A Autofarm está prestes a iniciar a primeira fase de testes em campo do seu protótipo. Já neste mês de abril o equipamento conceito, que possui um robô industrial e câmera 3D, será submetido a situações reais de funcionamento. O período da colheita da maçã é de suma importância para realizar as primeiras validações dos conceitos tecnológicos envolvidos, de acordo com Tobias Grazziotin, um dos fundadores da startup que lidera a iniciativa. “A empresa optou por, estrategicamente, desenvolver um protótipo conceito que tem como único propósito o amadurecimento e validação de um dos maiores desafios do equipamento, o sistema de identificação e retirada da fruta, o conceito final terá outra cara e agregará progressivamente o restante das soluções envolvidas com o processo da colheita”, explica.
A proposta da Autofarm é colaborar para sanar um dos maiores gargalos identificados no campo: a carência e a dificuldade para contratação de mão de obra temporária para colheita de frutas. Para isso, está trabalhando no desenvolvimento de tecnologias que possibilitem a viabilidade de um Robô Autônomo de Colheita que, em sua versão final, terá uma plataforma autônoma, que se movimenta de forma independente pelo pomar, apanhando as frutas por meio de braços robóticos e gerido por Inteligência artificial.
“Estamos bem avançados na parte que envolve a engenharia mecânica da colheitadeira, porém a sazonalidade da colheita e o somatório das variáveis a que estamos expostos em campo aberto, tornam o desenvolvimento total do equipamento complexo e demorado, por isso os testes do protótipo em campo são fundamentais para avançarmos em direção a viabilidade técnica e econômica do conceito final”, explica Grazziotin.
Dada sua complexidade, o desenvolvimento dessa solução deve levar cerca de cinco anos para ser concluído. “Não existe, atualmente, um equipamento comercialmente disponível que consiga atender de forma eficiente essa necessidade, comprovando o grau de dificuldade envolvido no projeto”, destaca o CEO. A dimensão do desafio é enorme, mas trará uma série de benefícios para o produtor no período da colheita, sendo os principais, a eliminação do alto número de contratações de mão de obra temporária e insalubre, a previsibilidade de custos de produção e a capacidade de expansão da área plantada. “A digitalização da colheita permitirá que o agricultor tome decisões mais assertivas sobre a gestão da produção, controle de pragas e adubação do solo. A inteligência artificial também permitirá definir estrategicamente a distribuição dos Bins pelo pomar, auxiliando a solucionar mais este complexo desafio enfrentado pelos produtores”, conta Grazziotin.
Após receber o primeiro investimento em novembro de 2022 e com os conceitos tecnológicos em fase final de validação, a Autofarm se prepara para nova rodada de investimento na intenção de dar continuidade ao desenvolvimento da solução.