A produção de batata-doce no País foi de 805 mil toneladas, em uma área total de 57.486 ha-1, o que equivale a 0,07 % da área cultivada, com produtividade média de 14,05 t/ha-1, girando em torno de R$ 886 milhões, ou 0,25% do valor da produção agrícola.
As regiões do País que apresentam maior área destinada ao cultivo e produção são: Nordeste, Sul e Sudeste, sendo elas de 27.655 ha-1 e 317 mil toneladas, 15.554 ha-1 e 253 mil toneladas e 13.017 ha-1 e 214 mil toneladas, respectivamente.
Analisando os dados da produção do Brasil, é observado que a área destinada à produção de batata-doce, produção e receita bruta, têm crescido. De 2015 até 2019, apresenta um aumento de 28%, 35% e 51%, respectivamente. Já a produtividade, desde 2016, apresenta uma pequena variação, porém, nada muito abruto (Tabela 1).
Crescimento
Nos últimos anos, a área destinada para o cultivo de batata-doce tem crescido exponencialmente nas regiões nordeste e sudeste do País . A produção da região nordeste apresenta um aumento de 109% . Esse grande aumento na produção é obtido pelo crescimento das áreas cultivadas junto com o ganho na produtividade, que passou de 8,99 ton/ha-1, em 2015, para 11,49 ton/ha-1 em 2019 , consequentemente, tendo um grande ganho na receita bruta da cultura .
Lucro x investimento
A rentabilidade do produto tem sido positiva. A demanda é o fator que mais chama a atenção, visto que houve aumento significativo nos últimos anos, principalmente devido aos grandes benefícios e características nutricionais da raiz tuberosa.
Esses fatores tornam a produção dessa hortaliça um prato cheio aos agricultores, pois apresentam ampla adaptação, fácil e baixa exigência de manejo, alta tolerância à seca, baixa incidência de pragas e doenças, baixo requerimento de adubação e alta eficiência fotossintética. Por esses motivos, cada vez mais a produção da batata-doce e seus derivados tende a crescer.
Embora o investimento de implantação seja maior para os produtores iniciantes, é difícil falar um valor médio de investimento, visto que cada produtor tem um nível tecnológico e custos fixos diferentes (ex. aluguel da terra, mão de obra, etc.), tendo que enfrentar diferentes necessidades de investimento de acordo com a realidade da propriedade.
Mas, uma coisa deve ser levada em consideração: os custos com insumos e mão de obra são os que mais pesam no custo total de produção. Assim, controlar os gastos com a implantação do sistema de cultivo, aquisição de mudas, insumos e focar na produtividade possibilita um retorno financeiro garantido, pois a demanda por este produto é constante, então a venda e a rentabilidade também, e possui diversas aptidões mercadológicas.
Como exemplo, a aquisição de batata-doce para consumo varia de região para região, em que o preço médio de venda pode variar de R$ 1,50 a R$ 3,50 o quilo, gerando uma renda bruta de aproximadamente R$ 1.500,00 a R$ 3.500,00 com 1,0 tonelada de produção.
Entre as hortaliças, a batata-doce apresenta uma boa alternativa de renda, por possuir um baixo custo, comparado à outras culturas oleícolas.
O retorno inicial vai depender de alguns aspectos, como potencial genético da cultivar utilizada, manejo adotado e a finalidade do produto, mas em média observa-se uma alta taxa de retorno em torno de 89% do capital investido em poucos ciclos produtivos por ano, em 1,0 ha.
Desta forma, seu retorno econômico será definido após a segunda colheita, que pode ser realizada de 100 a 180 dias após o plantio, dependendo de fatores genéticos e ambientais, sendo eles: a cultivar escolhida, época de plantio e condições edafoclimáticas.
O que esperar
A tendência para 2021, para o cultivo de batata-doce, é sempre positiva, tanto para crescimento de área, produção, quanto rentabilidade, pois cada dia mais a busca desse alimento aumenta. Esta é uma hortaliça que está em sublime alta, principalmente pelo público fitness e atletas, por motivos de seus diversos benefícios à saúde, tanto por suas características nutritivas quanto funcionais.
Além disso, suas aptidões geram nichos de potencial de mercado diversos, podendo ser utilizada na alimentação animal (raízes e parte aérea), na produção de álcool (raízes), matéria-prima para fármacos e produtos alimentícios com alto potencial nutritivo (composição das folhas de cultivares melhoradas), proporcionando oportunidades e flexibilidade para maior lucratividade dos produtores.
Autoria:
Rafael Rosa Rocha – Engenheiro agrônomo e mestrando em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – rafaelrochaagro@outlook.com
Tiago Yukio Inoue – Engenheiro agrônomo e mestrando em Genética e Melhoramento de Plantas – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – tiagoyukio2014@live.com.pt