A safra de cebola, em Santa Catarina, está em fase de comercialização e com boas notícias para os agricultores. A produção da safra 2022/23 chegou a 551 mil toneladas da hortaliça, a maior dos últimos seis anos. Com os bons preços recebidos em comparação com a última safra, a expectativa é que o valor total da produção supere R$ 1 bilhão, o que é um recorde para o Estado.
Conforme o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Jurandi Gugel, esse resultado é histórico para o segmento.
Um dos motivos da boa safra foi a produtividade, que superou 31 mil quilos por hectare, a melhor desde 2012/13. Para efeito de comparação, a produtividade da safra 2021/2022 foi de aproximadamente 28 mil quilos por hectare. Conforme dados disponíveis no Observatório Agro Catarinense, a área plantada, na safra atual, foi de 17,6 mil hectares, ante 17,5 na safra anterior. Ou seja, enquanto a área plantada aumentou cerca de 0,6%, a produtividade avançou aproximadamente 11%.
Condições climáticas
Conforme Jurandi, a boa produção foi alcançada, especialmente, devido aos aspectos climáticos favoráveis. Ele explica que, apesar de um problema de baixas temperaturas na segunda quinzena de outubro e primeira quinzena de novembro , a partir da metade daquele mês e até o final do ciclo da cultura as temperaturas foram elevadas e com muito sol. “Isso permitiu que a produção se desenvolvesse muito bem, formando bulbos de maior calibre e boa sanidade, qualidades que agradam o mercado e os consumidores”, diz o analista.
Preço
A colheita da safra 2022/23 foi concluída em janeiro e os resultados mantiveram Santa Catarina na posição de maior produtor brasileiro da hortaliça. “Esta safra só não foi maior que a de 2016/17, quando nós produzimos, praticamente 600 mil toneladas”, conta Jurandi.
Sobre os preços, ele afirma que no final de outubro e começo de novembro os produtores chegaram a vender cebola por mais de um dólar o quilo, o que é um valor bem acima do registrado na mesma época nas duas safras anteriores. “Com o passar dos meses, com a oferta maior da safra catarinense no mercado, o valor foi se adequando a patamares mais equilibrados entre oferta e procura, havendo redução de preços. De qualquer forma, nos meses de janeiro, fevereiro e início de março sempre estiveram acima do custo de produção estimado para Santa Catarina. Então, no conjunto, nós temos uma situação muito positiva para o produtor”, explica Jurandi.
Você pode escutar a opinião de Jurandi na íntegra abaixo.