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Tecnologia de reflorestamento em alta escala para áreas tropicais começa a ser operada no Brasil

Startup Morfo alia solução tecnológica a conhecimentos locais para acelerar o processo de restauração de florestas nativas

Foto de arquivo

A Mata Atlântica é um dos grandes biomas brasileiros, mas, segundo o Instituto SOS Mata Atlântica, restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente. Nos esforços para restaurar a biodiversidade da fauna e flora nativas, diversas organizações atuam em áreas de preservação ambiental e também na recuperação em áreas privadas em que os donos estejam comprometidos com diretrizes ESG. E foi justamente em uma área de Mata Atlântica que a startup Morfo, que usa tecnologia para reflorestamento em larga escala, inaugurou seus trabalhos no Brasil, tendo como parceiros o Instituto Terra e Preservação Ambiental (ITPA).

O projeto abrange 50 hectares em uma área localizada ao norte da Reserva Biológica de Tinguá, mais especificamente no município de Miguel Pereira. Este corredor é uma das principais fontes de água doce e energia para a cidade do Rio de Janeiro. A bacia de Guandu, abastecida por este corredor, fornece 80% da água da cidade e 30% de sua energia. Para acelerar o plantio, a Morfo desenvolveu uma técnica única de plantio por drone que, para alcançar resultados ótimos, deve trabalhar em colaboração com organizações locais. A iniciativa usou 75% de semeadura por drones e 25% de plantação manual de mudas, fazendo o plantio em tempo e eficiência recordes.

O ITPA forneceu à Morfo um conhecimento avançado do bioma da Mata Atlântica, o acesso a um viveiro que complementa o plantio por drone com o plantio manual e a contratação de populações locais para realizar a parte manual do plantio. A ONG tem mais de 20 anos de experiência no plantio de árvores e já contribuiu para a restauração de um milhão de hectares da floresta atlântica.

A Morfo, por sua vez, oferece uma solução em grande escala para a restauração de ecossistemas, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, e seu método baseia-se em três pilares principais:

1. Engenharia florestal, que inclui a melhoria contínua da análise de sementes.

2. Tecnologia de drones, permitindo acesso mais rápido a áreas de reflorestamento.

3. Monitoramento do projeto, que usa inteligência artificial por meio de imagens de drones e satélites.

Para alcançar a meta de 35% da capacidade de absorção de carbono das florestas em 2030 prevista pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, seria necessário plantar 80 milhões de hectares de novas florestas a cada ano. No entanto, apenas 8 milhões de hectares são reflorestados anualmente (ONU), sendo fundamental a aplicação de soluções para acelerar este processo.

O impacto ambiental de projetos que mantêm florestas em pé através da sua restauração é esperado tanto na redução do aquecimento global quanto no retorno do investimento através de projetos de biodiversidade e crédito de carbono. Assim, no plano comercial, a Morfo mira stakeholders nas áreas de mineração, para a recuperação de áreas degradadas conforme estabelecido na Constituição Federal e viabilizada pela instituição do Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), e de agronegócio a partir da recuperação de solos esgotados por outros cultivos para adequação às diretrizes ESG.

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