20.8 C
Uberlândia
sexta-feira, novembro 22, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosControle de tripes do feijoeiro

Controle de tripes do feijoeiro

Suzeth Carvalho SousaGraduanda em Agronomia – Unicerradosuzecarvalho10@gmail.com

Pauletti K. RochaEngenheira agrônoma, mestra em Agronomia e diretora do curso de Agronomia – Unicerrado paulettirocha@unicerrado.edu.br

O primeiro passo para controlar a praga é realizar o monitoramento da lavoura – Crédito: Alltech

O feijão, além de ser um dos alimentos mais importantes da dieta básica dos brasileiros, é também um dos produtos agrícolas de maior valor econômico-social em várias partes do mundo. Cultivada em mais de 100 países, essa leguminosa pode ter três safras ao ano e assim como outras culturas, vem sofrendo com o ataque de pragas que causam redução na produção.

O tripes do feijoeiro é um inseto pertencente à ordem Thysanoptera, que tem como característica principal as asas franjadas. É uma praga que causa danos severos nas lavouras, pois prejudica o desenvolvimento das plantas e, consequentemente, ocasiona expressivas perdas de produtividade.

Outra característica do tripes é o hábito alimentar raspador-sugador, em que os estiletes presentes no aparelho bucal são introduzidos no tecido vegetal e esse é cortado pelo inseto, que succiona a seiva extravasada.

Sintomas e danos

No local atacado ocorre o ressecamento do tecido, o que diminui a área fotossintética da planta e também podem ser notadas pontuações brancas provenientes da alimentação do inseto. Além disso, a saliva do tripes pode apresentar toxicidade e provocar o surgimento de galha ou lesões prateadas, confirmando o ataque da praga.

Indiretamente, esse inseto acarreta prejuízos significativos devido à transmissão de viroses que são mais expressivas que os danos diretos. A maior incidência da praga na cultura do feijoeiro se dá nas fases vegetativa, de floração e de frutificação.

Devido à alimentação do inseto, o qual se succiona a seiva do tecido vegetal, as plantas apresentam pontos esbranquiçados na superfície adaxial das folhas, bronzeamento e escurecimento de vagens. Quando há infestações severas no início do desenvolvimento da cultura, ocorre a seca das folhas.

Controle

[rml_read_more]

O primeiro passo para controlar a praga é realizar o monitoramento da lavoura e, de acordo com os dados obtidos, optar pelo melhor método, respeitando o nível de controle. A procura por novas alternativas no controle de pragas fez com que diversos pesquisadores voltassem a atenção para o controle biológico, que se baseia na utilização de inimigos naturais para o controle de pragas.

Dentre esses inimigos naturais tem-se o agente Beauveria bassiana, um dos fungos mais estudados e comercializados no mundo, sendo responsável por causar doenças em uma grande gama de artrópodes pragas.

A infecção normalmente ocorre via tegumento onde, após o contato, os conídios do fungo germinam na superfície do inseto, penetram e colonizam o hospedeiro internamente. Durante esse processo ocorre a liberação de toxinas no interior do corpo do inseto, que reduzem seus movimentos, dificultando a alimentação e levando-o a morte.

Os insetos colonizados pelo fungo tornam-se duros e recobertos por uma camada branca pulverulenta, correspondente aos conídios do fungo. Várias pesquisas confirmam a eficiência desse agente ao relatarem o controle de outras pragas, como a mosca-branca (Bemisia tabaci) e o ácaro-rajado (Tetranychus urticae).

Opções e preços

No mercado, esse bioinseticida é comercializado na formulação pó molhável (PM) ou Water Powder (PW). Em média, os preços variam de R$ 90,00 a R$ 350,00, conforme a fração e o fornecedor. É vendido isoladamente ou em composição com outros fungos entomopatogênicos, conforme cada empresa.

A pulverização deve ser feita em períodos noturnos ou em dias nublados, evitando-se a radiação ultravioleta, que pode provocar inativação dos conídios e dessecação dos esporos, reduzindo a eficiência do fungo.

É também de suma importância atender as dosagens e número de aplicações recomendadas para cada cultura.

Sustentabilidade em primeiro plano

A agricultura moderna busca cada vez mais alternativas que reduzam o uso de produtos fitossanitários, os custos de produção e os riscos à saúde humana e recursos naturais, tornando o controle biológico uma ferramenta imprescindível para atingir os objetivos esperados e aumentar a produtividade.

ARTIGOS RELACIONADOS

Sumitomo lança o Abaday para controle de lagartas

A Sumitomo Chemical, companhia com mais de 100 anos de história, lançou no dia 9 de dezembro o inseticida Abaday®, produto que apresenta duplo efeito no controle de lagartas na soja, milho e algodão.

Lagarta-elasmo traz prejuízos alarmantes

  Cristiane Bezerra da Silva Bióloga e doutora em Ciências Farmacêuticas cris.mpj@gmail.com   Elasmopalmus lignosellus (Zeller, 1848) é uma praga de solo e pertence à ordem Lepidoptera e...

Fosfito tem ação fungistática no feijoeiro

Douglas José Marques Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano(UNIFENAS) douglas.marques@unifenas.br O fosfito, quando aplicado às plantas, é absorvido rapidamente por meio...

Influência dos aminoácidos na nutrição das plantas

Giancarlo Couto da Costa Engenheiro agrônomo, pós-graduado em Gestão do Agronegócio, produtor rural e consultor giancarlocouto@yahoo.com.br   A busca por novas alternativas que visem o aumento de produtividade...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!