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Quais as principais pragas e doenças da bananicultura?

Autora

Mariane Aparecida RodriguesEngenheira agrônoma, mestra e doutora em Agronomia/Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)marianerodriguesst@gmail.com

Mal-do-panamá – Crédito UFRGS

A bananeira é atacada constantemente por pragas e patógenos que causam imenso prejuízo aos bananicultores, se não forem controlados. Pragas como broca do rizoma e tripes e as doenças mal-do Panamá e sigatoka amarela e negra são as mais importantes e serão discutidas a seguir.

Pragas

Ü Broca-do-rizoma ou moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus): é um besouro preto, com bico longo e recurvado. As plantas atacadas por ele apresentam desenvolvimento limitado, amarelecimento e posterior secamento das folhas, redução no peso do cacho e morte da gema apical. A sua dispersão ocorre por meio de mudas infestadas, as quais podem conter ovos e larvas em desenvolvimento. Recomenda-se fazer controle biológico, uso de iscas, armadilhas com feromônios, e químico, segundo as especificações do fabricante.

Ü Tripes da erupção dos frutos (Frankliniella spp.): os danos provocados por tripes manifestam-se nos frutos em desenvolvimento, na forma de pontuações marrons e ásperas ao tato. A despestilagem (retirada dos restos florais) e a remoção do coração reduzem a população desses insetos. Também se recomenda a utilização de sacos impregnados com inseticidas, no momento da emissão do cacho, e aplicação de inseticidas via solo, para reduzir prejuízos.

Ü Tripes da ferrugem dos frutos (Chaetanaphothrips spp.): são insetos pequenos (1 a 1,2 mm de comprimento) que vivem nas inflorescências, entre as brácteas do coração e os frutos. Seu ataque provoca o aparecimento de manchas de coloração marrom. Em casos de forte infestação, a casca da bananeira pode apresentar pequenas rachaduras em função da perda de elasticidade. Assim, deve-se efetuar o ensacamento dos cachos e remoção de plantas invasoras para reduzir prejuízos.

Doenças

] Mal-do-panamá: causada pelo fungo de solo (Fusarium oxysporum f. sp. cubense), sua disseminação ocorre por contato dos sistemas radiculares das plantas sadias com os esporos das plantas doentes ou material de replantio contaminado. Também pode ocorrer a disseminação do fungo por meio da água de irrigação, de drenagem e de inundação, assim como pelo homem, por animais e pela movimentação de solo.

Os sintomas da doença incluem o amarelecimento das folhas mais velhas até as mais novas, começando pelos bordos do limbo foliar e evoluem no sentido da nervura principal. Depois as folhas murcham, secam e quebram junto ao pseudocaule, no entanto, as folhas centrais ainda permanecem eretas (lembrando um guarda-chuva fechado). No rizoma ocorre a descoloração pardo-avermelhado. A melhor via para o controle do mal-do-panamá é a utilização de variedades resistentes.

] Sigatoka-amarela (Mycosphaerella musicola): a chuva, o orvalho e a temperatura são fatores fundamentais para que ocorra a infecção, produção e disseminação do inóculo. Com o tempo, nas folhas aparecem pequenas estrias amareladas que passam para marrom e posteriormente para manchas pretas necróticas, circundadas por um halo amarelo, adquirindo a forma elíptica alongada.

Essa é uma doença de controle difícil, portanto, a integração de ações com controle químico, cultural e genético formam o melhor caminho para que o objetivo seja atingido e a harmonia do ambiente seja preservada.

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] Sigatoka-negra (Mycosphaerella fijiensis): a mais grave doença fúngica da bananeira. O vento, juntamente com a umidade, principalmente na forma de chuva, são os principais responsáveis pela liberação dos esporos e por sua disseminação a pequenas e longas distâncias. Ocorre o aparecimento de estrias de cor marrom, que evoluem para estrias negras. Seu controle é feito por variedades resistentes, controle cultural, drenagem, combate às plantas infestantes, desfolha sanitária, nutrição, sombra e controle químico.

Solução

De forma geral, os erros mais comuns seriam não usar variedades resistentes, principalmente em relação às doenças. Hoje já existem variedades novas resistentes a essas três principais doenças.

As cultivares Thap Maeo, Pacovan Ken, Preciosa, Japira, Preciosa e Caipira são resistentes a essas três doenças e medianamente resistentes à broca do rizoma. Na falta de variedades resistentes, será necessário tomar as medidas culturais e químicas apresentadas anteriormente para ter sucesso no empreendimento, caso contrário, haverá prejuízo.

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