Fernando Simoni Bacileri
Engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador – Fisioplant Pesquisa e Desenvolvimento
feagro@hotmail.com
Camila Xavier Rabelo
Engenheira agrônoma e gestora de projetos – Fisioplant Pesquisa e Desenvolvimento
camilaxavier1510@hotmail.com
João Vitor Fonseca Sales
Engenheiro agrônomo e coordenador de pesquisa – Fisioplant Pesquisa e Desenvolvimento
joaov0022@hotmail.com
O fosfito de potássio é um composto que desencadeia respostas de defesa nas plantas de cebola por meio de vários mecanismos. Ele age como um elicitor, estimulando a produção de fitoalexinas, que são compostos antimicrobianos naturais, e ativando enzimas de defesa, como as glucanases e quitinases.
Essas enzimas quebram as paredes celulares dos patógenos, dificultando sua entrada na planta. Além disso, o fosfito de potássio fortalece as paredes celulares das plantas, tornando-as mais resistentes a infecções por fungos.
Essa ativação do sistema de defesa da planta é conhecida como resistência sistêmica adquirida (RSA), um processo que proporciona proteção duradoura contra uma ampla gama de patógenos.
Para as cebolas
A combinação de fosfito de potássio com fungicidas oferece uma estratégia eficaz de manejo integrado de doenças. Enquanto os fungicidas agem diretamente no controle de patógenos específicos, o fosfito de potássio fortalece as defesas naturais das plantas.
Isso não só reduz a severidade das doenças, mas também minimiza a necessidade de aplicações frequentes e elevadas doses de fungicidas. Como resultado, os produtores podem esperar uma redução nos custos de controle de doenças, além de um menor risco de desenvolvimento de resistência por parte dos patógenos aos fungicidas utilizados.
Critérios
A determinação da dosagem adequada de fosfito de potássio e fungicida envolve vários fatores. Primeiramente, é essencial considerar a cultivar específica de cebola, pois variedades podem ter diferentes níveis de tolerância e resposta aos tratamentos.
O estágio de crescimento das plantas também é crítico, pois influencia a absorção e a eficácia dos produtos aplicados. Condições climáticas, como temperatura e umidade, afetam a atividade dos fungicidas e a resposta das plantas ao fosfito de potássio.
Além disso, o histórico de doenças na área e a presença de patógenos específicos devem ser levados em conta para determinar as estratégias de manejo mais eficazes.
Efeito colateral
O uso prolongado de fungicidas pode levar à seleção de populações de patógenos resistentes, reduzindo a eficácia dos tratamentos ao longo do tempo. No entanto, o fosfito de potássio, quando usado conforme as diretrizes, não apresenta efeitos colaterais significativos com o uso prolongado.
É importante monitorar a saúde das plantas para evitar possíveis efeitos adversos, como fitotoxicidade, especialmente em condições climáticas desfavoráveis ou quando combinado com altas doses de fungicidas.
Um manejo integrado de doenças, que inclui a rotação de diferentes modos de ação de fungicidas e o uso estratégico de fosfito de potássio, pode ajudar a minimizar esses riscos.
Sustentabilidade, na prática
A utilização de fosfito de potássio tem demonstrado uma redução significativa no número de aplicações de fungicida necessárias ao longo da temporada de cultivo. Isso ocorre porque o fortalecimento das defesas naturais das plantas reduz a incidência e a severidade das infecções por fungos.
Em muitos casos, agricultores relatam uma redução de até 50% no número total de aplicações de fungicida, resultando em um manejo mais sustentável e econômico das doenças.
Recomendações
A adaptação da combinação de fosfito de potássio e fungicida é crucial para maximizar sua eficácia em diferentes ambientes agrícolas. Variações climáticas, como temperatura e umidade, afetam a atividade dos produtos aplicados e a resposta das plantas.
Em áreas com histórico de doenças específicas, ajustes na dosagem e no calendário de aplicação podem ser necessários para otimizar o controle de patógenos. Além disso, a textura e a fertilidade do solo influenciam a absorção e a distribuição dos nutrientes, incluindo o potássio do fosfito.
Inicialmente, os produtores devem realizar um diagnóstico preciso das condições de cultivo, incluindo análises de solo e histórico de doenças.
Com base nesses dados, podem ajustar as dosagens e o calendário de aplicação para atender às necessidades específicas de suas plantações de cebola. É importante iniciar com as doses recomendadas pelo fabricante e monitorar regularmente a resposta das plantas às aplicações.
Agricultores devem considerar uma abordagem personalizada, consultando especialistas locais e seguindo orientações técnicas para adaptar a combinação às condições específicas de cada localidade.