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Manejo orgânico da abobrinha italiana

Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Créditos Shutterstock
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Hortaliças orgânicas estão em alta no mercado e o cultivo da abobrinha é uma boa alternativa. Adaptada a uma larga faixa de temperatura, sobretudo as mais elevadas, a hortaliça tem a aceitação do brasileiro. Refogada, assada, frita ou empanada, entre tantas outras receitas culinárias, ela é bastante apreciada.

A abobrinhaitaliana, também conhecida como abóbora-de-tronco, abóbora-de-árvore ou abóbora-de-moita, é uma planta com hábito de crescimento ereto, porém, com caule herbáceo semelhante ao das demais plantas da família das cucurbitáceas. Já a denominadaabobrinha ou abóbora é uma planta anual, de crescimento indeterminado e porte rasteiro, que tem um sistema radicular constituído por uma raiz principal. Esta atinge um grande desenvolvimento em relação às raízes secundárias, as quais se estendem superficialmente. Apresenta um crescimento em forma sinuosa, podendo alcançar um metro ou mais de comprimento, dependendo da variedade comercial.

Além de apreciada pelo sabor e textura leve, a abobrinha ainda conta com propriedades benéficas à saúde. Seu consumo é indicado por apresentar fácil digestão, capacidade de aliviar enjoos de gravidez e também de regular o trânsito no intestino.

Cerca de 94% da hortaliça é pura água. Porém, conta com teores consideráveis de potássio, que garante a elasticidade das artérias, contribuindo para que a pressão arterial fique em equilíbrio. Além disso, é rica em niacina (vitamina do complexo B),vitamina Ae emminerais como potássio, fósforo, cálcio, sódio e magnésio.

Tendência orgânica

A produção orgânica de alimentos vem crescendo em nosso País, assim como em todo o planeta. Em 2016, de acordo com o MAPA (2017), o número de unidades produtivas no Brasil aumentou cerca de 30%, relativo a 2015. Os registros de cadastro do Mapa mostram (ao final de outubro de 2017) 17.154 produtores orgânicos certificados em nosso País.

Os produtos orgânicos ganharam espaço no mercado de alimentos, pois empregam em toda a cadeia produtiva técnicas que respeitam o meio ambiente e visam à qualidade do alimento. No sistema de produção em questão, não se empregam inseticidas, fungicidase herbicidas convencionais ou, ainda, fertilizantes sintéticos (de alta solubilidade).

Em resumo, a agricultura orgânica fundamenta-se, principalmente, em: reciclagem dos recursos naturais; emprego de estercos animais, biofertilizantes e da técnica de compostagem de resíduos vegetais e animais; uso de adubos não sintéticos e de calcários; cobertura vegetal morta e viva do solo; diversificação e integração de vegetais (incluindo as florestas) e animais; rotação e consorciação de culturas; adubação verde; controle de problemas fitossanitários com métodos mecânicos, físicos, vegetativos e biológicos e; uso de quebra-ventos.

 

Condições para o plantio

A abobrinha prefere solos com boa drenagem, ricos em matéria orgânica, com baixa acidez ” pH entre 5,5 e 6,5. O seu ciclo vegetativo é de 60 a 90 dias, tendo como elemento de propagação a semente.

Em primeiro lugar é importante é a escolha da área. Tem que se considerar que a espécie em questão prefere solos profundos areno-argilosos, bem estruturados, drenados e ricos em matéria orgânica.

Para a boa polinização e maior pegamento de frutos,deve-se escolher áreas protegidas dos ventos dominantes. Evitar o plantio em áreas já cultivadas com a mesma espécie ou com outras cucurbitáceas e solanáceas. A análise do solo deve ser feita com antecedência para a recomendação adequada da correção da acidez e da adubação.

 A produção orgânica de alimentos vem crescendo e se expandindo no Brasil - Créditos Shutterstock
A produção orgânica de alimentos vem crescendo e se expandindo no Brasil – Créditos Shutterstock

O plantio pode ser em semeadura direta no campo ou por mudas (tal método proporciona uma lavoura mais uniforme e menor perda no campo). A instalação da cultura no campo no sistema de covas em plantio direto ou cultivo mínimo propicia melhor proteção do solo e dos frutos, menor incidência de plantas invasoras e maior retenção de água.

O que se sugere é, no outono, semear o adubo verde, que pode ser um coquetel de ervilhaca, aveia preta e nabo forrageiro. No início da floração dos adubos verdes, faz-se seu acamamento com rolo-faca ou roçadeira. A alternativa seria roçar as invasoras presentes na área, deixando-as como cobertura de e mantendo-as com roçadas até as abobrinhas emitirem ramos e gavinhas.

Se a opção for por sistema em faixas, com preparo do solo, procede-se a aração profunda, pois os torrões entre as faixas facilitam a fixação dos ramos pelas gavinhas, evitando o dano pelo vento. Após a aração, gradeia-se apenas a faixa de plantio, cerca de 60 cm de largura espaçados de 03 em 03 m. Abre-se a cova ou sulco e coloca-se o adubo orgânico, incorporando-o ao solo.

 

Calcário e gesso

A correção da fertilidade do solo é ponto fundamental na produção orgânica. Para tal, alguns insumos são permitidos, entre os quais: uso da adubação verde com leguminosas fixadoras de nitrogênio atmosférico, emprego de compostagem da matéria orgânica, que pela fermentação elimina microrganismos como fungos e bactérias eventualmente existentes em estercos de origem animal e de compostos enriquecidos, como bokashi e bayodo.

A correção da fertilidade do solo deve se feita de acordo com os resultados da análise de solo. Para corrigir a acidez pode-se empregar também calcário e gesso natural. Na adubação podem ser empregados estercos animais curtidos, compostos orgânicos e enriquecidos, biofertilizantes e produtos contendo algas marinhas, cinzas de madeira, fosfatos naturais reativos e temofosfato, por exemplo. No plantio,em geral, se coloca estercos e compostos volumosos. Em cobertura se aplicam compostos enriquecidos, algas marinhas e biofertilizantes.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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