Autor
Mário Calvino Palombini – Engenheiro agrônomo e proprietário da Vermelho Natural – vermelhonatural@hotmail.com
O plantio suspenso engloba vários sistemas de produções, NFT, aeroponia, aquaponia e sistema de fertirrigação por gotejamento em substrato. A denominação mais utilizada para os plantios suspensos é “produção fora de solo”.
Internacionalmente, o plantio suspenso foi inicialmente apreciado pelos produtores como uma alternativa de substituição da esterilização do solo, principalmente quando o principal produto sofreu proibição ou restrições de uso, o brometo de metila.
Posteriormente, a melhorias das condições de trabalho que os sistemas suspensos propiciam passou a ser fundamental para o sucesso da atividade. Outras vantagens que não podem ser ignoradas são: possibilidade de maior adensamento de plantas por área, utilização de áreas com solos improdutivos e a produção em zonas urbanas.
No entanto, as técnicas utilizadas eram, e ainda são, insuficientes para se atingir o potencial máximo destes sistemas. Muitas técnicas utilizadas em sistemas convencionais e que são inadequadas para sistemas suspensos foram e ainda estão sendo usadas. Estes são um dos principais fatores que dificultam o crescimento da atividade.
Evolução
Como é um segmento que está em um momento de forte desenvolvimento tecnológico, a produtividade, a qualidade de frutos e os outros fatores de produção devem ter significativas melhorias nos próximos anos.
Em países em que os sistemas suspensos estão bem evoluídos, as produtividades médias por área são de três a cinco vezes maiores que as convencionais. A produtividade média brasileira é em torno de 32 toneladas por ha/ano, e hoje, com a aplicação das técnicas já conhecidas, a produtividade pode alcançar de 60 a 80 toneladas por ha/ano.
Com a introdução de novas tecnologias em desenvolvimento, estas produtividades terão significativos aumentos de produtividade e qualidade.
Capacitação
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Estas novas tecnologias vão necessitar uma maior capacitação administrativa e técnica do setor produtivo, das propriedades e de seu gerentes e colaboradores, além de maiores investimentos por área. Estas maiores produtividades são fundamentais para a viabilidade de todos estes avanços do setor.
Em termos econômicos, as respostas são interessantes. Mesmo em pequenas áreas produtivas, se considerarmos uma produtividade de 60 a 80 toneladas por ha/ano e um valor de fruto de R$ 6,00 a R$ 10,00/kg, o rendimento bruto por ha/ano é de R$ 360.000.
Lembrando que os custos são muito variáveis conforme a propriedade, mas uma margem mínima aceitável é de 20%, o que garantiria uma renda para o produtor de R$ 72.000/ha/ano.
Por estes motivos, esta atividade garante ao produtor um rendimento familiar adequado, mesmo em condições difíceis e em pequenas áreas, tornando-a uma das atividades em pleno crescimento nas regiões onde a cultura é viável.