Diminuição da safra é de cerca de 80%, comparada ao ano de 2014
O mês de maio fecha o período de melhor produção do abacate, uma das frutas mais indicadas para controle de doenças como o colesterol e a diabete. Entretanto, a safra dessa fruta, rica em gordura saudável, sofreu grandes impactos com a ausência de chuvas que vem preocupando moradores e produtores de São Paulo, estado que é responsável por metade da produção nacional.
“A quebra dessa safra foi por volta de 80%. Inclusive, a questão climática influenciou muito, pois durante o dia era muito quente e à noite esfriava bastante. Essa mudança na temperatura e o ar seco fez com que alguns produtores da região perdessem grande parte dos frutos“, afirmou Idoraldo Dassi Júnior, engenheiro agrônomo da CAT ” Casa de Agricultura de Tupã.
O produtor Jorge Manfre, também de Tupã, confirma a informação dada pelo agrônomo e menciona que o clima foi o único fator que influenciou a queda da produção. “O choque da temperatura, que de manhã atingia 33ºC e ao anoitecer caia para 16ºC, foi muito prejudicial. Não houve outro fator que danificou os frutos, só a seca e a temperatura“. Em Oswaldo Cruz, a produtora Alvina José, atesta a mesma informação. “Florou um pouco, mas não vingou, por causa da seca.“
De acordo com o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, durante o início do ano o bloqueio atmosférico colaborou para a amplitude térmica. Durante o dia, o céu praticamente sem nuvens favoreceu o aquecimento e, Ã noite, o calor era perdido para a atmosfera por não haver nuvens que funcionassem como um cobertor.
Nascimento adianta que mais duas frentes frias vão passar sobre o estado de São Paulo durante o mês de maio. A primeira, entre o domingo (dia das Mães) e a segunda-feira (11), e a segunda frente fria, mais para o final do mês. Mas, a expectativa é de pouca chuva, normal para esta época do ano. “A diferença, neste mês, será a queda da temperatura, diferente do mês de Abril, que foi mais quente“. O Inverno começa apenas no dia 21 de junho, às 13h38, horário de BrasÃlia.
Ao contrário de outras frutas, como a laranja, a melancia, a maçã e até a uva, que tendem a concentrar o seu açúcar quando não há muita água para ser absorvida, ” o que as deixam menores, mas mais saborosas ” o abacate precisa da chuva por ter a água como o seu principal componente e também por que a ausência dela pode gerar a queda prematura do fruto (machucando-o e tornando-o impróprio para a comercialização), além de causar uma possível diminuição no tamanho deles.
O excesso de chuva também pode comprometer a boa produção de abacates, que dependem muito do clima para gerar uma boa safra. As condições climáticas ideais para o cultivo desse fruto variam de acordo com o tipo (a variedade) do abacate que será plantado. Temperaturas muito altas e muito baixas, assim como a grande quantidade de água e a ausência dela, são condições que podem danificar os frutos.
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