Autores
Lorena Vitoria Ferreira Alves – lorevitoria1212@gmail.com
Karolyna Silva de Resende – karolynasresende@gmail.com
Graduandas em Agronomia – UMA Uberlândia
José Celson Braga Fernandes – Engenheiro agrônomo, doutorando em Biocombustíveis UFU/UFVJM e Fundador da Agro+celsonbraga@yahoo.com.br
Os fertilizantes organominerais são adubos orgânicos enriquecidos com nutrientes minerais. Nesse sentido, a associação de fertilizantes orgânicos e minerais é vantajosa, pois a parte orgânica do adubo pode reter certos nutrientes do fertilizante mineral contra a lavagem pelas águas das chuvas, principalmente em solos arenosos, e a fixação pelas argilas em solos argilosos, reduzindo significativamente as perdas.
Em longo prazo, o produtor também reduz custos, uma vez que o adubo organomineral estimula a proliferação de microrganismos benéficos que irão atuar na solubilização dos fertilizantes minerais e aumentarão a taxa de mineralização, sobretudo de nitrogênio, fósforo e potássio do fertilizante orgânico, liberando mais nutrientes para as plantas.
Proliferação de microrganismos
Os fertilizantes organominerais são uma mistura formada por fertilizantes de fração orgânica e mineral. De acordo com sua legislação, estes materiais devem conter um mínimo de 8% de carbono orgânico; CTC mínima de 80 mmolc kg-1; 10% de macronutrientes primários isolados (N, P, K) ou em mistura (NK, NP, PK, NPK); 5% de macronutrientes secundários; 1% de micronutrientes e 30% de umidade máxima (Brasil, 2009).
Nessa composição, a parte orgânica pode ser obtida a partir de fontes de origem animal ou vegetal, que na sua constituição apresentam determinada concentração de nutrientes. Os organominerais, por apresentarem material de origem orgânica, como os ácidos húmicos e fúlvicos, têm contribuído para o desenvolvimento de microrganismos benéficos para os vegetais.
Benefícios
Sua aplicação pode trazer vários benefícios para a produção agrícola. Ao nível de solo, consegue-se alinhar melhoria nas propriedades física, química e biológica do solo, e suas ações fazem com que se obtenha resultados surpreendentes.
Na biologia do solo os organominerais são de extrema importância, por conterem matéria orgânica que acaba se tornando o combustível para a microbiota do solo se manter viva. Os microrganismos do solo, para sua permanência e atividade, necessitam de algum material energético, e para isso utilizam a matéria orgânica fornecida e incorporada ao solo, junto à água e oxigênio, favorecendo a sua proliferação/multiplicação.
A sua aplicação na agricultura tem apresentado diversos benefícios, além de disponibilizar nutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio, entre outros. Esse tipo de insumo tem atuado na capacidade de retenção de água, aumento da porosidade e redução de erosão.
Por conter material de origem orgânica, os organominerais têm apresentado micelas húmicas coloidais que favorecem o aumento da capacidade de troca catiônica, contribuindo para a redução de lixiviação de nutrientes.
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Além desses benefícios, os organominerais têm contribuído para a ativação enzimática vegetal, logo, favorecendo o desenvolvimento de microrganismos que encontram condições ideais para seu desenvolvimento.
Ainda, seu uso tem caráter sustentável, sendo que resíduos que antes eram vetores de pragas e doenças passam a ser incorporados a formulações de adubos e, consequentemente, ocorre a diminuição de uso de materiais de processos químicos que trazem grandes impactos ambientais.
Culturas beneficiadas
Atualmente, há diversos estudos com os organominerais mostrando os benefícios de sua adoção, logo, não existe uma cultura mais ou menos beneficiada com o uso do fertilizante organomineral, pois o benefício se agrega a todas as culturas.
Conforme estudos realizados com estes materiais, as culturas agrícolas apresentaram excelentes índices de produtividades quando comparado com métodos convencionais.
