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Doenças persistentes em pinus

Dáfilla Yara Oliveira de Brito brissydafi@gmail.com

Yanka Beatriz Costa Lourençoyankalourenco97@gmail.com 

Engenheiras florestais e mestrandas no Programa de Pós-graduação em Ciências e Tecnologia da Madeira – Universidade Federal de Lavras (UFLA)

 O pinus é uma espécie originada no hemisférico norte e disseminada no Brasil por imigrantes europeus, com a finalidade ornamental e de produção de madeira serrada. Ao longo das décadas, o seu potencial de uso foi ampliado em todo o país, isto devido às suas características, que incluem: boa aceitabilidade pelo mercado devido à coloração clara da madeira; uso na produção de papel e embalagens por possuir madeira com fibras longas; permitir a extração de resinas, dependendo da espécie; ser tolerante a diferentes tipos de solo; pelo crescimento acelerado e fácil manejo.

Como plantar

A forma de cultivo varia conforme o local e a finalidade comercial do plantio. É comum que se plante, inicialmente, por volta de 1.666 árvores/ha e que o primeiro corte seja com oito anos, o segundo com 12 anos e o último aos 21 nos. Com isso, em todo o seu ciclo produtivo, o pinus pode chegar a uma produção média anual maior do que 30 m³/ha. 

Os plantios de pinus representam cerca de 20% das áreas de florestas plantadas, no Brasil. Isso, devido à variabilidade de espécies do gênero e sua adaptabilidade a diferentes regiões. Este fato torna necessário o conhecimento e monitoramento dos plantios, como garantia de qualidade do produto final. Para isso, vamos conhecer as doenças mais comuns da espécie.

Doenças em pinus

Um dos problemas mais comuns do gênero se dá ainda nos viveiros, com o tombamento de mudas. Essa doença é causada por meio de fungos que se encontram no solo, destruindo os tecidos durante o período de germinação ou causando a morte das plântulas.

Esse tombamento das mudas é explicado pelo rápido crescimento das lesões que chegam ao colo, fazendo com que ocorra o murchamento e morte da parte aérea. O tombamento de mudas ocorre geralmente onde o sistema de produção consiste em sementeiras para posterior repicagem, sem medidas sanitárias preventivas. Assim, é preferível o cultivo em mudas de saco plásticos ou tubetes.

A seca de ponteiros é considerada a doença mais grave a atacar os plantios comerciais de pinus no Brasil e no mundo. Ocorre mediante o fungo Sphaeropsis sapinea, que vive nos restos vegetais dos pinus.

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Este fungo ataca a árvore após estresses ambientais e provoca a morte de mudas e grandes problemas em plantios já estabelecidos.  O ataque do fungo causa infecções primárias nas raízes, ramos e troncos. No geral, os tecidos ficam escurecidos e quebradiços.

A seca dos ponteiros é acompanhada por intensa exsudação de resina sob a lesão. As espécies mais suscetíveis ao ataque deste fungo são Pinnus caribea, Pinnus elliottii e Pinnus taeda.

Como forma de controle, recomenda-se fazer pulverizações com fungicidas na fase de viveiro e a realização da secagem e o processamento das toras logo após o abate, sendo suficiente para evitar a contaminação futura.

A armilariose, também reconhecida como podridão das raízes, é causada pelo fungo Armillaria sp. O fungo infecta os tecidos do lenho das árvores e causa o apodrecimento. A forma mais evidente da doença é a presença de uma espessa camada de resina envolta nas raízes mais grossas e na base do caule das árvores, além do amarelecimento das folhas da copa. Esses sintomas geralmente precedem a morte da árvore.

A doença se manifesta em plantios jovens, entre dois e 10 anos de idade. O controle envolve o cuidado da área de plantio, ou seja, evitar ambientes com material orgânico acumulado de outros plantios; escolher espécies menos suscetíveis a doenças ou que tenham predisposição à infecção por Armillaria sp.; deve-se evitar áreas com déficit hídrico ou solo que impeçam o crescimento radicular; preferir espécies que possuem raízes envelopadas e ter cuidado no momento da produção da muda.

Considerações finais

A propagação de doenças persistentes em espécies de pinus está diretamente relacionada com as etapas do cultivo, desde a produção das mudas até as árvores adultas. Nota-se que a preocupação se estende dos cuidados com a área de implantação até a escolha da cultivar com maior resistência aos respectivos fungos causadores das patologias.

Então, antes da implantação de grandes plantios florestais com estas espécies, deve haver um planejamento, com a escolha do local e das espécies de forma adequada. No caso de plantios comerciais já estabelecidos, é importante o uso de fungicidas e remoção de árvores que apresentarem sintomas evidentes ou mortas.

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Bruno Nicchio Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal, ICIAG-UFU bruno_nicchio@hotmail.com José G. Mageste Engenheiro florestal, Ph.D. e professor ICIAG-UFU jgmageste@ufu.br Ernane Miranda Lemes Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Produção...

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