22.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiPanorama nacional da produção de banana

Panorama nacional da produção de banana

Maria Geralda Vilela Rodrigues

Engenheira agrônoma, D.Sc. e pesquisadora da Epamig Norte/bolsista da FAPEMIG

magevr@epamig.br

 

Crédito Maria Geralda Vilela Rodrigues
Crédito Maria Geralda Vilela Rodrigues

O cultivo da banana é praticado em todo o território nacional, sendo o Brasil o quarto maior produtor mundial (FAO, 2014), com 6.844,49 mil t produzidas em 475,98 mil ha (IBGE, 2015), portanto, com rendimento de 14,38 t/ha (Tabela 1).

Esse rendimento varia muito entre regiões em função do nível tecnológico adotado e da variedade produzida. Os cachos das variedades do subgrupo Prata (como Prata, Pacovã) são menores que aqueles das variedades do subgrupo Cavendish (como Grande Naine e Williams).

Regiões como o Norte de Minas, terceira maior produtora do País, apresenta alto rendimento (22,29 t/ha) quando comparada à produtividade brasileira, mesmo produzindo principalmente Prata-Anã (mais de 70% da área). Internamente, esta região também apresenta grande variação, com produtividades de 15 t/ha até propriedades de alto rendimento, como 30 t/ha de Prata-Anã.

Foto 01 -Crédito Shutterstock
Foto 01 -Crédito Shutterstock

Quadro 1 ” Principais mesorregiões brasileiras produtoras de banana

Mesorregiõesbrasileiras Produção

(t)

Área colhida

(ha)

Rendimento

(t/ha)

Valor de

comercialização da fruta

(mil R$)

Brasil 6.844.491 475.976 14,38 5.790.992
1 Litoral Sul Paulista – SP 739.013 34.434 21,46 557.408
2 Sul Baiano – BA 427.787 29.211 14,65 324.131
3 Norte de Minas – MG 394.218 17.684 22,29 418.608
4 Norte Catarinense – SC 384.604 13.923 27,62 134.997
5 Centro Sul Baiano – BA 271.585 20.400 13,31 179.312
6 Sudoeste Paraense – PA 259.690 19.074 13,62 221.520
7 Vale do Itajaí – SC 244.412 8.405 29,08 115.390
8 Sudeste Paraense – PA 229.963 18.689 12,31 250.112
9 Vale São-Franciscano da Bahia – BA 206.942 10.707 19,33 261.510
10 Central Espírito-santense – ES 200.437 16.663 12,03 232.155
11 Sul/Sudoeste de Minas – MG 156.856 11.622 13,50 172.738
12 Centro Goiano – GO 135.670 9.335 14,53 104.454
13 Metropolitana de Porto Alegre – RS 126.527 11.070 11,43 121.223
14 Metropolitana de Curitiba – PR 119.787 4.562 26,26 66.002
15 Agreste Paraibano – PB 117.149 9.521 12,30 98.781

Fonte: IBGE (2015)

Como pode ser observado na Tabela 1, entre as principais regiões produtoras de banana do Brasil estão algumas com grandes dificuldades na geração de emprego e renda, principalmente por limitações climáticas. Calcula-se que sejam gerados 0,7 emprego direto e dois empregos indiretos por cada hectare cultivado com bananais, o que dá à bananicultura uma grande importância social.

Mudas de banana prontas para o plantio - Crédito Alessandro Arantes
Mudas de banana prontas para o plantio – Crédito Alessandro Arantes

Consumo

Estima-se que o consumo per capita de banana do brasileiro seja de aproximadamente 29 kg/pessoa/ano (SEBRAE, 2008). É a fruta mais consumida pelos brasileiros e a maior demanda, e portanto os principais mercados, são os grandes centros populacionais.