Manejo
Para que seu uso seja implantado e tenha-se uma excelente eficiência, o primeiro passo é conta com a orientação de um profissional que tenha domínio no assunto. Em seguida, adquirir o produto de empresas que tenham padrões rigorosos de qualidade.
Depois, é preciso fazer um bom armazenamento do produto para que não tenha contato com substâncias que possam prejudicar a integridade do mesmo e não ocorram alterações físicas, químicas ou biológicas.
Os cálculos de adubação devem ser feitos conforme análise de solo para fornecer o necessário para a cultura, pois esse fator atinge reflete diretamente no custo final da produção. Segundo Fernandes 2019, em trabalhos realizados foi verificado que FOMs apresentaram efeitos graduais, obtendo melhor resultado no terceiro ano, quando aplicado consecutivamente, embora no primeiro ano já tenha mostrado efeitos satisfatórios.
Em campo
Atualmente, há diversas pesquisas que relatam a ação benéfica dos FOMs. Duarte, 2014, ao fazer o comparativo entre adubação mineral e organomineral, constatou que ao usar os FOMs houve um acréscimo na produção, sendo satisfatórios seus resultados.
Segundo trabalhos realizados por Branco (2012), os FOMs apresentam a capacidade de recuperação da flora microbiana, a redução da acidificação do solo e a liberação gradativa de nutrientes, consequentemente, a planta recebe apenas o necessário. Nesse processo, é importante evitar a lixiviação e volatilização do material aplicado ao solo.
Segundo Sousa (2014), o uso dos FOMs resultará na diminuição de custo operacional da lavoura, por diminuir operações de calagem e pela aplicação conjunta de fertilizantes mineral e orgânico ao longo dos cultivos.
Cardoso 2015 verificou que todas as variáveis estudadas em experimento com batata foram satisfatórias, ao comparar a adubação com FOMs com a adubação mineral.
A adubação com FOMs tem apresentado efeitos positivos em algumas propriedades que são monitoradas por empresas que fornecem esses fertilizantes. Foi constatado em análise de solo, na pós-colheita, que o solo que recebeu o uso do fertilizante organomineral estava com a fertilidade mais estruturada em relação ao tratamento químico, e com isso foi observada uma redução de mais 50% em kg/ha de adubação para a safrinha.
No alvo
Os erros estão ligados diretamente à falta de conhecimento. Para isto, é recomendado um profissional que tenha conhecimento. Além disso, é primordial que se faça um planejamento de toda prática que será executada em qualquer propriedade rural; caso contrário, há ocorrências de impactos negativos que podem acarretar culpa de que o fertilizante organomineral não tenha a devida eficiência.
Os erros mais comuns que levam os FOMs a apresentarem resultados não satisfatórios são: má interpretação de análise de solo, não regulagem corretamente dos implementos de aplicação, não fazer as aplicações preventivas de fungicida, inseticida e herbicida na data certa ou reduzir aplicação, falta de monitoramento da lavoura conforme o ciclo fisiológico da lavoura e comprar produtos sem certificações de eficiência comprovada, dentre outros que estão dentro do manejo agronômico.
Esses erros podem ser evitados quando se tem um ciclo de profissionais idôneos e comprometidos com a sustentabilidade da agricultura. Logo, o produtor deve sempre procurar responsáveis técnicos e empresas que forneçam serviço de qualidades, sempre observando se estes produtos contêm certificações de órgãos de fiscalizações.
Custo
O custo dos organominerais varia muito e geralmente é confundido com seus resultados. De primeira mão, são vistos como mais caros do que os usados geralmente, porém, são os mais eficientes pela quantidade de benefícios que proporcionam.
Portanto, esses fatores dependerão da qualidade do organomineral e do posicionamento técnico comercial no campo. Visto os diversos benefícios que os organominerais tem apresentado para agricultura, seu custo torna-se equiparado com métodos convencionais.