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Teor de umidade do algodão na colheita

Conab projeta uma das maiores safras do algodão, mas cotonicultor deve estar atento para garantir a qualidade e a lucratividade do produto.

Com praticamente 100% do plantio concluído, a safra brasileira do algodão 2022/2023 deve chegar a 3,04 milhões de toneladas, um crescimento de 19,2% se comparado à safra anterior, conforme projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O período da colheita do algodão oscila bastante, dependendo da região em que foi cultivado. No Paraná e São Paulo, alguns produtores devem iniciar a colheita no final de abril, mas nos estados da região do Cerrado a colheita pode ocorrer entre junho e agosto.

Uma coisa é certa, independente do período o cuidado com a colheita é essencial para garantir a qualidade da safra e a lucratividade do produto. Por isso, o monitoramento da lavoura, como um todo, é fundamental para saber o momento certo de colher.

O mais indicado é colher em climas secos, com baixa probabilidade de chuva, a fim de não prejudicar o produto, até porque a Portaria 55/1990 preconiza, para a armazenagem convencional, que o percentual de umidade para o algodão em caroço seja de 12% e, para o algodão em pluma (fardo), de 10%. O produto que não estiver dentro desses limites pode sofrer descontos.

O gerente do laboratório da Central de Classificação de Fibras Minas Cotton, da Associação Mineira de Produtores de Algodão (Amipa), Anicézio Resende, destaca a importância de se realizar a gestão da umidade do algodão.

“Durante todas as etapas de colheita, seja no armazenamento do algodão em caroço, no beneficiamento, armazenamento do caroço e do algodão em pluma, a umidade do algodão é essencial para gerar um produto de alta qualidade”, explica Resende, afirmando que o laboratório presta serviços aos produtores mineiros,  indústrias que consomem a fibra e também produtores de outros estados.

Segundo ele, tanto o excesso ou a falta de umidade do algodão em caroço influencia diretamente no beneficiamento. Portanto, a umidade no momento da colheita constitui a condição mais importante para se obter bons rendimentos e preservar a qualidade no beneficiamento.

O teor de umidade ideal do algodão em caroço durante o beneficiamento deve ficar entre 6 e 8%. De acordo com a Circular Técnica do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), devem ser evitados o extremo com limites máximos de 12% e mínimo de 6%. “Em caroço, o algodão pode ser colhido com até 12% de umidade, mas não é o recomendado, porque acima deste percentual começam a ter problemas de perda de qualidade e fermentação com a umidade, além da atuação de microrganismos”, explica Resende.

“Desta forma, a gestão da umidade é de vital importância no armazenamento do algodão em caroço. Os rolinhos ou fardões e os fardinhos do algodão em pluma só devem ser armazenados por um longo período de tempo com umidade máxima de 8,5%.

Anicézio Resende observa que para saber com exatidão o momento da colheita, o produtor precisa ter medidores de umidade com uma boa precisão e margem de erro de 0,2 até 0,4%. “Esses medidores devem ser aferidos e calibrados pela Rede Brasileira de Calibração, anualmente, por uma empresa certificada que faz a rastreabilidade. Do contrário é difícil manter um bom controle de qualidade”, enfatiza Resende.

De acordo com o engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da Loc Solution, empresa que fabrica e loca medidores de umidade da marca Motomco, o medidor de umidade 999CT Cotton da Motomco é um instrumento importante durante o processo de colheita, descaroçamento e comercialização do algodão.

De fácil manuseio, o equipamento pode ser utilizado diariamente no monitoramento da umidade da safra. Desenvolvido em duas escalas de medição, o medidor da Motomco possui princípio de medição baseado na resistência elétrica e interface com teclado de membrana e display LCD.

O engenheiro agrônomo destaca que ao longo do dia existe uma variação de umidade, por isso é importante que a colheita inicie e termine com a umidade dentro do percentual tolerável, caso contrário podem ocorrer problemas com a qualidade da fibra.

“O produtor pode fazer essas medições várias vezes ao dia, colhendo amostras de alturas e parcelas diferentes do talhão. As amostras são colocadas no copinho medidor e em questão de segundos  o produtor terá o resultado”, complementa Smolareck.

O equipamento  pode  ainda ser conectado aos garfos para medição na pluma enfardada na faixa de 4% a 16% de umidade. E também pode ser acoplado o copo de medição para análise do algodão em caroço na faixa de 6% a 20% de umidade. Para obter mais detalhes sobre o Medidor de Umidade 999CT Cotton clique aqui.

O coordenador comercial da Loc Solution, Donlislei José Liotto, destaca que o trabalho realizado pelos laboratórios, especialmente no Minas Cotton, é essencial para especificar a qualidade do produto, amparando as decisões de produtores e compradores do algodão.

“O algodão é uma cultura cada vez mais competitiva no mercado nacional e internacional, por isso os cotonicultores e as algodoeiras apostam em novas tecnologias para produzir fibras e sementes de qualidade”, pontua ele.

Hoje o Brasil é o segundo maior exportador de algodão, sendo que 60% da produção está localizada no Mato Grosso e o restante no Paraná, São Paulo e Matopiba (região formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).  “Desta forma, algumas tecnologias são primordiais para assegurar esse mercado que vem sendo conquistado pelo Brasil”, acrescenta Liotto.

O algodão se destaca pela produção de fibra utilizada pelas indústrias têxteis e pela utilização de sua semente, rica em óleo e utilizada para produção de biodiesel, alimentação animal e semente propriamente dita.

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