Planejamento

Antes de implantar um bananal o produtor deve fazer um adequado planejamento do empreendimento, considerando o mercado pretendido (como a distância e o acesso, a variedade preferencial, a quantidade que pode absorver, a qualidade da fruta já comercializada, os valores praticados, os concorrentes…), a adequação da propriedade ao cultivo de bananais (características do solo, declividade, necessidade de irrigação e/ou drenagem, quantidade e qualidade da água disponível, o clima…), a disponibilidade de mão de obra, os equipamentos e insumos já existentes ou que possam ser adquiridos, o histórico (alagamento, seca, cultivos anteriores e seu manejo, ocorrência de pragas e doenças, plantas infestantes…), etc. De posse destas informações é escolhida a variedade a ser cultivada e a área a ser plantada.

Ensacamento dos frutos para controle de pragas - Crédito Luiz Alberto Lichtemberg
Ensacamento dos frutos para controle de pragas – Crédito Luiz Alberto Lichtemberg

O próximo passo é a aquisição de mudas de qualidade, insumo que, se mal planejado, pode levar o empreendimento ao fracasso. Existem vários tipos de mudas de bananeira, mas as mais utilizadas são as micropropagadas (laboratório) e as tradicionais retiradas de bananais.

As mudas micropropagadas levam cerca de 10 meses para serem preparadas no laboratório, tempo geralmente solicitado para entrega. Havendo disponibilidade de mão de obra, o ideal é que estas mudas sejam plantadas inicialmente em saquinhos de 1 a 2 L de substrato, por 40 a 50 dias e, nesse caso, podem ser adquiridas mudas de raízes nuas, mais baratas e que, a depender da quantidade adquirida, encaminhadas via correio, reduzindo o custo com o frete.

As mudas de cultura de tecidos podem ainda ser utilizadas para montagem de viveiro em área nunca cultivada com bananais, comprovadamente livre de doenças e pragas da cultura, localizada na parte mais alta da área, e irrigada com água de boa qualidade.

 Ponto de colheita do cacho de banana - Crédito Francisco Ermelindo Rodrigues
Ponto de colheita do cacho de banana – Crédito Francisco Ermelindo Rodrigues

O plantio deve ser adensado (ex: 1,0 x 1,0 m ou 1,0 x 1,5 m), mantidos todos os brotos por cerca de 10 meses (a depender do clima), e então toda a touceira é desfeita e utilizadas as mudas e fragmentos do caule da planta-mãe para implantação da nova área.

Uma segunda alternativa é a utilização de mudas retiradas de bananal em produção, desde que este seja comprovadamente livre de pragas e de doenças transmissíveis pelas mudas. Usar propágulo de plantas de má qualidade é garantir que o novo bananal já comece doente, às vezes em condições ainda piores do que a do bananal fornecedor das mudas.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

ARTIGOS RELACIONADOS

Competição de apenas um vencedor

Na disputa entre as plantas daninhas e o arroz, a produtividade deve sair na frente   Por Sylvio Henrique Bidel Dornelles, Chefe do Dept. de Biologia...

Adubos húmicos + fosfatados = nutrição equilibrada para as plantas

Atualmente, é notório o aumento na demanda por alimentos e sua crescente necessidade no fornecimento por meio do aumento de produtividade agrícola. A produção agrícola tem sido associada à intensa utilização dos insumos, que, mesmo sendo visíveis os benefícios para as plantas em seu desenvolvimento e produtividade, ainda são de alto custo e quando não há um manejo adequado geram, em longo prazo, impactos negativos na ecologia das regiões agrícolas. Além disso, o Brasil é um dos poucos países com reais possibilidades de contribuir grandemente para suprir a demanda de aumento na produção de alimentos.

Pulverizadores contribuem para o combate à dengue e ao Zika Vírus

Produtos STIHL são ideais para evitar a proliferação de larvas dos insetos O aumento do calor e os maus cuidados em áreas urbanas aumentam a...

Raça 4 tropical – Nova doença deixa bananicultores em alerta

Ricardo KobalRaski Engenheiro agrônomo, auditor fiscal federal agropecuário do Departamento de Sanidade Vegetal - Secretaria de Defesa Agropecuária O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!