamento (quanto maior a porcentagem de sombreamento, mais cara) e a finalidade da tela (somente sombrear ou sombrear e termorrefletir).
No entanto, com o tempo, o investimento acaba sendo pago, devido à produtividade que a tela irá proporcionar para o vegetal cultivado.

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