As commodities agrícolas vivem um período de bons resultados, chamando a atenção dos investidores. Entre os anos de 2019 e 2022, o Bloomberg Agriculture Subindex (BCOMAG) – índice que acompanha as cotações das commodities agrícolas mais comercializadas no mundo – passou por quatro altas consecutivas, o melhor desempenho desde a década de 1990.
Em 2022, o índice atingiu um recorde: foi verificado o crescimento de 6,5% em comparação a 2021, reflexo da inflação global dos alimentos. Segundo o Bloomberg, responsável pelo indicador, vários fatores contribuíram para o resultado alcançado no ano passado.
A invasão da Rússia à Ucrânia prejudicou o fornecimento de produtos. As variações climáticas, como secas e ondas de frio, também contribuíram para a redução da oferta em algumas partes do mundo.
Já a decisão de reabertura do mercado por parte do governo da China, principal país consumidor de commodities agrícolas, foi responsável por aumentar a demanda. Como resultado, os preços subiram.
Vantagens e riscos
Conforme a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as commodities são consideradas uma proteção natural contra a inflação, pois tendem a se valorizar quando há o cenário de alta generalizada de preços.
No entanto, alerta que, como qualquer investimento, antes de o investidor incluí-lo na carteira, é necessário conhecer as vantagens e os riscos envolvidos na operação.
Além de proteger o patrimônio financeiro do investidor no período de inflação, as commodities agrícolas têm como vantagem o fato de acompanharem a demanda global. Isso significa que a oscilação de preços não se limita ao cenário econômico de um país específico.
Outro aspecto positivo é que elas mantêm uma baixa correlação com outros ativos e, por isso, podem ser uma opção atrativa para diversificar a carteira de investimentos e equilibrar os riscos de perda financeira de outros ativos.
O investimento em commodities agrícolas também reserva riscos específicos, como a alta volatilidade de preços, já que os valores acompanham a demanda global, que pode ser afetada por diferentes fatores, como geopolítica, desastres naturais e flutuações cambiais.
Também há o risco de crédito da empresa produtora, baixa liquidez no mercado e a redução da produção por conta de efeitos climáticos ou sazonalidade.
Orientações para investir
Diante da possibilidade de riscos, antes de investir em commodities agrícolas, o setor financeiro recomenda algumas orientações.
Pesquisar sobre o mercado
A primeira delas é para que o investidor busque informações sobre o mercado de commodities e as especificidades dos produtos agrícolas e do agronegócio brasileiro. Saber como é a produção, a oferta e a demanda ajuda a entender as variáveis que afetam diretamente os resultados na Bolsa de Valores (B3).
Diversificar o portfólio
Diversificar o portfólio é uma forma de minimizar os riscos de prejuízo. As commodities agrícolas são apenas uma das alternativas para quem quer investir no agronegócio. Outras possibilidades são seguir uma carteira de ações recomendadas por especialistas do mercado financeiro, investir em fundos do setor e nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
Acompanhar as variáveis do mercado
Considerando que uma das principais características das commodities é a alta volatilidade, o investidor deve acompanhar as variáveis que impactam diretamente nos preços praticados pelo mercado. Para isso, é recomendado realizar análises técnicas e fundamentais dos investimentos.
Buscar orientação profissional
Para investir em commodities agrícolas, é necessário ter uma conta em uma corretora de investimentos. É através dela que o investidor tem acesso ao home broker da B3, que permite receber informações do mercado financeiro em tempo real e enviar ordens de compra e venda de ativos.
As corretoras contam com equipes de analistas financeiros que oferecem o suporte necessário para a tomada de decisão dos investidores. A orientação profissional auxilia em escolhas mais assertivas.